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A insónia crónica pode acelerar o envelhecimento do cérebro. Mas até que ponto?

Euronews

As pessoas com insónia crónica, ou que têm dificuldade em dormir pelo menos três noites por semana durante três meses ou mais, têm 40% mais probabilidades de desenvolver demência ou problemas cognitivos ligeiros do que as pessoas que dormem normalmente, de acordo com o estudo publicado na revista Neurology. Isto traduz-se em 3,5 anos adicionais de envelhecimento do cérebro, segundo o estudo.

Os resultados "juntam-se a um conjunto crescente de provas de que o sono não tem apenas a ver com o descanso - tem também a ver com a resiliência do cérebro", afirmou num comunicado Diego Z. Carvalho, um dos autores do estudo e neurologista da Clínica Mayo, nos EUA.

Em geral, 14% das pessoas com insónia desenvolveram demência ou deficiência cognitiva ligeira, em comparação com 10% das pessoas sem insónia. As pessoas com insónia crónica também registaram declínios mais acentuados nos testes de raciocínio ao longo dos anos.

Os resultados mantiveram-se mesmo depois de os investigadores terem tido em conta fatores como a idade, a hipertensão arterial, a apneia do sono e o uso de medicamentos para dormir.

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FDI aprova nove declarações para o futuro da medicina dentária

OMD

A Federação Dentária Internacional (FDI) aprovou nove declarações políticas em matéria de saúde oral durante a sua assembleia-geral, que decorreu em Xangai (China), no âmbito do congresso mundial de medicina dentária, realizado de 9 a 12 de setembro.

A Ordem dos Médicos Dentistas teve uma participação ativa neste processo, com particular destaque para os contributos apresentados relativamente às declarações sobre Registos Eletrónicos de Saúde, Flúor Tópico e Normas ISO, que foram incluídas na versão final dos documentos.

Em Xangai, a OMD esteve representada institucionalmente pelo bastonário, Miguel Pavão, pela vice-presidente do Conselho Diretivo (CD), Maria João Ponces, e pelo vogal do CD, António Cabral. A delegação portuguesa marcou presença nos trabalhos, reforçando o seu papel na defesa e na promoção da saúde oral e da profissão.

Para além destas matérias, a FDI aprovou ainda outras declarações estratégicas:

Durante o evento, Miguel Pavão reuniu-se com o presidente do Consejo General de Dentistas de España, Óscar Castro Reino, com o objetivo de consolidar a aliança ibérica entre as duas instituições perante os desafios comuns em matéria de saúde oral.

Recorde-se que a OMD e o Consejo General de Dentistas de España assinaram, em 2023, a Declaração do Porto, um protocolo que estabelece como metas a melhoria do acesso da população à saúde oral e o posicionamento dos desafios ibéricos no contexto europeu.

A FDI anunciou ainda o tema do Dia Mundial da Saúde Oral de 2026, que será “Uma boca saudável… uma vida feliz”. Este slogan faz parte da campanha trienal da FDI, com o tema geral “Uma boca saudável é…”, que visa promover a consciencialização sobre a importância da saúde oral em várias dimensões da vida.

MedSUPPORT | Testemunho da semana

"Equipa com profissionalismo, à vontade nos assuntos a tratar e sempre disponível para ajudar."

Sr. Francisco Castro -Dentalcastro, Lda. - Vila Nova de Famalicão

Análise ao sangue identifica cancro de cabeça e pescoço associado ao HPV até 10 anos antes dos sintomas

Notícias Saúde

Ao contrário do cancro do colo do útero causado ​​pelo HPV, não existe um teste de rastreio para os de cabeça e pescoço. Isto significa que os doentes costumam ser diagnosticados depois de o tumor atingir muitas células, causando sintomas e espalhando-se para os gânglios linfáticos. E significa também que uma forma de rastreio poderia detetar estes cancros muito mais cedo, o que podem traduzir intervenções de tratamento mais precoces para os doentes.

Num novo estudo, financiado pelo governo norte-americano e publicado no Journal of the National Cancer Institute, investigadores do Mass General Brigham revelam que uma nova ferramenta de biópsia líquida que desenvolveram, chamada HPV-DeepSeek, pode identificar o cancro de cabeça e pescoço associado ao HPV até 10 anos antes do surgimento dos sintomas.

Ao detetar cancros mais precocemente com este novo teste, os doentes podem ter maior sucesso no tratamento e exigir um regime menos intensivo, de acordo com os autores.

“O nosso estudo mostra, pela primeira vez, que podemos detetar com precisão cancros associados ao HPV em indivíduos assintomáticos muitos anos antes de serem diagnosticados com cancro”

Daniel L. Faden, oncologista cirúrgico de cabeça e pescoço e investigador

Utilizando a aprendizagem automática, os investigadores conseguiram aumentar o poder do teste, permitindo-lhe identificar com precisão 27 dos 28 casos de cancro de cabeça e pescoço, incluindo amostras recolhidas até 10 anos antes do diagnóstico.

Futuro vai tornar estetoscópio digital e passá-lo para a mão do doente

Observador

Inteligência Artificial vai trazer mudanças ao mundo da saúde, capacitando os doentes e "colocar-lhes na mão o instrumento símbolo do médico: o estetoscópio" deixando ao médico o papel de educador.

O especialista em inteligência artificial na saúde Guilherme Hummel defende que o maior sinal da autonomia que o paciente ganhará no futuro é o estetoscópio tornar-se digital e passar da mão do médico para a do doente.

“Na primeira triagem, o que é que o médico faz? Ele mede os sinais vitais, o que é perfeitamente possível com dispositivos digitais, à distância”.

Pede igualmente mais educação em saúde para toda a população e diz que, a médio/longo prazo, não terá qualquer nexo uma criança de sete anos não saber nada sobre o seu aparelho reprodutor, ou sobre obesidade, “mas saber os afluentes dos rios”.

“A Grã-Bretanha obrigou todas as escolas desde a primeira infância a ter saúde básica”, exemplificou, defendendo que só com mais literacia em saúde se pode evoluir para o desejável autocuidado.

O especialista vai participar, dia 18 de setembro, numa conferência sobre IA na saúde, que decorrerá em Lisboa, no auditório dos Serviços Sociais da autarquia.

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