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Que bactéria do estômago é esta que provoca ainda mais azia e risco de anemia nas mulheres?

Jornal de Notícias

O número de casos detetados da chamada bactéria do estômago parecem estar a aumentar e têm sido as várias figuras públicas que, nos últimos dois anos, têm deixado testemunhos de combate à doença nem sempre fácil ou simples. Um crescimento que o gastroenterologista Miguel Afonso diz que se deve "a melhor diagnóstico e fácil transmissão entre familiares".

Ao detalhe, a Helicobacter pylori "é uma bactéria que vive na parede do estômago e consegue resistir ao ácido", refere. E se, na maioria dos casos, a presença no corpo é silenciosa e não dá sinais, quando o contrário acontece os sintomas são bastante inconvenientes, sobretudo no sexo feminino. "Nas mulheres, há mais queixas de azia e maior risco de anemia", revela o diretor da Gastroclinic.

A antiga apresentadora da TVI, Fanny Rodrigues, falou dela numa visita recente ao programa do canal concorrente SIC e revelou a Diana Chaves e João Baião que perdeu bastante peso e chegou a tomar "14 pastilhas do tamanho de um dedo mindinho". "São heranças que a minha querida mãe me deixa", acrescentou no programa Casa Feliz, revelando que a progenitora lidou com diagnóstico semelhante.

Antes, a cantora Micaela tinha trazido testemunho parecido no mesmo espaço televisivo, em setembro último. "Durante nove meses, batalhei contra esta bactéria, perdi 16 quilos com muito sofrimento, não desejo a ninguém", explicou, aproveitando para consciencializar todos para a doença: ""Façam o exame do sopro, é uma análise muito fácil e deteta a H.pylori." "Muita gente não sabe, existe no nosso organismo, todos temos, ela acaba por ativar ou não. Se não for tratada, é um condutor ao cancro de estômago.", alertou.

Em março de 2023, Jessica Athayde trouxe o tema para as redes sociais. "Nem há um ano, fui diagnosticada com aquela bactéria do estômago, a pylori. Andava a passar muito mal", escreveu à data. E acrescentou: "Estive nas mãos de medicina chinesa, alternativa (...) a tentar despachar este bico, e não consegui. Até que cedi finalmente ao tratamento desta bactéria e comecei a tomar esta merda."

Em Portugal, crê-se que "cerca de metade dos portugueses tem esta bactéria no estômago", sendo mais comum "em pessoas mais velhas, porque, há alguns anos, as condições de higiene eram diferentes", especifica Miguel Afonso.

O especialista revela que a "a infeção costuma acontecer quando somos crianças, através do contacto com saliva, alimentos ou água contaminada", arriscando passar de "pessoa para pessoa, muitas vezes dentro da família". Por isso, a prevenção terá sempre de passar por uma "boa higiene das mãos, alimentos e utensílios".

Vacinas de mRNA da covid-19 estimulam resposta imunológica para combater o cancro

SIC Notícias

As vacinas de mRNA, como as que foram utilizadas contra a covid-19, têm a capacidade de estimular resposta imunitária contra cancros, permitindo aos doentes viverem mais tempo, descobriram investigadores de universidades norte-americanas.

A conclusão resulta de um estudo realizado nos últimos anos pelas universidades da Florida e do Texas e que foi ontem apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, em Berlim.

A investigação concluiu que doentes com cancro do pulmão ou de pele em estado avançado e que receberam uma vacina de mRNA contra a covid-19 no prazo de 100 dias após o início dos tratamentos de imunoterapia, viveram mais tempo do que aqueles que não foram vacinados.

Segundo a Universidade do Texas, esta descoberta constitui um "momento decisivo em mais de uma década de investigação" de terapias baseadas na tecnologia de mRNA concebidas para "despertar" o sistema imunitário contra o cancro.

Trata-se de um "passo significativo em direção a uma tão aguardada vacina universal contra o cancro", que potencie os efeitos da imunoterapia no combate aos tumores, salientou a instituição, realçando que os resultados da investigação, se forem validados em ensaios clínicos, poderão ter um impacto alargado.

"As implicações são extraordinárias. Isto pode revolucionar todo o campo do tratamento oncológico", reconheceu o investigador e oncologista Elias Sayour, para quem em causa está a possibilidade de desenvolvimento de uma "vacina universal contra o cancro, pronta a usar, para todos os doentes oncológicos".

No caso dos doentes com cancro do pulmão, a vacinação foi associada a uma mediana de sobrevivência de quase o dobro, de 20,6 meses para 37,3 meses.

"Os resultados deste estudo demonstram o quão poderosos são realmente os medicamentos de mRNA e que estão a revolucionar o tratamento do cancro"

Jeff Coller, cientista especializado nessa tecnologia e professor na Universidade Johns Hopkins

No caso dos doentes com melanoma metastático, 43 receberam a vacina até 100 dias após o início da imunoterapia, enquanto outros 167 doentes não foram vacinados. Com a vacina, a sobrevivência mediana aumentou de 26,7 meses para um intervalo de 30 a 40 meses.

O próximo passo será avançar com um grande ensaio clínico, através da OneFlorida+ Clinical Research Network, um consórcio de hospitais, centros de saúde e clínicas na Florida, Alabama, Geórgia, Arkansas, Califórnia e Minnesota.

Teste revolucionário deteta 50 tipos de cancro através do sangue: já está a ser testado no Reino Unido

SIC Notícias

Desenvolvido por uma empresa norte-americana de biotecnologia, o teste Galleri identifica o ADN libertado pelas células cancerígenas na corrente sanguínea e permite detetar 50 tipos diferentes de cancro.

O estudo acompanhou mais de 23 mil pessoas sem sintomas nos Estados Unidos e no Canadá durante cerca de um ano. Entre os participantes com sinais da doença, 60% acabaram por ter o diagnóstico confirmado.

O estudo ao sangue permite também identificar o órgão ou o tecido afetado, facilitando um diagnóstico mais precoce, que dará mais oportunidades de tratamento e cura.

Os investigadores analisaram ainda a relação entre o teste Galleri e os programas de rastreio regulares para diferentes tipos de cancro, que podem ser peça fundamental também na deteção de cancros sem qualquer tipo de rastreio.

A técnica Galleria mostrou ser muito precisa - quase 100 % - a descartar casos em que a doença não está presente.

O Galleri está a ser testado no Serviço Nacional de Saúde britânico.

Doar leite materno pode salvar a vida de bebés prematuros: em Portugal, há cada vez mais dadoras

SIC Notícias

Em Portugal, um em cada dez bebés nasce prematuro. Os avanços tecnológicos aliados ao conhecimento científico têm permitido a sobrevivência de recém-nascidos de idades gestacionais cada vez mais baixas.

É ainda um desafio garantir uma nutrição equivalente à que recebiam no ambiente intrauterino e, por isso, o leite materno tem um papel primordial nesta adaptação.

O Banco do Bebé reúne voluntárias que fazem doações de leite materno para os bebés que nascem prematuros. A instituição apoia, desde 2013, o Banco de Leite Humano, criado pela Maternidade Alfredo da Costa (MAC).

As dadoras passam por uma triagem médica e têm que responder a uma série de requisitos: não podem fumar, nem tomar medicação regular e têm que estar a amamentar em exclusivo o filho, nascido há menos de quatro meses.

Pela Maternidade Alfredo da Costa passam cerca de 600 litros de leite materno por ano, que alimenta, pelo menos, 150 bebés.

No entanto, há quem venda este leite na internet, de forma ilegal. No OLX, foram surgindo vários anúncios nos últimos meses. Num dos casos, o vendedor pedia 15 euros por uma embalagem de 150 mililitros de leite congelado.

Com a pressão para amamentarem, algumas mães acabam por recorrer a estas plataformas quando não conseguem. Há também fisiculturistas que usam o leite materno. É um negócio de milhares de euros, criminoso e pouco seguro, que acarreta riscos de transmissão de doenças.

O Banco de Leite Humano da MAC abrange a zona de Lisboa e já conseguiu alargar a capacidade de resposta até Setúbal. No Porto, há outro banco de leite no hospital de São João. Ficam, no entanto, a faltar soluções para o resto do país. A vontade dos profissionais é alargar a rede, mas até agora não foi possível.

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