Notícias da Saúde em Portugal 346

Quinta-feira, 2 de maio de 2024

Estudo sugere que homens são afetados por doenças que conduzem mais à morte prematura

Jornal de Notícias

Um estudo divulgado esta quarta-feira sugere diferenças substanciais entre homens e mulheres no que toca à saúde, com os homens a serem afetados por doenças que conduzem mais à morte prematura.

O estudo, divulgado na publicação médica The Lancet Public Health, baseou-se em dados globais de 2021 para comparar o número de anos de vida perdidos - devido a doença e a morte prematura - para 20 das principais causas de doença em homens e mulheres com mais de 10 anos.

A análise estima que o peso para 13 dessas 20 principais causas de doença, incluindo covid-19, lesões na estrada e problemas cardiovasculares e respiratórios, era em 2021 mais elevado em homens do que em mulheres.

Nos homens, a perda de saúde reflete-se sobretudo em patologias que levam mais à morte prematura, como cancro do pulmão, problemas cardíacos e doença renal crónica, segundo o estudo. Por oposição, as mulheres, que tendem a viver mais tempo, são afetadas por doenças ou incapacidades que se arrastam ao longo da vida, como dor lombar, dor de cabeça, depressão, ansiedade, doença de Alzheimer e outras demências.

A análise feita exclui problemas de saúde específicos do sexo, como cancros da próstata e doenças ginecológicas, mas avalia as diferenças entre homens e mulheres afetados pelas mesmas patologias.

Vacina de mRNA provoca resposta imunológica forte contra tumor cerebral

Diário de Notícias

Num primeiro ensaio clínico em humanos, com quatro adultos, uma vacina de mRNA contra o cancro reprogramou rapidamente o sistema imunitário para atacar o glioblastoma, o tumor cerebral mais letal, revelou hoje a Universidade da Florida.

O glioblastoma está entre os mais terríveis diagnósticos, com uma sobrevida média à volta dos 15 meses. O padrão atual de tratamento envolve a cirurgia, radiação e quimioterapia.

Os resultados do estudo reproduzem os obtidos num teste com 10 cães que tinham desenvolvido tumores cerebrais, cujos donos aprovaram a sua participação dado não existirem outras opções de tratamento, bem como os de um estudo pré-clínico com ratos, indica a universidade dos Estados Unidos num comunicado.

Divulgada esta quarta-feira na revista científica norte-americana Cell, esta poderá ser uma nova maneira de utilizar o sistema imunológico para combater cancros resistentes ao tratamento, porque, embora utilize a tecnologia de mRNA e nanopartículas lipídicas (como as vacinas contra a covid-19), usa "células tumorais do doente para criar uma vacina personalizada" e tem "um recém-projetado e complexo mecanismo de fornecimento".

"Em vez de injetarmos partículas únicas, injetamos aglomerados, (...) estes alertam o sistema imunitário de uma forma muito mais profunda do que as partículas isoladas"

Elias Sayour, Oncologista Pediátrico da UF Health

Esta, como outras imunoterapias, tenta "educar" o sistema imunológico para considerar como estranho o tumor e é administrada por via intravenosa.

Elias Sayour adiantou que "uma das descobertas mais impressionantes foi a rapidez" com que a nova vacina "estimulou uma resposta vigorosa do sistema imunológico para rejeitar o tumor". Segundo o investigador, "em menos de 48 horas" a resposta imunológica aumentou e tornou-se "muito ativa".

O próximo passo, com apoio da Food and Drug Administration (FDA - agência norte-americana para proteger a saúde pública) e da fundação CureSearch for Children's Cancer, é um ensaio clínico de Fase 1 alargado, com até 24 doentes entre adultos e crianças, para validar os resultados. Assim que for confirmada a "dose ótima e segura", passar-se-á para a Fase 2, com a participação de cerca de 25 crianças, disse Sayour.

Apesar dos resultados promissores, os autores alertam para a incerteza contínua sobre a melhor forma de aproveitar o sistema imunológico e, ao mesmo tempo, minimizar o potencial de efeitos colaterais adversos.

Verificação de factos: Ter pés chatos causa problemas de saúde?

Euronews

Durante anos, a população em geral acreditou que as pessoas com pés chatos são mais suscetíveis de desenvolver dores e problemas músculo-esqueléticos no futuro. O The Cube analisa um estudo que afirma que, afinal, não é bem assim.

A ideia de que ter pés chatos conduz inevitavelmente à dor ou a outros problemas músculo-esqueléticos remonta a séculos. Foi revivido durante a segunda metade dos anos 1900, quando os podólogos norte-americanos popularizaram a noção de ter pés “normais”. No entanto, investigadores da Universidade do Quebec em Trois-Rivières, no Canadá, afirmam que a teoria é infundada.

Realizaram um estudo editorial, analisando o conjunto de investigações sobre os pés chatos, e concluíram que não existe praticamente nenhuma relação entre ter pés chatos e a possibilidade de desenvolver uma doença músculo-esquelética, como dores no calcanhar, no joelho ou na anca.

“Se olharmos para a literatura, ter pés chatos faz com que tenha um risco maior de três ou quatro patologias, é isso”, afirmou Gabriel Moisan, professor de podologia e um dos autores do estudo. “Mas se considerarmos os pés mais retos, estaríamos mais em risco de desenvolver, digamos três ou quatro outras patologias, e para os pés em arco altos, serão quatro diferentes também”.

O mito de que os pés chatos aumentam a probabilidade de desenvolver lesões tem levado muitas vezes a intervenções médicas desnecessárias e a uma grande preocupação dos pacientes com o aspeto dos seus pés.

Na realidade, os pés chatos assintomáticos geralmente não necessitam de qualquer tratamento, de acordo com o estudo.

“Ter pés chatos é normal. É uma variante anatómica. Só precisa de se sentir confortável com isso.”

Gabriel Moisan, Professor de Medicina da Universidade do Québec em Trois-Rivières

Sistema de Informação para a Morbilidade Hospitalar atualizado com nova codificação

SPMS

O Sistema de Informação para a Morbilidade Hospitalar (SIMH), desenvolvido pela SPMS, foi atualizado, este mês, de acordo com a versão da ICD-10-CM/PCS de 01 de abril de 2024. Foram inseridos 40 procedimentos novos e atualizados três. Seis procedimentos foram eliminados.

O SIMH é uma ferramenta essencial para monitorizar e analisar os dados dos doentes que dão entrada nos hospitais do Sistema Nacional de Saúde (SNS), tendo como principal finalidade recolher, editar e agrupar os episódios de internamento e de ambulatório em Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH).

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