Notícias da Saúde em Portugal 297

Terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Parcerias com privados e medicamentos gratuitos. As propostas para a Saúde

Jornal de Notícias

1. PS - Reforçar transparência com privados

A prioridade é “defender, consolidar e aumentar a capacidade do SNS”, com a valorização dos profissionais de saúde. O PS propõe estudar a possibilidade de obrigar os novos especialistas a ficarem no SNS após a formação, mas já garantiu que a medida não avançará sem aprovação dos sindicatos. Óculos gratuitos para famílias sem rendimentos, melhorar o acesso a cuidados de pediatria, terapia da fala, saúde mental e nutrição são outras das propostas. Na relação com o privado, os socialistas prometem uma estratégia plurianual, reforçar a transparência no que toca a preços e qualidade e assumir a responsabilidade pela prestação de cuidados aos utentes, evitando tratamentos desnecessários.

2. PSD/CDS/PPM - Plano de emergência do SNS em 60 dias

A coligação Aliança Democrática (AD) compromete-se a apresentar um Plano de Emergência SNS 2024-2025 nos primeiros 60 dias e um plano de motivação dos profissionais de saúde, que prevê incentivos, desenvolvimento de carreiras, flexibilidade de horários, entre outros. Aumentar os rastreios e atribuir um voucher de consulta quando os tempos máximos de resposta são ultrapassados são outras propostas. A AD quer alterar a orgânica e as competências da Direção Executiva do SNS.

3. Chega - Vale cuidador e cheque de saúde mental

Defende uma “articulação estreita” entre os setores público, privado e social e a informatização de todo o sistema de saúde. Nos cuidados continuados e paliativos, o Chega propõe a introdução do vale cuidador para compensar as famílias que optem por cuidar dos seus idosos em casa. Quer dar um cheque de saúde mental a quem não tem resposta no SNS e promete reconhecer as profissões de médico e enfermeiro “como de alto risco e desgaste rápido”.

4. BE - Mais 40% de salário, não às PPP e USF-C

Para reter os profissionais de saúde no SNS, o Bloco defende um regime de exclusividade com 40% de majoração do salário. Quer também revogar a legislação que “abre portas a novas parcerias público-privado no SNS” e a que permite entregar a gestão de cuidados primários a privados (USF-C).

5. IL - Médico de família para todos e as PPP de volta

Propõe um sistema de saúde que integre os setores público, privado e social, onde as pessoas escolhem onde e por quem querem ser tratadas, sem custos acrescidos. A IL promete médico de família, público ou privado, para todos até 2028, começando pelos que têm mais de 65 anos, mulheres grávidas e crianças até aos nove anos, até 2025. Quer recuperar as PPP nos hospitais de Braga, Vila Franca de Xira e Loures e alargar o modelo a outros hospitais.

6. PCP/PEV - Medicamentos gratuitos para idosos

Garantir medicamentos grátis para os doentes crónicos, para os maiores de 65 anos e para as famílias com carências económicas e aumentar a capacidade hospitalar do SNS entre as propostas dos comunistas.

7. PAN - Reforma antecipada para quem está no SNS

Garantir aos profissionais do SNS aposentação aos 36 anos de serviço ou aos 62 anos de idade; avançar com um projeto-piloto para as farmácias comunitárias fazerem o atendimento de situações clínicas ligeiras. 

8. Livre - Revogar as PPP e atrair investimento para SNS

Garantir a gestão pública do SNS e um rotundo “não” às PPP, revogando contratos ainda em curso. O Livre promete atrair investimento internacional para o SNS e dotar a linha SNS 24 de atendimento em videochamada para todos.

Estudo permite compreender melhor papel da dopamina no movimento

Sapo

Um estudo de cientistas da Fundação Champalimaud mostra o papel importante da dopamina no movimento, o que permite uma maior compreensão da Doença de Parkinson (DP) e poderá ajudar no tratamento dos seus sintomas.

Atuando como um mensageiro químico no cérebro, a dopamina é conhecida sobretudo pelo seu contributo para as sensações de prazer, motivação e recompensa, mas a perda de “neurónios dopaminérgicos” - como acontece a quem sofre da DP - “resulta numa diminuição da força e da velocidade dos movimentos”, afetando também “diretamente a duração das sequências de movimentos”, indica um comunicado divulgado pela referida fundação.

"A dopamina está intimamente associada à recompensa e ao prazer, sendo muitas vezes referida como o neurotransmissor do bem-estar", salienta o neurologista Marcelo Mendonça, primeiro autor do estudo.

No entanto, “para os indivíduos com DP, que têm uma deficiência de dopamina, são normalmente as perturbações do movimento que mais afetam a sua qualidade de vida”, adianta, citado no comunicado.

“Os nossos resultados sugerem que os neurónios dopaminérgicos relacionados com o movimento não só motivam o movimento em geral, mas podem também modular o comprimento de uma sequência de movimentos no membro contralateral, por exemplo. Em contrapartida, a atividade dos neurónios dopaminérgicos relacionados com a recompensa é mais universal e não favorece um lado do corpo em detrimento do outro. Isto revela um papel mais complexo do que se pensava dos neurónios dopaminérgicos no movimento."

Rui Costa

Epilepsia: Mitos e factos que todos devem conhecer

Sapo

Apesar de estarmos na era da informação, são ainda muitos os mitos que sobrevivem e alimentam o estigma associado à epilepsia. Alguns mitos surgem pela variabilidade de apresentações da doença. Na verdade, a epilepsia pode ser, em si, uma doença, ou ser uma manifestação clínica de outras doenças. E as manifestações clínicas são também elas variadas, dependendo se todo o cérebro é rapidamente envolvido na crise ou se apenas uma porção do cérebro é disfuncional. Apesar de as convulsões serem a forma mais reconhecível de crises epiléticas, nem todos os doentes com epilepsia têm, ou tiveram, este tipo de crises.

Um dos grandes mitos à volta desta doença é que todos os doentes com epilepsia têm convulsões. No entanto, o facto é que as crises epiléticas, dependendo da área cerebral envolvida, podem apresentar-se como alucinações visuais, movimentos involuntários, ou até sintomas psíquicos como sensação de déjà-vu.

Existem muitas crenças mitificadas em relação à epilepsia, como por exemplo, pensar que a epilepsia é uma doença das crianças, mas o facto é que a epilepsia pode surgir em qualquer altura da vida. Existem dois períodos em que é mais provável a sua ocorrência, na infância e na terceira idade.

A associação da epilepsia a dificuldades cognitivas é também um mito. Os doentes com epilepsia são perfeitamente capazes de exercer as suas profissões, nas mais diversas áreas. Cerca de dois terços dos doentes com epilepsia têm as suas crises controladas com a toma de medicação.

Os estímulos luminosos constituem outro mito, que pode limitar a vida da pessoa com epilepsia. A ideia de que a exposição a luzes fortes ou intermitentes desencadeia crises nos doentes com epilepsia só é verdadeira para os doentes com fotossensibilidade.

A ideia de que a prática desportiva ou a incapacidade da mulher em engravidar são também mitos, que condicionam a vida das pessoas com a epilepsia. Mas de facto, raramente o exercício físico desencadeia crises epiléticas.

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