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Notícias da Saúde em Portugal 699
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Implante ocular devolve visão a doentes com degenerescência macular
SIC Notícias
Um implante retiniano sem fios está a permitir que pessoas com degenerescência macular da idade (DMI) avançada recuperem a capacidade de ler, segundo um estudo publicado na New England Journal of Medicine. A investigação, conduzida por universidades dos EUA e da Europa, mostrou que 27 dos 32 doentes tratados conseguiram voltar a ler após 12 meses de seguimento — um marco sem precedentes na restauração da visão central.
O dispositivo, chamado PRIMA, é um microchip de 2x2 mm que substitui os fotorrecetores danificados, convertendo luz em sinais elétricos transmitidos às células da retina e, daí, ao cérebro. Uma câmara acoplada a óculos especiais projeta as imagens no implante através de luz infravermelha, permitindo que os doentes percebam letras, padrões e formas.

A cirurgia, que dura menos de duas horas, pode ser realizada por cirurgiões vítreo-retinianos treinados e apresenta baixo risco. Mais de 80% dos participantes conseguiram ler letras e palavras, com ganhos de até dez linhas na tabela oftalmológica.
O avanço representa um salto na integração entre engenharia biomédica e neurociência, com potencial para transformar a reabilitação visual. A fabricante, Science Corporation, já pediu aprovação para uso clínico na Europa e nos EUA, enquanto novas versões prometem incluir tons de cinzento e maior resolução, ampliando a aplicabilidade do dispositivo a outras formas de cegueira.
Comer kiwis pode aliviar a obstipação crónica, dizem novas diretrizes
CNN Portugal
Novas recomendações internacionais apontam o kiwi, o pão de centeio e a água mineral rica em minerais como soluções eficazes e naturais para aliviar a obstipação crónica. As orientações, publicadas no Journal of Human Nutrition and Dietetics e na Neurogastroenterology & Motility, traduzem evidência científica robusta em conselhos clínicos práticos, aplicáveis a adultos com obstipação idiopática crónica.
Em vez do habitual conselho genérico de “aumentar a fibra”, os investigadores recomendam a ingestão de 2 a 3 kiwis por dia, que aumentam o volume e a hidratação das fezes, melhoram a digestão e reduzem o tempo de trânsito intestinal. Comer a casca, rica em fibra, potencia os efeitos, mas o fruto não deve ser aquecido, pois o calor destrói a enzima que estimula a motilidade intestinal.

Comer a casca, rica em fibra, potencia os efeitos, mas o fruto não deve ser aquecido, pois o calor destrói a enzima que estimula a motilidade intestinal
Estudos mostram que o kiwi é bem tolerado, fácil de incorporar na dieta e comparável, em eficácia, a terapias mais complexas como o psyllium ou suplementos prebióticos. Alternativas incluem ameixas secas, linhaça, iogurte com probióticos, feijão e aveia — sempre aliadas à atividade física, essencial para o bom funcionamento intestinal.
Para clínicas e profissionais de saúde, estas diretrizes reforçam o papel da educação alimentar personalizada e das abordagens não farmacológicas na gestão de distúrbios gastrointestinais funcionais. O kiwi surge como um exemplo de nutrição baseada em evidência, simples de prescrever e com impacto mensurável no bem-estar do doente.
Portugal regista 194 fraturas por dia devido à osteoporose
Notícias Saúde
Portugal enfrenta um alarme silencioso: ocorrem 194 fraturas diárias associadas à osteoporose, e a previsão para 2034 aponta para um aumento de 28,9%, superando 91 mil casos anuais. Apesar do impacto — cerca de mil milhões de euros anuais em custos —, menos de 1,5% dessa despesa é dedicada à prevenção, revelando uma falha estrutural na abordagem à doença.
Entre 2010 e 2019, a diferença entre quem deveria e quem efetivamente foi tratado aumentou de 37% para 75%. Apenas um quarto das mulheres elegíveis recebe terapêutica adequada e, após fraturas de fragilidade, só 21,6% iniciam tratamento. A consequência é grave: até 30% de mortalidade no primeiro ano após fratura da anca e perda de autonomia em metade dos casos.

Os bifosfonatos continuam a ser a primeira linha de tratamento, com esquemas mensais que melhoram a adesão e reduzem custos indiretos. Médicos de família são essenciais no rastreio com a ferramenta FRAX e na criação de planos de prevenção, especialmente a partir dos 50 anos.
Para clínicas e decisores, o desafio é operacionalizar estratégias simples: screening sistemático, via verde pós-fratura e planos de adesão. Transformar a despesa em fraturas em investimento em prevenção é uma oportunidade para reforçar segurança do doente, sustentabilidade e reputação clínica.
Bárbara Flor de Lima assume Programa das Infeções Sexualmente Transmissíveis e VIH
Expresso
A médica infecciologista Bárbara Flor de Lima, do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), foi nomeada diretora do Programa Nacional das Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST) e VIH/Sida, da Direção-Geral da Saúde. O cargo encontrava-se vago há três anos, desde que a anterior responsável, Margarida Tavares, passou a integrar o Governo como secretária de Estado da Promoção da Saúde.
Com uma carreira fortemente ligada à gestão hospitalar e à prevenção de infeções, Bárbara Flor de Lima é assistente hospitalar de infecciologia desde 2017 e foi diretora clínica da ULS Amadora-Sintra entre julho de 2023 e março de 2025. Nesse período, presidiu também à Comissão de Farmácia e Terapêutica, acumulando experiência em controlo antibiótico, qualidade e segurança do doente.

Bárbara Flor de Lima
A especialista detém competências certificadas pela Ordem dos Médicos em Medicina do Viajante e em Controlo de Infeção e Resistência aos Antibióticos — áreas centrais para a vigilância e prevenção de infeções emergentes e multirresistentes. O seu percurso no Grupo de Coordenação Local do PPCIRA reforça a ligação entre a infecciologia clínica e a gestão integrada do risco hospitalar.
À frente do programa nacional, Bárbara Flor de Lima dará continuidade à estratégia de acesso universal à prevenção, rastreio, diagnóstico precoce e tratamento das IST e do VIH, com foco na redução do estigma e na inclusão das comunidades mais vulneráveis. A nomeação é vista como um passo relevante para revitalizar um programa essencial à saúde pública e à integração das respostas hospitalares e comunitárias.

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