Notícias da Saúde em Portugal 697

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Johnson & Johnson enfrenta maior processo de sempre por pó talco contaminado com amianto

SIC Notícias

Processar a Johnson & Johnson por causa do pó talco não é inédito, mas de um processo desta dimensão, sim, não há memória. Os advogados dos queixosos estimam mesmo que a ação pode tornar-se o maior caso de responsabilidade civil por causa de um produto da história britânica.

Cerca de três mil pessoas no Reino Unido interpuseram uma ação judicial contra a farmacêutica por, alegadamente, saber que o pó talco, muito usado em bebés, estava contaminado com amianto, uma substância cancerígena.

A ação alega que a Johnson & Johnson já sabia, desde a década de 1960, que o pó continha tremolite e actinolite, minerais associados a cancros potencialmente fatais.

A decisão tem por base memorandos internos e relatórios científicos da multinacional que terão sido vistos pela BBC. No processo alega-se que a J&J nunca colocou sequer avisos na embalagem do pó talco.

Em comunicado, a multinacional nega que tenha vendido o produto sabendo que estava contaminado, acrescentando que o pó talco estava em conformidade com todas as normas regulamentares exigidas.

Portugal com melhoria da oferta alimentar e mais resposta na área da nutrição nos Cuidados de Saúde Primários

DGS

Portugal destaca-se entre os países europeus com menor teor médio de sal e açúcar nos alimentos, apresentando valores mais baixos de sal em produtos de padaria, refeições pré-preparadas e queijos, e de açúcar em refrigerantes e bolos e bolachas doces.

Os dados são revelados no Dia Mundial da Alimentação, com a publicação do Relatório Anual 2024 do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde (DGS), que destaca os avanços na melhoria da oferta alimentar e uma maior capacidade de resposta dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) na área da nutrição.

O documento apresenta, também, os dados mais recentes relativos ao imposto especial de consumo sobre as bebidas açucaradas, confirmando o impacto positivo desta medida na reformulação do teor de açúcar das bebidas e, consequentemente, na saúde dos consumidores.

Entre 2017 e 2024, verificou-se uma redução de 39% nas bebidas com maior teor de açúcar (=8g/100mL). Este efeito, mantido ao longo do tempo, demonstra o papel decisivo das políticas fiscais na promoção de ambientes alimentares mais saudáveis.

Nas categorias como cereais de pequeno-almoço, iogurtes e produtos de charcutaria, o teor médio de sal e açúcar continua acima da média europeia, demonstrando a necessidade de continuar a investir na reformulação dos produtos alimentares em Portugal.

Os resultados agora divulgados sugerem ainda que as medidas regulatórias são mais efetivas do que os acordos voluntários, já que a redução de açúcar foi significativamente superior nos refrigerantes sujeitos à taxação (-25,7%) do que nas categorias apenas abrangidas por compromissos voluntários (-14,8%).

Os dados do registo do excesso de peso e da obesidade nos cuidados de saúde primários mantêm uma evolução positiva. Estes dados poderão representar uma melhoria do desempenho do SNS na identificação de pessoas com pré-obesidade e obesidade, bem como do seu registo como diagnóstico clínico.

MedSUPPORT | Testemunho da semana

"Sem dúvida que foi a melhor aposta que a minha empresa teve pois são super profissionais e conseguimos estar sempre dentro das exigências que nos são incutidas como profissionais de saúde. O meu muito obrigado."

Dr. Daniel Azevedo - Clínica Dr. Daniel Azevedo - Medicina Dentária, Lda. - Vila Real

Onde é mais provável que as crianças deixem de receber cuidados de saúde na Europa?

Euronews

Quase todas as crianças europeias recebem os cuidados de saúde de que necessitam, revelam novos dados. Mas, em alguns países, é mais provável que elas deixem de receber cuidados do que noutros.

O ano passado, 3,2 por cento das crianças na União Europeia faltaram a cuidados médicos, sejam exames de rotina ou tratamentos mais sérios, segundo os dados mais recentes da Eurostat.

Essa percentagem subiu para 4,2 por cento entre as crianças em risco de pobreza, ou seja, cujas famílias têm um rendimento disponível abaixo de 60 por cento do nível mediano. A taxa foi de 3 por cento entre crianças de famílias mais abastadas.

Os principais motivos pelos quais os adultos europeus evitam cuidados de saúde são longos tempos de espera, custos elevados e problemas de transporte ou distância.

Os dados mostram grandes diferenças no acesso aos cuidados de saúde entre crianças em diferentes países europeus — e dentro dos próprios países — em 2024.

As crianças na Finlândia tinham mais probabilidades de faltar a cuidados médicos do que em qualquer um dos outros 27 países incluídos na análise, com 9,4 por cento.

Entretanto, a diferença entre crianças de famílias mais ricas e de rendimentos mais baixos era maior na Noruega (8,2 pontos percentuais), Bulgária (6,1 pontos percentuais), Estónia (5,2 pontos percentuais), Dinamarca (4,9 pontos percentuais) e Chipre (4,1 pontos percentuais).

Em alguns países, incluindo Finlândia, Irlanda, República Checa e Roménia, as crianças de famílias com rendimentos mais baixos tinham, na verdade, mais probabilidades de receber os cuidados médicos necessários do que as suas pares mais ricas.

Outros investigadores observaram que depende em grande medida das expectativas das pessoas em relação aos seus sistemas de saúde, o que pode ajudar a explicar as disparidades entre países e até mesmo dentro deles.

Dia de Luta Contra a Dor - “A dor em idades jovens é preocupante. É um fator de risco para se ter dor em adulto”

Sapo

A dor é universal, mas profundamente pessoal — muda com o tempo, o corpo e a forma como a nomeamos. Anabela G. Silva, investigadora e docente da Universidade de Aveiro, defende que compreender essa dimensão humana é decisivo para tratar melhor quem sofre. Porque, lembra, “toda a dor é real — mesmo quando não se encontra uma causa”.

Assinala-se hoje, o Dia Nacional de Luta Contra a Dor, uma data que recorda um problema transversal, mas ainda pouco compreendido: a dor crónica.

Em Portugal, estima-se que afete cerca de um terço da população adulta, condicionando a vida pessoal, profissional e social de milhões de pessoas.

A investigadora Anabela G. Silva, Professora Coordenadora Principal da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro e presidente do Pain, Mind and Movement Special Interest Group da International Association for the Study of Pain, é uma voz ativa neste campo. O seu trabalho cruza ciência, clínica e comunicação, defendendo que “toda a dor é real, independentemente de se conseguir identificar ou não uma causa”.

Anabela G. Silva sublinha a importância de ouvir o doente, desmontar preconceitos e reformular a linguagem clínica. “A experiência de dor de cada um é aquilo que a pessoa diz que é”, afirma. A dor, lembra, muda connosco e exige respostas personalizadas, centradas na pessoa e não apenas na patologia.

Num tempo em que se observa o aumento de casos de dor crónica, inclusive entre jovens, a especialista alerta: “Ainda se pensa que quando se é muito novo, não se tem dor.”

Combater esse estigma, educar para a dor e aproximar a investigação da prática clínica são, diz, passos essenciais para reduzir sofrimento e devolver autonomia a quem vive com ele todos os dias.

Nesta notícia poderá ainda ler sobre:

  • Quando é que a dor deixa de ser um sintoma e passa a ser uma doença? Que implicações tem essa distinção para o modo como os profissionais a abordam?

  • Como se forma um profissional capaz de comunicar sobre dor sem reforçar o medo ou a sensação de incapacidade do doente?

  • Entre os mais velhos, a dor é muitas vezes tida como inevitável; entre os mais novos, como algo inexplicável. Que desafios específicos encontra nestas duas realidades?

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