Notícias da Saúde em Portugal 337

Quarta-feira, 17 de abril de 2024

Descobertos neurónios que deflagram busca frenética por alimentos mesmo sem fome

Sapo

Pela primeira vez, cientistas identificaram um conjunto de células nervosas, situadas nas profundezas do cérebro, diretamente relacionadas com a manifestação do comportamento de busca compulsiva por comida. A descoberta, divulgada na revista Nature Communications, foi feita por um grupo da Universidade da California em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, e da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo (SP).

Trata-se de uma população de neurónio escondida em uma região chamada substância cinzenta periaquedutal, que fica na base do cérebro, em direção oposta ao córtex pré-frontal. Também conhecidas como células VGAT (do inglês vesicular GABA transporter), elas usam o neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), que desempenha um papel importante na regulação da atividade neuronal. Estão presentes em várias áreas do cérebro e da medula espinhal, contribuindo para a modulação do humor, do sono, da ansiedade e da resposta ao stress, entre outras funções.

“Não se conhecia, porém, a relação das células VGAT na região cinzenta periaquedutal com a alimentação”, descreve o investigador Avishek Adhikari, do Departamento de Psicologia da Universidade da UCLA. No Laboratório de Neurociências da UCLA, sob a liderança de Adhikari, são feitos estudos para entender como o cérebro coordena a constelação de mudanças relacionadas aos comportamentos emocionais, com foco no medo e na ansiedade.

O novo conjunto de ensaios trouxe revelações surpreendentes. Mesmo em animais completamente saciados, sem fome alguma, a ativação dessas células deflagrou uma busca frenética por alimentos e os fez comer mais do que seria normal. O contrário também aconteceu. Animais deixados propositalmente com muita fome comeram menos quando os neurónios VGAT foram inibidos.

Cirurgia inovadora em Portugal trata recém-nascidos com esófago incompleto

SIC Notícias

O Hospital de Braga desenvolveu uma técnica cirúrgica para tratar recém-nascidos com o esófago incompleto. É uma condição rara e em que a alternativa de tratamento seria uma cirurgia invasiva.

O diagnóstico foi feito durante a gravidez, estava a família de Liam a viver em Londres. O bebé não estava a desenvolver corretamente o esófago, o tubo que leva os alimentos para o estômago. Já em Lisboa, onde o bebé nasceu, os pais procuraram outros centros onde se poderia evitar uma cirurgia de peito aberto.

Liam esteve para ser transferido para um hospital na Alemanha, até que souberam da técnica desenvolvida no Hospital de Braga, em conjunto com a Escola de Medicina da Universidade do Minho.

Desde 2011, foram realizados 50 procedimentos, mas com este nível de gravidade foi o 10º caso. Agora, com três meses e meio, Liam já consegue beber leite. Embora sem previsão de alta, está a recuperar sem qualquer complicação.

Investigação estuda cérebro de bebés para melhor compreender os impactos da interação com adultos

Notícias Saúde

Investigar o funcionamento do cérebro de bebés, através de momentos em que partilham o foco de atenção com adultos, identificando as áreas cerebrais que são mais ativadas e se relacionam posteriormente com o desenvolvimento social e da linguagem é o objetivo central de um projeto de investigação liderado pela Universidade de Coimbra (UC). Com este estudo, a equipa pretende contribuir para identificar marcadores neuronais que possam, futuramente, ajudar a identificar precocemente crianças que apresentem maior risco de dificuldade na interação social e na comunicação.

Financiado com cerca de 250 mil euros pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o projeto de investigação SocialBabyBrain – Correlatos neurais da atenção partilhada: uma base fundamental para o desenvolvimento subsequente da competência social vai estar em curso até 2026, estando a ser implementado em Coimbra, onde bebés e suas famílias começam na próxima semana a participar no estudo.

Avaliação do cérebro ao longo do tempo

No estudo que vai ser desenvolvido com os bebés, vão decorrer várias atividades que têm como base momentos de brincadeira. “Eles vão realizar algumas brincadeiras com uma investigadora da equipa, usando alguns brinquedos”, explica Vera Mateus.

Sobre os resultados que a equipa de investigação pretende alcançar, Vera Mateus explica que “a partir da recolha de dados comportamentais e de neuroimagem, para além de investigar mudanças ao longo do tempo no cérebro dos bebés, este projeto permitirá compreender como as manifestações comportamentais da atenção partilhada se relacionam com a maturação de áreas cerebrais específicas, e explicam as diferenças individuais em habilidades sociocomunicativas que surgem mais tarde, como a linguagem e a competência social”.

Promoção da Saúde: DGS reúne jovens influenciadores do futuro

DGS

Com o objetivo principal de colocar os jovens no centro da reflexão e da discussão em Saúde, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Conselho Nacional de Juventude (CNJ), com o apoio da Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo, organizam o evento “Promoção da Saúde: Jovens como Influenciadores do Futuro”, a 19 e 20 de abril de 2024, em Portalegre e Castelo de Vide.

Como resultado do evento será produzido um documento estratégico com propostas para a construção de uma Visão de Futuro para a Promoção da Saúde, potenciando a participação dos jovens no processo de identificação de soluções efetivas que respondam aos principais desafios da Saúde em Portugal.

Miguel Telo de Arriaga, Chefe de Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar da DGS, sublinha que “esta é uma iniciativa conjunta com um modelo participado na construção de medidas, ações e políticas para a promoção da Saúde e para o futuro, tendo os jovens como agentes da mudança na procura de mais e melhor Saúde para todos”.

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