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Segunda-feira, 17 de junho de 2024

"Estigma e ignorância históricos": Porque é que a Europa tem dificuldade em diagnosticar a ADHD em adultos?

Euronews

Apesar da sua prevalência, a perturbação de défice de atenção, ou ADHD, continua a ser uma das doenças mais mal compreendidas e negligenciadas na Europa.

Caraterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade (PHDA/TDAH), esta doença neurodivergente tornou-se um desafio não só para as crianças que afeta mais frequentemente, mas também para os adultos que continuam a debater-se com os seus sintomas até mais tarde na vida. O subdiagnóstico e o subtratamento desta doença criaram barreiras significativas, impedindo um apoio eficaz às pessoas afetadas.

O Dr. Tony Lloyd, Diretor Executivo da ADHD Foundation, atribui uma das principais razões para este problema ao estigma histórico e às conceções erradas. Nos últimos anos, no entanto, assistiu-se a uma mudança significativa, com um aumento no reconhecimento e diagnóstico da TDAH/PHDA, particularmente intensificado pela pandemia da COVID-19.

Compreender a PHDA na Europa e os seus desafios

Embora a pandemia tenha aumentado o reconhecimento e o apoio ao TDAH, este continua a ser subdiagnosticado na Europa, segundo os especialistas. Por exemplo, no Reino Unido, a taxa de diagnóstico de TDAH é significativamente baixa.

"No Reino Unido, apenas 13% das crianças com TDAH são medicadas e apenas 11% dos adultos. Por isso, é significativamente subdiagnosticada e significativamente subtratada."

Tony Lloyd, Diretor Executivo da ADHD Foundation

Nesta notícia poderá ainda ler sobre:

  • A PHDA tem uma imagem pública bastante negativa.

  • Como é diagnosticada a PHDA?

  • Disparidade de género no diagnóstico da PHDA.

  • Gerir a PHDA para além da medicação

Agência Europeia do Medicamento investiga analgésico ligado a casos de morte — produto é vendido em Portugal

Sapo

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) abriu na sexta-feira uma investigação a medicamentos para as dores contendo metamizol.

O metamizol é um medicamento utilizado para o tratamento da dor e febre há cerca de 40 anos. Em Portugal, os medicamentos comercializados contendo metamizol são o Nolotil, o Dolocalma, o Metamizol Magnésico Tolife e o Metamizol Vitória.

A investigação da EMA iniciada esta sexta-feira "vai analisar o risco de agranulocitose, uma queda repentina nos glóbulos brancos que pode levar a infeções graves, e medidas para minimizá-la". A EMA irá agora "rever o risco de agranulocitose para todos os medicamentos contendo metamizol autorizados na União Europeia, nos diferentes usos autorizados, e as medidas de minimização aos riscos existentes". Após a análise será "emitida uma recomendação sobre se as autorizações de comercialização deste medicamento devem ser mantidas, alteradas ou suspensas em toda a União Europeia".

Em outubro de 2023, um britânico de 42 anos a viver em Espanha morreu após uma aparente reação alérgica ao metamizol. Este procurou ajuda por causa de uma dor no ombro numa clínica local e recebeu uma injeção com metamizol, tendo falecido dias depois.

“Estes medicamentos não devem ser utilizados em doentes com reações hematológicas prévias ao metamizol, em tratamento com imunossupressores ou outros medicamentos que possam causar agranulocitose. Deve ser tida particular atenção à prescrição destes medicamentos em doentes idosos.”

INFARMED, I.P.

Os doentes a quem foi prescrito metamizol não devem interromper o tratamento, mas sim consultar o médico caso surjam sintomas de discrasia sanguínea, tais como mal-estar geral, infeção, febre persistente, hematomas, hemorragias ou palidez, acrescentou o regulador nacional à data.

Aos médicos prescritores e restantes profissionais de saúde, o INFARMED, I.P. solicitou especial atenção para a prevenção e/ou deteção precoce do aparecimento deste ou de outros efeitos indesejáveis.

Atlas genético mostra que doença gengival pode ser causada por imunossupressão de células da pele na boca

OJornalDentistry

Investigadores criaram, pela primeira vez, um atlas integrado da sequenciação do RNA unicelular (scRNAseq) do periodonto humano, os tecidos especializados na boca que ligam os dentes ao osso subjacente.

Milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de doença gengival (periodontite). Além da dor e da perda de dentes, esta doença também está associada a mais de 60 doenças sistémicas, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2,  Alzheimer e doenças inflamatórias intestinais. Este atlas ajudará a identificar os ambientes únicos que impactam no desenvolvimento da doença gengival (periodontite), levando a tratamentos melhores e mais precisos.

Uma equipa de investigação internacional, liderada pelo Dr. Kevin Byrd, da American Dental Association, e que inclui Inês Sequeira, do Instituto de Medicina Dentária da Queen Mary University of London, analisou amostras retiradas de projetos de sequenciação do RNA unicelular publicados anteriormente para criar um atlas integrado de periodontite de tecidos humanos.

"Esta pesquisa destaca as intrincadas interações célula-micróbio e respostas imunes dentro do nicho periodontal, abrindo caminho para intervenções periodontais de precisão para combater a inflamação crónica."

Inês Sequeira, Doutora

EUA realizaram campanha de desinformação durante a pandemia para descredibilizar a China

SIC Notícias

No auge da pandemia e numa altura em que desinformação era um dos assuntos em cima da mesa, os Estados Unidos da América (USA) terão recorrido às redes sociais para espalhar teorias da conspiração de forma a combater aquilo que consideravam ser a crescente influência da China nas Filipinas.

De acordo com uma investigação divulgada na sexta-feira pela Reuters, o objetivo era deixar no ar a dúvida sobre a eficácia das vacinas e de outros produtos que eram fabricados e fornecidos pela China. As publicações questionavam a qualidade das máscaras, dos kits de testes e da primeira vacina Sinavoc, que foi distribuída no Sudoeste Asiático.

A investigação identificou pelo menos 300 contas na rede social X (antigo Twitter), que correspondiam às descrições dadas por ex-oficiais militares dos EUA que conheciam a operação à agência noticiosa. Foram quase todas criadas no verão de 2020 e muitas vezes utilizavam a hashtag “#Chinaangvirus”, escrita em tagalo, a língua oficial das Filipinas.

“A covid veio da China e a vacina também veio da China, não confiem na China!”, lê-se num dos tweets divulgados pela Reuters.

A campanha durou menos de 1 ano. Teve início na primavera de 2020 e terminou em meados de 2021. Apanhou o início da pandemia e expandiu-se para além do sudoeste asiático. As publicações, criadas de forma coordenada pelos EUA, foram pensadas para atingir um público maioritariamente muçulmano. As teorias falsas diziam que como as vacinas incluíam gelatina de porco, as injeções na China poderiam ser consideradas proibidas pela lei islâmica.

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