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Notícias da Saúde em Portugal 696
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Implantado na Alemanha dispositivo que permite a tetraplégico controlar braço robótico com a mente
SIC Notícias
Uma equipa de cientistas alemães realizou pela primeira vez na Europa uma cirurgia em que implantou num paciente tetraplégico um dispositivo que permite controlar com a mente um telemóvel e um braço robótico, noticiou ontem a Europa Press.
O professor de neurotecnologia translacional da universidade, Simon Jacob, destacou que é a primeira vez na Europa que uma interface (dispositivo) cérebro-computador é implementada em doentes tetraplégicos.
Após uma cirurgia com uma duração superior a cinco horas, a equipa conseguiu implantar o dispositivo personalizado, que possui 256 microeléctrodos (condutores elétricos pequenos) que captam sinais da parte do cérebro que planeia e executa movimentos para agarrar, segurar ou apanhar objetos.

Os cientistas esperam que o paciente tetraplégico (paralisado do pescoço para baixo) Michael Mehringer, de 25 anos, consiga controlar os dispositivos com o pensamento.
Após a operação, iniciou-se uma fase de investigação em que Michael Mehringer e os cientistas reúnem-se num laboratório duas vezes por semana e ligam um computador ao implante para extrair a atividade neural dos sinais transmitidos.
Os dados recolhidos são utilizados para treinar algoritmos de Inteligência Artificial (IA) que associam padrões específicos de atividade cerebral aos movimentos que Michael Mehringer pretende realizar.
Para treinar os movimentos, Mehriger mexe num rato de computador e clica num botão, sendo que os cientistas esperam que o procedimento ajude o paciente a aprender a controlar o braço robótico. De acordo com os investigadores, o dispositivo facilitará a investigação que pode ajudar a restaurar a independência e melhorar a qualidade de vida dos pacientes tetraplégicos.
Consumo de fast food afeta a memória mais depressa do que se pensava
SIC Notícias
Bastam quatro dias de fast food para o cérebro começar a ressentir-se. Hambúrgueres, batatas fritas e outros alimentos ultraprocessados não só pesam na balança como também perturbam os circuitos da memória. Um estudo da Universidade da Carolina do Norte concluiu que uma dieta ocidental rica em gordura altera rapidamente o funcionamento de células cerebrais essenciais à memória, embora os danos possam ser revertidos.
“Sabíamos que a dieta e o metabolismo podiam afetar a saúde cerebral, mas não esperávamos encontrar um grupo tão específico e vulnerável de células (os interneurónios CCK do hipocampo) diretamente perturbado por uma exposição de curto prazo a uma dieta rica em gordura”
Diversos estudos anteriores já apontavam os efeitos de uma alimentação desequilibrada a nível cognitivo, e alguns estabelecem mesmo uma relação direta com doenças neurológicas, como o Alzheimer. No entanto, a investigação agora divulgada identificou um mecanismo desconhecido, envolvendo um grupo específico de células cerebrais afetadas por alimentos gordurosos num curto espaço de tempo.
Embora o estudo tenha sido realizado em ratos, os investigadores acreditam que os mecanismos celulares observados são semelhantes nos humanos, o que reforça os alertas sobre o impacto de uma alimentação rica em gordura saturada e alimentos processados no aumento do risco de demência e Alzheimer.

Contudo, há boas notícias. Quando a dieta rica em gordura foi interrompida e os níveis de glicose cerebral restaurados, a atividade dos interneurónios CCK regressou ao normal. Os ratos recuperaram a função das células piramidais, essenciais à memória de curto prazo, e os défices cognitivos desapareceram.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de alimentos ultraprocessados está a aumentar em todo o mundo e representa já mais de metade das calorias ingeridas em muitos países ocidentais. Além da obesidade e das doenças cardiovasculares, este padrão alimentar pode acelerar o declínio cognitivo, uma tendência que os cientistas acreditam que pode ser revertida.
“O cérebro tem uma notável capacidade de recuperação quando volta a ter acesso à energia de que precisa. Pequenas mudanças nos hábitos alimentares ou períodos controlados de jejum podem ser suficientes para restaurar a saúde das células da memória”, conclui a equipa de investigação responsável pelo estudo publicado na revista científica Neuron.
Modelo de IA gerou hipótese sobre cancro depois confirmada em experiência
CNN
Um modelo de inteligência artificial (IA) gerou uma hipótese sobre o comportamento das células cancerígenas, posteriormente confirmada numa experiência com células vivas, divulgou na quarta-feira a Google, considerando a investigação um marco para a ciência.
O modelo, denominado Cell2Sentence-Scale 27b (C2S-Scale), faz parte de uma colaboração com a Universidade de Yale e baseia-se na família Gemma de modelos abertos.
"O C2S-Scale gerou uma nova hipótese sobre o comportamento das células cancerígenas e, desde então, confirmámos a sua previsão com validação experimental em células vivas. Esta descoberta revela um novo caminho promissor para o desenvolvimento de terapias para combater o cancro", detalhou a Google.

O CEO da Google, Sundar Pichai, destacou a notícia na rede social “X” e realçou que este potencial está sujeito a "mais testes clínicos e pré-clínicos". Por isso, a empresa decidiu partilhar o modelo e outros recursos com os investigadores das plataformas HuggingFace e GitHub.
O objetivo era encontrar um medicamento que impedisse que alguns tumores se tornassem invisíveis para o sistema imunitário e os obrigasse a exibir sinais que desencadeiem uma resposta imunitária através do processo de "apresentação de antigénios", o que representa um desafio para a imunoterapia contra o cancro.
A Google observou que os investigadores de Yale estão agora a explorar o "mecanismo descoberto e a testar previsões adicionais geradas pela IA noutros contextos imunológicos".
Cancro do fígado vai roubar cerca de 6.600 vidas em cinco anos, estima estudo nacional
Notícias Saúde
Quando se fala de cancro do fígado, é grande a probabilidade deste ser um carcinoma hepatocelular, que tem origem nas principais células que constituem este órgão, representando cerca de 90% dos casos de cancro primário do fígado em adultos.
E é este o foco de um estudo, realizado em 2022 e publicado recentemente, que visou estimar a carga de doença e o custo deste tipo de cancro em Portugal, entre 2023 e 2027.
A prevalência anual desta forma de cancro do fígado vai aumentar, como refere o estudo, realizado numa parceria entre a Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado, a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia e a Exigo Consultores, com o apoio da Roche, passando de 4.151 pessoas com a doença em 2023 para 4.851 em 2027.

Tendo em conta que 51,2% dos doentes são diagnosticados em estágios avançados, com apenas 29,5% identificados nas fases mais precoces da doença, o que dificulta o tratamento e reduz a sobrevida, além de um impacto maior sobre os sistemas de saúde, os especialistas reforçam a necessidade de prevenção, rastreio e diagnóstico precoce para evitar a concretização deste cenário, através de uma redução da carga associada à doença.
“Embora as conclusões deste estudo se baseiem em cenários hipotéticos, têm um valor significativo para os decisores políticos”, garantem os especialistas envolvidos, uma vez que permite que elaborem “estratégias mais eficazes, garantindo que os recursos são direcionados para onde são mais necessários. Isto poderia levar a uma gestão mais eficiente do carcinoma hepatocelular e, em última análise, a melhores resultados de saúde para os doentes”.
Sabe-se que a prevalência desta forma de cancro do fígado é maior nas regiões onde doenças crónicas do fígado, como a hepatite B e C, são mais comuns. Mas sabe-se também que fatores como o consumo excessivo de álcool, a obesidade, diabetes e a esteatose hepática não-alcoólica, também conhecida como fígado gordo, contribuem significativamente para o aumento do risco.

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