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Notícias da Saúde em Portugal 359
Terça-feira, 21 de maio de 2024
Venda de bebidas com muito açúcar desce 36% nos últimos sete anos
DGS
Entre 2017 e 2023 verificou-se uma diminuição de 36% da proporção de bebidas que se enquadram no escalão mais elevado do imposto (teor de açúcar igual ou superior a 8 g/100 mL). Os dados são revelados no Relatório Anual do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Mais recentemente, entre 2019 e 2023, verificou-se um aumento de 54% nas bebidas que se enquadram no escalão mais reduzido (teor de açúcar inferior a 2,5 g/100 mL), sugerindo assim que as bebidas refrigerantes atualmente mais consumidas pelos portugueses apresentam um teor de açúcar significativamente menor.
Os dados da monitorização do cumprimento das restrições à publicidade alimentar dirigida a menores de 16 anos, impostas pela Lei n.º 30/2019 de 23 de abril, sugerem, também, que esta medida está a ter a capacidade de restringir a exposição das crianças à publicidade alimentar.
Quanto aos sistemas de rotulagem nutricional simplificados nas embalagens dos produtos alimentares, foram analisados 2743 produtos disponíveis no mercado português (cereais de pequeno-almoço, produtos de charcutaria e similares, produtos de padaria e de pastelaria embalados, produtos lácteos e sobremesas e bebidas). A análise dos resultados demonstra que 25% dos produtos analisados já apresentam um sistema de rotulagem nutricional simplificada. Dos produtos que possuem esta informação, a maioria utiliza o Nutri-Score (40%), seguido do Rótulo de Doses de Referência (31%) e do Semáforo Nutricional (28%).
Desde 2020 que se assiste a uma evolução positiva do desempenho das unidades de saúde para a identificação sistemática do risco nutricional em todos os doentes hospitalizados nas instituições do Sistema Nacional de Saúde (SNS). Porém é ainda necessário melhorar a capacidade de resposta das unidades hospitalares do SNS para esta área.
Drogas psicadélicas para tratar doenças mentais? Aprovações poderão estar para breve
SIC Notícias
Podem ou não as drogas psicadélicas ser utilizados por médicos para tratar doenças mentais? O grupo de trabalho sobre o uso clínico destas substâncias pede cuidado e mais investigação, mas prevê que novas substâncias sejam aprovadas nos próximos anos.
A Ketamina é um anestésico, mas em algumas clínicas em Portugal, mesmo não estando aprovada para esse fim, é também utilizada para tratar a depressão resistente à terapêutica. É uma das substâncias psicadélicas que estão a ser estudadas para que se perceba se podem ser regulamentadas. Os psicadélicos são substâncias que alteram o estado de consciência, através de uma experiência subjetiva temporária.
A Ordem dos Médicos (OM) e a dos Farmacêuticos pedem a regulamentação para que, nos casos em que a ciência o comprove, sejam também usados em tratamentos médicos certificados.
As conclusões do grupo de trabalho sobre o uso clínico de psicadélicos foram apresentadas esta segunda-feira. Com um pedido de especial atenção a questões éticas, preveem, nos próximos anos, a regulamentação do uso de mais substâncias como forma de tratamento em casos de saúde mental.
Médico australiano livre de cancro após usar a própria investigação num tratamento
SIC Notícias
O médico Richard Scolyer foi diagnosticado com um cancro no cérebro incurável. Foi submetido à imunoterapia dupla pré-cirúrgica, um tratamento baseado na própria investigação. Um ano depois, Richard Scolyer continua livre do tumor.
“Há muito tempo que não me sentia tão bem (…). Não significa que estou curado, mas é bom saber que o cancro ainda não voltou.”
O cancro, considerado “incurável”, foi diagnosticado antes de receber o tratamento desenvolvido a partir da sua própria investigação. De acordo com o Hospital CUF, este tipo de tumor no cérebro é o mais frequente e mais agressivo.
Richard Scolyer, Médico
Scolyer descobriu que tinha cancro no cérebro em junho de 2023, depois de sofrer uma convulsão, na Polónia. Na altura, foi submetido à imunoterapia dupla pré-cirúrgica, na qual é administrada uma combinação de imunoterapias antes da cirurgia. Foi o primeiro paciente com cancro no cérebro do mundo a ser submetido a esta técnica. O médico foi também o primeiro paciente a receber uma vacina personalizada, feita de acordo com as características do tumor encontrado.
Scolyer passou por um período complicado durante o tratamento, com convulsões, problemas no fígado e pneumonia.
Georgina Longe, Médica e Investigadora
De acordo com a emissora britânica, os resultados do tratamento experimental, desenvolvido por Scolyer em conjunto com a investigadora e médica Georgina Long, são promissores.
Os dois investigadores revelaram que as hipóteses de cura são “minúsculas”, mas esperam que o tratamento experimental prolongue a vida de Scolyer e que possa vir a ajudar milhares de pessoas.
Hipertensão arterial: urgência do combate ao “assassino silencioso”
Notícias Saúde
Conhecido como o “assassino silencioso”, a hipertensão arterial é um problema de saúde que, explica Denis Gabriel, neurologista e membro da Direção da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (AVC), é urgente combater.
A pressão arterial pode ser definida como a força que o sangue exerce na parede das artérias. A hipertensão arterial (HTA) ocorre quando o fluxo sanguíneo exerce demasiada “força” ou pressão nas artérias.
A longo prazo, pode causar pequenas lesões nas artérias resultando em zonas de maior fragilidade que podem sofrer rotura e resultar numa hemorragia intracerebral, assim como promover a formação de placas de aterosclerose ou mesmo a formação de coágulos sanguíneos. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a hipertensão arterial afeta cerca de 40% da população adulta. Destes, menos de metade está medicada com medicamentos anti-hipertensores e estima-se que só cerca de 11% tenham a HTA controlada.
O trabalho de divulgação pública dos sintomas de AVC permitiu uma melhoria no seu reconhecimento e chegada aos serviços de urgência. Aliados aos avanços recentes no tratamento do AVC isquémico e ao tratamento efetivo dos fatores de risco vasculares (onde se inclui a hipertensão arterial), estes fatores provavelmente contribuíram para a redução do número de anos de vida saudável perdidos após um AVC na ordem dos 39%, entre 1990 e 2021, de acordo com o Global Burden of Disease 2021.
O AVC continua, entre as doenças neurológicas, a ser o “campeão” mundial de anos de vida saudável perdidos (ou DALYs, de disability-adjusted life years) e, de acordo com a mesma fonte, 84% desta perda poderia ser prevenida se houvesse uma redução da exposição aos fatores de risco.
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