Notícias da Saúde em Portugal 368

Terça-feira, 04 de junho de 2024

Novos biomarcadores vão permitir personalizar vacinação contra a gripe

Notícias Saúde

Embora a infeção por gripe seja uma ameaça significativa para a saúde pública, causando doenças graves em três a cinco milhões de pessoas por ano em todo o mundo e cerca de 650.000 mortes, a eficácia das vacinas varia consideravelmente entre indivíduos, dependendo dos tipos de vacina e das circunstâncias individuais. Agora, um grupo de investigadores desenvolveu uma forma de classificar a imunidade das pessoas, permitindo a identificação precoce daqueles que não vão responder bem à vacinação regular, o que pode ajudar a reduzir os casos de gripe e os encargos nos sistemas de saúde.

“Depois de examinarmos o seu estado de anticorpos antes e depois da vacinação, utilizámos uma tecnologia para identificar proteínas e metabolitos que poderiam servir como marcadores preditivos para a identificação de indivíduos com baixos níveis de proteção mesmo após a vacinação.”

Nhan Nguyen, Investigador

Os resultados foram consistentes ao longo das quatro épocas de gripe e das quatro atualizações diferentes das vacinas contra a gripe. “Cada vacina contra a gripe sazonal foi concebida para proteger contra três ou quatro vírus da gripe diferentes, pelo que há muitos fatores envolvidos na resposta de um indivíduo à vacina. O nosso objetivo era identificar os sinais robustos de resposta que se estendiam por diferentes épocas de gripe e eram consistentes, apesar das variações na resposta do mesmo indivíduo a diferentes vírus da gripe”, explica Nguyen.

Os investigadores esperam que os biomarcadores que identificaram como estando relacionados com a resposta de um indivíduo à vacina permitam o desenvolvimento de uma administração personalizada da mesma: por exemplo, vacinas com doses mais elevadas, vacinações repetidas ou vacinas que incluam um adjuvante para aumentar a resposta. Estes biomarcadores, por sua vez, reduzirão o custo do rastreio da resposta à vacina e aumentarão a proteção contra a infeção. Ou seja, esta investigação poderá levar ao desenvolvimento de estratégias adaptadas e individualizadas para a administração de vacinas contra a gripe.

IA ajuda a prever os resultados do tratamento de pacientes com peri-implantite

Jornal Dentistry

A peri-implantite, uma condição em que o tecido e o osso ao redor dos implantes dentários são infetados, afeta cerca de um quarto dos pacientes com implantes dentários.

Atualmente não há uma forma fiável de avaliar como os pacientes responderão ao tratamento desta condição. Para esse fim, uma equipa liderada pela Faculdade de Medicina dentária  da Universidade de Michigan desenvolveu um algoritmo de “machine learning”, um tipo de Inteligência Artificial (IA), para avaliar o risco de um paciente após tratamentos cirúrgicos de peri-implantite.

O algoritmo é denominado FARDEEP, que significa Desconvocação Rápida e Robusta de Perfis de Expressão. No estudo, os pesquisadores usaram o FARDEEP para analisar amostras de tecido de um grupo de pacientes com peri-implantite, que estavam a receber terapia reconstrutiva e quantificaram, em cada amostra, a abundância de bactérias nocivas e de certas células imunológicas que combatem infeções.

Constataram que pacientes com baixo risco de doença periodontal apresentaram mais células imunológicas altamente adeptas ao controlo de infeções bacterianas, disse Yu Leo Lei.

A peri-implantite pode levar à perda óssea progressiva, sangramento, pus e eventual perda dos implantes dentários e das coroas ou dentaduras associadas que suportam. A substituição de um novo implante dentário no local previamente danificado é muitas vezes um desafio devido à má qualidade óssea e ao atraso na cicatrização. A manutenção preventiva do implante e o controlo a longo prazo da peri-implantite tornam-se parte da prática rotineira após a reconstrução do implante.

Mais ensaios clínicos em humanos são necessários antes que o FARDEEP esteja pronto para ser amplamente utilizado pelos médicos dentistas.

A porta de entrada no Serviço Nacional de Saúde é a Linha SNS 24

SNS

A resposta do Ministério da Saúde ao nível dos serviços de urgências será sempre dada através do SNS 24.

  •  A resposta do Ministério da Saúde para o Plano de Verão é o SNS 24.

  • A Linha SNS Grávida está disponível desde o 1 de junho para encaminhar as utentes para a urgência mais próxima da sua área de residência.

  • Para as restantes urgências a recomendação é a mesma: ligar primeiro para o SNS 24.

O Plano de Emergência da Saúde, apresentado na semana passada, contempla já a Linha SNS Grávida – acessível através do mesmo número do SNS 24 –, dando resposta à procura de urgências de ginecologia/obstetrícia, enquanto área em que se sentem maiores dificuldades no SNS.

Através deste contacto com o SNS Grávida, a utente será encaminhada para o serviço mais próximo da sua área de residência. No que respeita às restantes urgências, a recomendação é a mesma: ligar sempre para o SNS 24 e o utente ficará a saber qual é o serviço mais próximo.

Ligar primeiro para o SNS 24 é salvar vidas.

Utentes dizem que qualidade dos serviços e tempos de espera no SNS pioraram

Observador

A perceção dos utentes sobre a qualidade dos serviços prestados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) piorou em 2023 na maioria dos indicadores, com os tempos de espera a agravarem-se, mas a facilidade de marcação e admissão a melhorar.

Segundo o índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA IMS), que serão esta terça-feira apresentados, a perceção da qualidade dos serviços e dos tempos de espera em unidades de saúde continua a ser o principal ponto fraco (caiu para 64,5 pontos) do SNS.

Outro ponto fraco, embora tendo registado melhoria, foi a facilidade de acesso aos cuidados de saúde. Os profissionais de saúde e a qualidade da informação fornecida por estes profissionais são os principais pontos fortes do SNS na ótica dos utentes. O índice indica ainda que as áreas prioritárias de ação no SNS devem ser a facilidade de acesso aos cuidados e os tempos de espera. Segundo o índice, a maioria dos portugueses (74,1%) considera o seu estado de saúde atual “bom” ou “muito bom”, uma percentagem superior à registada em 2022.

O índice de Saúde Sustentável, que quantifica a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, é desenvolvido pela NOVA IMS, em parceria com a biofarmacêutica AbbVie e os últimos resultados deste trabalho serão apresentados esta terça-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

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