Notícias da Saúde em Portugal 693

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Apresentações do 33º Congresso publicadas na revista indexada BMC Proceedings

OMD

Os trabalhos científicos que foram submetidos no âmbito do 33º Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, em 2024, foram publicados na passada terça-feira, dia 7 de outubro de 2025, na revista indexada BMC Proceedings.

De referir que esta é a segunda vez que as apresentações científicas são integradas num meio científico global e o acordo entre a OMD e a editora BioMed Central Limited/Springer Nature prevê que estes trabalhos sejam publicados sem qualquer custo para os seus autores.

Investigadores portugueses estão a testar medicamento para a cegueira

SIC Notícias

Investigadores portugueses estão a preparar um ensaio clínico que pretende descobrir se um medicamento para a diabetes pode ser usado para tratar a principal causa de cegueira a partir dos 55 anos em países desenvolvidos.

A degenerescência macular da idade, ou DMI, tem três fases e desenvolve-se por norma apenas num olho, podendo mais tarde surgir no outro. As causas podem ser múltiplas: idade, fatores genéticos e ambientais.

Existe tratamento apenas para a fase mais avançada, mas os investigadores portugueses querem mudar este cenário.

Para isso, neste ensaio clínico - com doentes da Unidade Local de Saúde de São José - vai ser testado um novo uso para um medicamento que, até agora, é apenas usado para tratar a diabetes.

Vai envolver 140 doentes: 70 recebem o medicamento, os outros 70 vão servir para comparação. Deve arrancar no início de 2026.

A DMI não tem cura. Em Portugal, estima-se que afete mais de 350 mil pessoas. Cerca de 45 mil estão na fase avançada.

Porque não conseguimos viver sem café? Os segredos da ciência e uma história antiga

SIC Notícias

O mundo consome cerca de 2,5 mil milhões de chávenas por dia.

Beber café é quase um ritual de passagem para a vida adulta, embora muitos comecem ainda na adolescência. Em Portugal, 80% das pessoas bebem café diariamente, segundo a Associação Industrial e Comercial do Café - e há quem seja mais fã da tradicional bebida de todas as manhãs.

Enquanto em Portugal, cada pessoa consome, em media, 5kg de café por ano, esse número per capita ultrapassa os 10kg na Finlândia, que lidera o ranking. Os outros países nórdicos, Noruega, Islândia, Suécia e Dinamarca, estão também no topo da lista, de acordo com um relatório da European Coffe Federation.

Vários estudos, publicados ao longo dos anos, provam que o consumo moderado de café traz uma série de benefícios para a saúde (até para a expectativa de vida), principalmente se ingerido pela manhã. Mas os efeitos mais destacados são aqueles que são sentidos no dia a dia: a capacidade de aumentar os níveis de energia e concentração. É por isso que é tão comum beber um chávena para 'acordar'.

Este fenómeno deve-se à cafeína, um estimulante natural presente no café que bloqueia o neurotransmissor inibitório do cérebro, a adenosina, que quando se acumula promove o sono e suprime a excitação. Como consequência da ingestão da bebida, aumentam os disparos neuronais e a libertação de neurotransmissores como a dopamina e a norepinefrina.

Além disso, há um fator cultural e histórico. Foi na Etiópia, entre 1490 e 1640, que os portugueses tiveram o primeiro contacto com o hábito de beber café, que tornar-se-ia popular na Europa a partir do século XVII. A instalação no cotidiano das sociedades torna quase inevitável que, pelo menos, se prove uma chávena de café em algum momento da vida.

Uma dose diária moderada não deve ultrapassar mais do que 400mg de cafeína, segundo a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA. Em Portugal, onde o café expresso é o favorito da maioria, é difícil calcular a quantidade ideal de café, já que as cápsulas possuem diferentes níveis de cafeína. Estima-se que até três ou quatro cápsulas seja um consumo moderado.

Campanha quer ajudar a "pesar" os medos do impacto da obesidade

Observador

Sociedades médicas e de doentes lançam esta segunda-feira uma campanha para ajudar quem vive com obesidade a enfrentar os medos do impacto da doença, que está associada a 200 outras doenças e dezenas de tipos de cancro.

Em declarações à Lusa, a presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), Paula Freitas, explicou que a iniciativa pretende alertar para todas as doenças ligadas à obesidade, muitas delas as pessoas nem relacionam.

“Se tiver obesidade, eu tenho medo de não viver o suficiente para criar os meus filhos. (…) Mas muitas vezes as pessoas têm medo do cancro, mas ninguém associa o cancro à obesidade. (…) as pessoas têm medo de ficar limitadas, mas não associam que aquilo que está na base daquelas 200 doenças ou comorbidades é a obesidade”

Paula Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM)

A campanha, sob o mote “Quanto pesa o medo?” e que estará presente nas televisões, hospitais, farmácias e plataformas digitais, defende que a empatia e compreensão pelos medos e angústias que muitos sentem perante os desafios do excesso de peso e da obesidade “é uma parte essencial para gerir esta doença”, que pode comprometer a saúde física, mental e emocional.

A presidente da SPEDM lembrou que o estigma e o preconceito “está enraizado nas próprias pessoas que vivem com a obesidade, na sociedade em geral, mas também nos profissionais de saúde”, que muitas vezes ainda consideram que o tratamento da obesidade “é o coma menos e mexa-se mais”.

Paula Freitas recordou que os tratamentos existentes para a obesidade assentam em “três pilares fundamentais” — alterações comportamentais, medicação e cirurgia — e lembra que a primeira coisa que quem sofre de obesidade deve fazer é procurar ajuda médica.

A presidente da SPEDM recorda que há terapêuticas médicas muito eficazes e que são muito seguras e bem toleradas, insistindo: “hoje, felizmente, podemos tratar as pessoas que têm obesidade como tratamos as que têm diabetes, hipertensão, colesterol alto ou doença cardiovascular”.

Apontou ainda a carga económica da obesidade, lembrando um estudo da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) que mostrou que só os custos diretos associados à obesidade rondam 1,2 mil milhões de euros (representavam na altura 0,6% do PIB e 5,8% das despesas em saúde em Portugal).

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