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Notícias da Saúde em Portugal 236
Terça-feira, 14 de novembro de 2023
Comunicado | Direção Executiva do SNS
SNS
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) atravessa um período crítico da sua existência. Este contexto resulta de diversas condicionantes, tais como a escassez de recursos humanos na área da saúde, experienciada a nível mundial, o recurso excessivo pelos portugueses a cuidados de saúde em contexto de urgência hospitalar e a elevada dependência histórica do recurso a trabalho extraordinário, por parte dos profissionais de saúde, para manutenção do funcionamento dos diferentes pontos da rede de Serviços de Urgência (SU).
A indisponibilidade manifestada por um número relevante de médicos para a realização de trabalho extraordinário, em função do elevado esforço a que têm estado sujeitos, coloca em causa o atual modelo de funcionamento dos SU, tornando necessária uma reorganização da resposta, de forma a assegurar o acesso, defender a equidade, manter a segurança e promover a eficiência no contexto da prestação de cuidados urgentes e emergentes.
Para efeitos da operacionalização dos pressupostos elencados, identificam-se as instituições/especialidades com constrangimentos previstos, durante o período compreendido entre 11 e 18 de novembro, e a instituição preferencial de referenciação, de acordo com as respetivas regiões e eixos, tendo como base a rede publicada pela Declaração de Retificação nº 1032-A/2015, de 24 de novembro.
Primeira plasmaferese terapêutica
SNS
O Hospital Distrital de Santarém (HDS) realizou, pela primeira vez, uma plasmaferese terapêutica (tratamento médico em que, através do recurso a uma técnica específica, são removidos anticorpos nocivos que estão presentes no plasma sanguíneo).
Segundo o HDS, o procedimento resultou do esforço conjugado entre os Serviços de Imunohemoterapia, de Medicina Interna e de Medicina Intensiva.
Para João Moura, Diretor do Serviço de Imunohemoterapia, a realização pela primeira vez deste procedimento, que habitualmente é realizado em hospitais centrais, representa um “incremento de diferenciação” para o HDS.
De acordo com o médico, o primeiro doente a ser submetido a esta terapêutica apresentava uma complicação derivada da sua doença de base, púrpura trombocitopénica trombótica, patologia hematológica rara que envolve a formação de pequenos coágulos sanguíneos por todo o corpo, que bloqueiam o fluxo de sangue para órgãos vitais.
O Diretor do Serviço de Imunohemoterapia afirmou ainda que a plasmaferese tem também indicação em outras patologias, designadamente situações complexas do foro autoimune, neurológico, gastrenterológico, entre outras.
Webinar "Publicidade em Saúde"
ERS
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) realizará no próximo dia 28 de novembro (terça-feira), a sessão de esclarecimento subordinada ao tema “Publicidade em saúde”, dirigida a todas Entidades responsáveis por estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, utentes e demais interessados, em formato webinar.
TEMAS
Aos utentes deve ser reconhecido o direito a decidir, de forma livre e esclarecida, sobre os cuidados de saúde que lhe são propostos e de, consequentemente, escolher livremente a entidade prestadora de cuidados de saúde, na medida dos recursos existentes, estando esta livre escolha diretamente dependente da informação prévia que lhes é prestada.
A informação em saúde deve ser prestada com verdade, de forma clara, adaptada à capacidade de compreensão dos destinatários, contendo toda a informação necessária ao cabal esclarecimento e decisão do utente.
A publicidade relativa a serviços de saúde deve garantir que a liberdade de escolha dos potenciais utentes não venha a resultar prejudicada, e procurar minimizar a assimetria de informação existente entre prestador-utente.
A participação no evento é gratuita, mas está sujeita a inscrição prévia obrigatória, através do formulário existente nesta página abaixo.
Mais de 78 mil novos casos de diabetes registados em 2022
Jornal de Notícias
Mais de 78 mil novos casos de diabetes foram registados nos centros de saúde no ano passado, elevando para mais 883 mil o número de pessoas que sofrem com a doença. A despesa com medicamentos e internamentos também aumentou. Em 2021, o Estado gastou 532,2 milhões euros com fármacos para a diabetes e hospitalizações.
Os dados constam no relatório “Programa Nacional para a Diabetes: Desafios e Estratégias 2023”, que será apresentado esta terça-feira pela Direção-Geral de Saúde (DGS).
De acordo com o documento, em 2022, havia 883 074 pessoas registadas com diabetes. Trata-se de 8,4% do total de utentes inscritos nos Cuidados de Saúde Primários. Olhando para os dados por região, a proporção de pessoas com registo de diabetes varia entre 7,2% na zona do Algarve e 9,9% no Alentejo. "Verifica-se um número crescente de pessoas identificadas com diabetes, quer em número absoluto, quer em termos percentuais", lê-se no documento.
Riscos da obesidade na diabetes
Público
A Diabetes Mellitus (DM), de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), representa um grupo de doenças metabólicas crónicas, com etiologias diversas, caracterizado por hiperglicemia (níveis altos de glicose no sangue), que resulta de uma secreção deficiente de insulina pelas células beta pancreáticas, resistência periférica à ação da insulina ou ambas. Em 2021, em Portugal, de acordo com dados do Observatório Nacional de Diabetes, 14,1% da população adulta entre os 20 e os 79 anos apresentava Diabetes, mas apenas 7,9% apresentava diagnóstico da doença.
A obesidade, por outro lado, é considerada pela OMS como “a epidemia do século XXI” e corresponde a uma doença crónica complexa, onde a gordura corporal anormal ou excessiva (adiposidade) compromete a saúde, aumenta o risco de complicações a longo prazo e reduz a esperança média de vida. Atualmente, cerca de 53% da população portuguesa tem excesso de peso ou obesidade, com uma prevalência crescente, também, nas faixas etárias mais jovens. Assim, a obesidade é considerada um problema de saúde pública muito significativo.
Assim, o tratamento da obesidade é essencial para a prevenção e o controlo da DM tipo 2 e das suas complicações. A perda de peso de pelo menos 5% (perda de peso significativa) está associada a benefício para a saúde, nomeadamente a nível da redução do risco cardiovascular, e a perda de peso superior a 15% do peso basal está associada a remissão da DM tipo 2.
A par da modificação do estilo de vida, com a promoção de uma alimentação saudável e da prática de exercício físico, atualmente existem classes farmacológicas que apresentam simultaneamente eficácia comprovada na perda de peso significativa, na melhoria do controlo metabólico e na prevenção e tratamento de complicações associadas quer à obesidade quer à diabetes, como a doença cardiovascular aterosclerótica e a doença renal crónica.
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