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Portugal lidera elaboração de nova orientação europeia sobre classificação de substâncias ativas

INFARMED, I.P

A Direção Europeia da Qualidade dos Medicamentos e Cuidados de Saúde (EDQM) publicou uma nova orientação sobre a classificação de substâncias ativas relativamente ao seu regime de dispensa — ou seja, se devem ser disponibilizadas mediante receita médica ou sem necessidade de prescrição. O documento teve como relator Portugal, através de Sandra Monteiro, da Direção de Avaliação de Medicamentos (DAM) do INFARMED, I.P, reforçando mais uma vez a participação ativa do instituto público a nível europeu.

O seu objetivo é contribuir para uma maior harmonização das decisões sobre a classificação de medicamentos em toda a Europa, quer através da aplicação direta do documento, quer por via das recomendações emitidas pelo comité. A nível nacional os princípios constantes desta norma orientadora já são tidos em conta na avaliação da classificação quanto dispensa de medicamentos.

O documento propõe uma avaliação em dois níveis. No primeiro nível, são analisadas as características da substância ativa, a forma farmacêutica/via de administração, bem como a indicação terapêutica, permitindo determinar se o medicamento deve ser classificado como sujeito a receita médica ou se necessita de avaliação adicional com a perspetiva de poder ser dispensado sem receita.

Quando aplicável, o segundo nível considera outros parâmetros essenciais para uma eventual dispensa sem receita, como a utilização do medicamento em contexto de não-prescrição, o perfil de segurança, a posologia, a duração do tratamento, a utilização por populações especiais, as medidas de mitigação de risco, os dados pós-comercialização disponíveis e o impacto socioeconómico.

Novo autoteste de gripe usa o paladar para detetar infeção em minutos

Notícias Saúde

O novo princípio pode tornar o diagnóstico da gripe mais rápido, mais barato e mais fácil no futuro, permitindo o sue uso a qualquer pessoa, a qualquer hora, em qualquer lugar, por exemplo, sob a forma de pastilha elástica ou chupa-chupa que reage aos vírus da gripe presentes na saliva das pessoas infetadas e liberta um aromatizante. Na boca de indivíduos não infetados, porém, nada aconteceria. Isto permitiria que as pessoas afetadas detetassem uma infeção em poucos minutos, sem necessidade de laboratório, eletricidade ou pessoal médico.

“Esta estratégia abre novas possibilidades para a deteção precoce e o controlo da gripe em todo o mundo”

Lorenz Meinel, responsável da Cátedra de Formulação e Administração de Medicamentos da Universidade de Würzburg e líder do estudo

A nova ferramenta de diagnóstico consiste na molécula sensora timol, uma substância natural encontrada no tomilho, entre outras substâncias, e um bloco de construção de açúcar específico para o vírus. Ao entrar em contacto com vírus da gripe ativos, estes libertam o timol, criando um sabor claramente reconhecível na boca.

O princípio é flexível: tanto o transportador de sabor como o componente de reconhecimento podem ser adaptados. Por exemplo, o sistema pode ser equipado com sabores doces, amargos ou salgados, mesmo aqueles que são adequados para crianças. Também pode ser transferido para diferentes agentes patogénicos.

Os investigadores estão agora a trabalhar para incorporar os sensores em pastilhas elásticas ou chupa-chupas e tornar o sistema de diagnóstico adequado para a produção em massa. Para tal, estão a colaborar com a FlareOn Biotech GmbH, uma startup fundada em 2024 pela Universidade de Würzburg. O processo de desenvolvimento deverá demorar cerca de quatro anos.

Plataforma da Evita já identificou risco elevado de cancro em mais de 2.300 pessoas

SIC Notícias

A plataforma lançada pela associação Evita - Cancro Hereditário já permitiu a mais de 2.300 pessoas medir o risco de cancro, em mais de 80% dos casos o risco era elevado e foi recomendado que procurassem aconselhamento genético.

Em declarações à Lusa, a presidente da Evita, Tamara Milagre, considerou que ainda há "uma grande barreira" no acesso ao aconselhamento e teste genético "por falta de literacia genética nos profissionais de saúde fora da oncologia médica e da genética humana".

Dando o exemplo do médico de família - o profissional mais próximo do utente -, a responsável disse que este profissional, que tem com ele a história familiar da pessoa, "não sabe ao certo reconhecer os padrões".

"Às vezes pode ser um cancro da mama que está relacionado com um cancro do estômago, ou pode ser um cancro do pâncreas que está relacionado com um cancro da próstata de outro familiar. São padrões complexos e nós tentamos facilitar essa identificação e (..) fazer uma espécie de primeira triagem de quem iria beneficiar ou não de um aconselhamento genético", explicou.

Explica que na Evita Platform a pessoa pode preencher um questionário de 10 perguntas, que é baseado nas recomendações nacionais do Grupo de Trabalho de Cancro Hereditário da Sociedade Portuguesa de Oncologia e que conseguem abranger qualquer síndrome de cancro hereditário.

"São questões gerais, por exemplo, se teve na sua família uma pessoa com mais do que um cancro primário", explicou a responsável, dando como exemplo concreto o caso de alguém que na família tiver quem tenha tido um cancro da mama e, mais tarde, um cancro dos ovários.

Se o utilizador responder sim a uma das 10 perguntas, a Evita recomenda que se procure aconselhamento genético que, no futuro, pretende proporcionar também dentro da plataforma, "num espaço seguro, numa ferramenta integrada para fazer telemedicina em videochamada com a nossa médica geneticista".

Explicou que, neste momento, quem faz o teste na plataforma e recebe como resultado a indicação de que tem risco elevado de ter cancro, o conselho é para que leve os dados ao médico de família.

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  • Aconselhamento psicológico

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Investigadores espanhóis detetam e eliminam mutações causadoras de vários tipos de cancro

Notícias S+

Investigadores espanhóis conseguiram detetar e eliminar mutações no gene KRAS que podem impulsionar o desenvolvimento de vários tipos de cancro, noticiou na terça-feira a Europa Press.

O gene KRAS atua como um interruptor molecular que informa as células sobre quando devem crescer e dividir-se, segundo os investigadores do Centro de Investigação Genómica e Oncológica da Pfizer da Universidade de Granada e do Governo Regional da Andaluzia, que realizaram o estudo, em Espanha.

De acordo com o estudo, quando o KRAS sofre uma mutação, "este interruptor fica preso na posição ligado", causando uma multiplicação descontrolada" que resulta em tumores agressivos e um mau prognóstico (previsão sobre o desenvolvimento de uma doença), refere a Europa Press.

As mutações do gene KRAS causam cancro do pulmão, do pâncreas e do cólon, alguns dos mais letais, segundo a investigação. Para eliminar as mutações associadas ao crescimento tumoral, os investigadores desenvolveram uma terapia baseada no sistema de edição genética HiFi-Cas9.

O sistema utilizado permite aos cientistas editar o DNA com precisão, cortando e modificando genes específicos para tratar doenças, sendo este, uma versão de "alta fidelidade do sistema de edição genética CRISPR-Cas9", segundo a Europa Press.

A estratégia foi validada em testes com células e em tecidos de ratos com cancro do pulmão. Nas células, a edição genética "reduziu drasticamente a viabilidade das células tumorais portadoras do KRAS mutado" segundo a Europa Press.

Nos tecidos de ratos, a edição com HiFi-Cas9 atrasou "significativamente o crescimento tumoral" e em alguns casos, a eficácia foi ainda superior à do medicamento para o cancro do pulmão Sotorasibe, segundo a mesma fonte.

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