Notícias da Saúde em Portugal 354

Terça-feira, 14 de maio de 2024

Alentejo é a região do país com maior prevalência de insuficiência cardíaca

Expresso

Um estudo de prevalência de insuficiência cardíaca em Portugal revela "uma grande disparidade" entre regiões, com o Alentejo (29,2%) e Lisboa e Vale do Tejo (18,84%) a apresentarem valores muito superiores à média nacional.

“Existe uma marcada assimetria na distribuição nacional. Comparativamente com a região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se encontrou uma prevalência de 18,8%, o Alentejo tem um risco cerca de duas vezes maior (29,2%) enquanto na região Norte o risco é 50% menor (12,9%).”

Cristina Gavina, cardiologista e investigadora principal do estudo observacional Porthos

A prevalência de insuficiência cardíaca (IC) na zona Centro situa-se nos 17,90% e no Algarve é de 6,61%, a região com o valor mais baixo, indicam os resultados do estudo que são apresentados hoje no Congresso da Associação de Insuficiência Cardíaca Europeia, no âmbito da Semana Internacional da Insuficiência Cardíaca.

Para a investigadora, estes dados mostram que se está perante "um problema de saúde pública com uma dimensão muito considerável", defendendo, por isso, ser "imperativo fazer uma reflexão sobre estes resultados e desenhar políticas de saúde que permitam responder a este problema".

Estima-se que um em cada seis portugueses viva com insuficiência cardíaca, sendo que as mulheres têm 2,3 vezes maior risco do que os homens de desenvolver a doença.

A síndrome de insuficiência cardíaca é um dos problemas de saúde mais comum no mundo desenvolvido, sendo a principal causa de internamento hospitalar acima dos 65 anos e a sua mortalidade pode chegar aos 50% ao fim de cinco anos.

Novo dispositivo torna fácil o rastreio do cancro da pele

Euronews

Os casos de cancro estão a aumentar na Europa. O melanoma cutâneo é o sexto tipo mais comum, de acordo com dados da União Europeia. Em Riga, capital da Letónia, um projeto financiado pela UE visa melhorar o acesso ao diagnóstico precoce do cancro e salvar vidas. Um novo dispositivo de deteção portátil significa que os médicos de clínica geral podem efetuar rastreios de rotina não invasivos no consultório.

"A taxa de sobrevivência da última fase do melanoma é de menos de 5%, enquanto a da primeira fase é de quase 100%".

Emīlija Vija Ploriņa, Investigadora na Universidade da Letónia

Os cientistas da Universidade da Letónia desenvolveram esta tecnologia, que utiliza luzes de cores diferentes para determinar se uma lesão cutânea é maligna ou benigna. Lesões como verrugas são analisadas, com as luzes a penetrarem inofensivamente nos tecidos até cinco milímetros abaixo da superfície. As imagens são enviadas sem fios para análise por um algoritmo de inteligência artificial (IA) e os resultados ficam prontos num sistema de nuvem seguro em segundos.

Na Universidade Técnica de Riga, os investigadores desenvolveram o hardware e as técnicas de processamento. O dispositivo já foi testado em mais de 4000 lesões, com um elevado nível de exatidão. Dispositivo deteta 95% dos melanomas.

Espera-se que a tecnologia desenvolvida em Riga venha a detetar também outros cancros e doenças raras, ajudando a salvar mais vidas.

Será que as mulheres sentem realmente mais dor do que os homens? Novo estudo quer acabar com os estereótipos de género

Euronews

Um novo estudo centra-se nas disparidades de sexo e género na dor e vai tentar explicar esta relação complicada. Quando se trata de dor, os estereótipos relacionados com o sexo e o género tendem a entrar em jogo. Mas será que o limiar de um homem é realmente mais elevado do que o de uma mulher? As mulheres são de facto mais sensíveis do que os homens?

Estas são algumas das questões a que a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) espera responder até ao final de 2024 com novas investigações.

O objetivo é abordar, compreender e sensibilizar para as disparidades entre sexo e género em relação à dor, que define como uma "experiência sensorial e emocional desagradável".

O que é que sabemos até agora?

No que diz respeito ao sexo, vários investigadores realizaram no passado experiências laboratoriais onde, através de estímulos de pressão ou temperatura, provocaram dor em participantes voluntários.

Os seus resultados indicam que as mulheres podem ser mais sensíveis à dor do que os homens, o que significa que têm um limiar mais baixo. No entanto, também se verificou que a experiência da dor tem um impacto maior nos homens do que nas mulheres.

De facto, alguns estudos não encontram diferenças entre homens e mulheres quando se têm em conta outros aspetos, como variáveis psicológicas específicas de cada pessoa. Por exemplo, o nível de ansiedade ou as estratégias que cada pessoa tem para lidar com situações negativas.

As hormonas podem desempenhar um papel fundamental

As hormonas podem influenciar a dor de várias formas, alterando a sensibilidade à dor, alterando os processos biológicos associados à dor (por exemplo, a inflamação), conduzindo a patologias dependentes de hormonas (por exemplo, a endometriose) ou influenciando o humor para alterar a experiência da dor. A investigação clínica sobre a dor sugere que o género também pode afetar a forma como um indivíduo contextualiza e lida com a dor. (…)

Necessário fazer mais investigação sobre o assunto e também mais divulgação, que é o que o IASP pretende alcançar até ao final do ano.

Nesta notícia poderá ainda ler sobre:

  • A dor é muito subjetiva.

  • Diagnóstico tardio devido a preconceitos.

  • Que mais pode ser feito?

Aprovado novo regulamento do Espaço Europeu de Dados de Saúde

SPMS

O Parlamento Europeu aprovou, no dia 24 de abril, o novo regulamento que estabelece o Espaço Europeu de Dados de Saúde (EEDS), marcando um avanço significativo na revolução digital da saúde na União Europeia. Esta medida estratégica tem como objetivo facilitar o acesso dos cidadãos aos seus dados de saúde eletrónicos em todos os países membros, ao mesmo tempo que promove a interoperabilidade entre os sistemas de saúde europeus.

Com a implementação do EEDS, será criada a infraestrutura MyHealth@EU, destinada à utilização primária de dados. Esta infraestrutura incluirá serviços essenciais como o Resumo de Saúde Eletrónico e a Prescrição e Dispensa Eletrónica de Medicamentos, facilitando assim o acesso digital seguro e eficiente aos dados de saúde dos cidadãos da UE.

Paralelamente, será também estabelecida a infraestrutura nacional HealthData@EU em cada Estado-Membro, que procura garantir um acesso seguro e eficaz aos dados de saúde para usos secundários, como a investigação e a inovação médica, contribuindo para a melhoria da qualidade dos dados disponíveis e a elaboração de políticas de saúde mais eficazes.

O regulamento do EEDS reflete o compromisso da UE em promover a saúde digital e representa, assim, um progresso significativo em benefício de todos os cidadãos, garantindo o acesso equitativo e seguro aos seus dados de saúde eletrónicos.

Reply

or to participate.