Notícias da Saúde em Portugal 316

Segunda-feira, 18 de março de 2024

Reguladora da saúde recebeu cerca de 85 mil reclamações em 2023

Jornal de Notícias

Cerca de 85 mil reclamações contra unidades de saúde públicas, privadas e sociais foram apresentadas à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) em 2023, segundo dados divulgados pela entidade no Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, no passado dia 15 de março.

Os dados revelam que, no total, em 2023 foram submetidos à Entidade Reguladora da Saúde 108.005 processos que incluem reclamações, elogios ou sugestões relativos a estabelecimentos de saúde do setor público, privado e social.

Em todos os setores, os prestadores com internamento foram os que tiverem mais processos, tendo o setor público sido alvo de 44.799, o privado 22.561 e o social 939.

Segundo a ERS, os temas mais mencionados nas reclamações foram "cuidados de Saúde e segurança do doente", "acesso a cuidados de saúde", "tempo de espera" "focalização no utente", "procedimentos administrativos", "instalações e serviços complementares" e "questões financeiras".

O que é um AVC? 12 respostas sobre a principal causa de morte em Portugal

Observador

Dois milhões de neurónios destruídos por minuto. É esse o resultado de um AVC. Se não matar, pode mudar a vida para sempre, por isso é preciso agir depressa. “Tempo é cérebro”, dizem os especialistas.

O que é um AVC?

Um Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma perturbação da corrente sanguínea no cérebro. Quando há uma rotura de uma artéria que provoca uma hemorragia e o sangue se espalha pelo crânio, o AVC é hemorrágico. Quando há uma obstrução e o sangue não passa para uma determinada região do cérebro, o AVC é isquémico – a variedade mais frequente, que corresponde a 80 a 85% dos casos anuais.

Quais são as consequências?

Podem ser muitas e muito complicadas. Falar, caminhar, escrever, tomar banho, comer sozinho ou até beber um copo de água são tarefas e características do dia a dia que podem ficar comprometidas. O doente pode não conseguir realizar atividades habituais de vida de forma independente e precisar de ajuda para a higiene, para comer, para andar, para comunicar e para realizar as tarefas diárias que sempre fez de forma autónoma.

O AVC pode provocar “consequências neurológicas graves, nomeadamente defeitos motores, de sensibilidade e de coordenação, mas também de linguagem, de perceção visuoespacial [incapacidade de pegar e manipular objetos], de memória e outras queixas que podem levar a perda de autonomia”, diz Diana Aguiar de Sousa, médica neurologista da Unidade Cerebrovascular da Unidade Local de Saúde de São José, em Lisboa.

Quais são as causas de um AVC?

As duas causas mais frequentes do Acidente Vascular Cerebral são as arritmias cardíacas e a formação de placas de aterosclerose (colesterol) nas artérias cerebrais ou próximas. O AVC pode também ser causado por lesões das artérias, malformações cardíacas e algumas doenças do sangue.

E os sintomas?

Os sintomas mais comuns estão concentrados naquilo que habitualmente se designa por “os três F”:

Fala (alteração do discurso, com uma voz arrastada ou impercetível);

Face (a chamada “boca ao lado”);

Força (falta de força num dos braços).

“Se pedirmos a uma pessoa para elevar os dois braços e um deles cair de forma assimétrica, isso é um sinal que deve ser valorizado e é suspeito”

Diana Aguiar de Sousa, neurologista

Basta que exista um dos três F para estarmos perante uma suspeita de AVC, embora as pessoas possam apresentar também sinais que afetam a marcha, a sensibilidade, a coordenação motora e alterações da capacidade de realizar tarefas simples. A falta de visão súbita de um ou dos dois olhos e as fortes dores de cabeça são também sintomas que não devem ser ignorados.

Em caso de suspeita de AVC, o que devemos fazer?

Perante um daqueles “três F” deve contactar imediatamente o 112. Não deve deslocar-se a um hospital pelos seus próprios meios, porque só as equipas de socorro estão capacitadas para reconhecer os sinais e porque é através dos serviços do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que é possível ativar uma das principais respostas a um evento destes, a Via Verde AVC.

Empresa biotecnológica liderada por portugueses recebe 30 milhões para investigar nova terapia contra o cancro

Observador

A empresa, que nasceu no seio da Universidade de Lund, na Suécia, é liderada por três portugueses: Cristiana Pires, que é presidente executiva, Fábio Rosa, que lidera a investigação científica, e Filipe Pereira, líder da parte de inovação.

A ronda de investimento agora concluída, de acordo com comunicado de imprensa, foi garantida por dois novos investidores, a RV Invest e a Johnson & Johnson Innovation – JJDC, Inc. Também participam no financiamento investidores que já estavam no capital da empresa, como a Novo Holdings, a Boehringer Ingelheim Venture Fund e a Industrifonden.

A terapia chama-se AT-108 é uma terapia genética inovadora que reprograma diretamente as células tumorais em células dendríticas que têm antigénios. As células reprogramadas indicam os antigénios tumorais de cada doente e induz-se uma resposta anti-tumoral personalizada.

É preciso começar a falar sobre incontinência, alerta associação

Sapo

Em Portugal, cerca de 600 mil pessoas são afetadas por esta condição. A incontinência urinária acarreta consequências físicas, psicossociais e económicas que impedem a plena participação na sociedade. No Dia Mundial da Incontinência Urinária, assinalado esta quinta-feira, dia 14 de março, a recém criada Associação Portuguesa para a Incontinência e Disfunção Pélvica (APDPI) alerta para a necessidade de se falar sobre incontinência, para que se rompa o estigma e sejam criadas medidas para apoiar os doentes.

De acordo com a APDPI, esta condição pode ter origens diferentes, tendo sido identificados três tipos diferentes: a incontinência urinária de esforço, que ocorre quando se dá um aumento abruto na pressão intra-abdominal, como por exemplo, ao tossir ou espirrar, ao dar uma risada, fazer uma flexão ou levantar peso; a incontinência urinária de urgência, que, tal como o nome indica, acontece quando a pessoa tem uma necessidade repentina e inadiável de urinar; e a incontinência urinária mista, que ocorre quando o especialista diagnostica tanto a incontinência urinária de esforço, como a de urgência.

Apesar de afetar um número significativo de indivíduos, de ambos os géneros e de todas as idades, já que se pode detetar em crianças, adultos, mas também idosos, a incontinência urinária ainda gera muita vergonha em quem a experiencia e, por isso, apenas 10% dos afetados procuram ajuda médica especializada.

"Queremos aproveitar este momento para promover o diálogo sobre incontinência e disfunção pélvica. É fundamental que os doentes não se sintam sozinhos e que saibam que há tratamentos que os podem ajudar a recuperar a sua qualidade de vida."

Joana Oliveira, Presidente da APDPI

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