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Notícias da Saúde em Portugal 702
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Editorial
Regulação da Saúde no Futuro: Entre a Proteção dos Utentes e a Transformação do Setor
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) realizou, no dia 23 de outubro, no Porto Palácio, a conferência “Regulação da Saúde no Futuro: Entre a Proteção dos Utentes e a Transformação do Setor”.
O encontro contou com a presença de representantes de diversas autoridades reguladoras internacionais, incluindo Irlanda, Polónia e Cabo Verde, e reuniu profissionais e entidades do setor para debater os principais desafios da regulação em saúde.

António Pimenta Marinho - Presidente da ERS
As sessões abordaram temas como Regulação em Saúde e Desafios – Perspetiva Europeia e Internacional, Saúde Digital e Inovação Clínica, Sistema de Classificação de Prestadores e Supervisão pelo Risco, Direitos dos Utentes: Literacia, Direito ao Acompanhamento e Direitos dos Migrantes, e Europa e a Proteção Radiológica.

Francisco Rocha Gonçalves - Secretário de Estado da Gestão da Saúde
A MedSUPPORT marcou presença no evento, acompanhando os debates sobre o futuro da regulação e a transformação dos sistemas de saúde.
O encerramento esteve a cargo de António Pimenta Marinho, presidente da ERS, e do Secretário de Estado da Gestão da Saúde, Francisco Rocha Gonçalves.
EMA lança campanha com criadores de conteúdo sobre uso seguro e responsável dos medicamentos GLP-1
INFARMED, I.P.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) lançou a sua primeira campanha com criadores de conteúdo nas redes sociais, intitulada #HealthNotHype, com o objetivo de consciencializar a população para o uso seguro e responsável dos medicamentos agonistas do recetor GLP-1.
Estes medicamentos foram inicialmente desenvolvidos para o tratamento da diabetes tipo 2, embora alguns agonistas do recetor GLP-1 estejam agora indicados para o controlo do peso em pessoas com obesidade e com condições de saúde associadas ao excesso de peso.
Com o aumento da atenção mediática e do interesse público em torno destes medicamentos — muitas vezes impulsionado por celebridades e influenciadores digitais –, a EMA pretende reforçar a mensagem de que os agonistas do recetor GLP-1 não são soluções mágicas para emagrecer.

"Como todos os medicamentos, têm benefícios e riscos e não são para todos. São tratamentos de longo prazo que devem ser acompanhados de outras mudanças de estilo de vida e sempre sob supervisão médica. Ao trabalhar com criadores de conteúdo, queremos garantir que a informação científica validada faz parte das conversas que as pessoas estão a ter nas redes sociais sobre estes medicamentos"
Para executar a campanha, a EMA selecionou criadores de conteúdo de sete Estados-Membros da União Europeia (UE).
Portugal é representado pela médica especialista em Saúde Pública Raquel Vareda, com mais de 50 mil seguidores no Instagram, que partilhará informação sobre o uso responsável destes medicamentos. Os restantes influenciadores que participam na campanha podem ser consultados na notícia disponível no site da EMA.
INFARMED,I.P. analisa colutórios e elixires: relatório disponível
INFARMED,I.P.
Com o objetivo de avaliar a conformidade de colutórios e elixires foi realizada pelo INFARMED,I.P., uma ação de fiscalização do mercado em 28 produtos, que incluiu a análise de rotulagem, a análise laboratorial de fluoretos e de clorhexidina e o controlo microbiológico.
Após análise das rotulagens dos produtos cosméticos, não foram encontradas não conformidades. Nas situações em que foram detetadas alegações dispostas na rotulagem, foi contactada, via email, a respetiva Pessoa Responsável ou o distribuidor sediado em Portugal, no sentido de obter demonstração de evidências que fundamentassem as alegações.
Assim, concluíram que todos os produtos cosméticos analisados se encontram em conformidade com a legislação nacional e europeia aplicável aos produtos cosméticos, no que respeita aos requisitos alvo de avaliação.
MedSUPPORT | Testemunho da semana
"A MedSUPPORT faz parte da nossa equipa."
Cérebro organiza objetos do quotidiano em “mapas” semelhantes aos geográficos
Notícias Saúde
Como é que o nosso cérebro sabe que uma caneca é usada para beber, que um martelo serve para martelar e que uma chave encaixa numa fechadura?
Este foi o ponto de partida deste novo estudo, desenvolvido no âmbito do projeto ContentMap, liderado pela Universidade de Coimbra (UC) e financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC), e publicado na revista científica NeuroImage, onde é introduzido o conceito de mapas conteudotópicos, mapas cerebrais que demonstram como diferentes categorias de informação são organizadas espacialmente no cérebro.
Estes mapas “revelam de que forma o cérebro codifica espacialmente informação – por exemplo, a forma como agarramos e manipulamos ferramentas – e organiza o conhecimento sobre objetos em padrões contínuos, semelhantes a mapas geográficos, ao longo do córtex cerebral”
O nosso cérebro precisa de processar diferentes informações: o formato do objeto, o material do objeto e a função do objeto, por exemplo, para dar resposta à questão que serviu de ponto de partida a este estudo: como é que o nosso cérebro sabe que uma caneca é usada para beber?
Para desvendar este processo, a equipa de investigação usou ressonância magnética funcional (fMRI), uma técnica que permite a recolha de imagens do cérebro com precisão, procurando “perceber como é que o cérebro dos participantes neste estudo processava uma sequência de objetos manipuláveis, apresentados visualmente e ordenados segundo dimensões definidas em estudos anteriores que a nossa equipa realizou”, contextualiza o neurocientista.
Depois desta etapa, a equipa de investigação utilizou técnicas de análise de dados avançadas para detetar como a atividade cerebral mudou sistematicamente com diferentes níveis destas dimensões relacionadas com os objetos.
Este trabalho com os participantes conseguiu demonstrar que “os mapas conteudotópicos são contínuos, sendo consistentes entre participantes, uma vez que os de um indivíduo podem ser previstos a partir dos mapas de outros”, destaca Jorge Almeida.

Estes mapas “são independentes para cada dimensão, o que significa há mapas distintos para diferentes propriedades de objetos; e são também independentes de características sensoriais simples, já que mapas puramente sensoriais não conseguem explicar completamente estes mapas relativos aos objetos que utilizamos”, partilha ainda o neurocientista.
Jorge Almeida sublinha ainda a relevância destes mapas para a flexibilidade cognitiva, uma vez que “permitem ao cérebro distinguir entre objetos enquanto generaliza para objetos semelhantes – uma característica fundamental da inteligência humana”.
Jorge Almeida sublinha ainda a importância das descobertas feitas pela ciência fundamental para o avanço do conhecimento: “sem ciência fundamental, não é possível avançar para a ciência aplicável; precisamos de saber primeiro como funciona o cérebro antes de avançarmos para qualquer abordagem terapêutica”.
Quase um milhão à espera de consulta hospitalar, mais de 50% acima do tempo máximo
SIC Notícias
Quase um milhão de pessoas esperavam por uma primeira consulta nos hospitais públicos no final de junho, mais de metade para além dos tempos máximos de resposta previstos, adiantou hoje a Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
A conclusão consta da monitorização da ERS aos tempos de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS) no primeiro semestre de 2025, que concluiu que, no final de junho deste ano, 974.770 utentes aguardavam por uma primeira consulta nos hospitais públicos, mais 25,6% do que no primeiro semestre de 2024.
Estes dados não incluem as consultas oncológicas e de cardiologia, que são analisadas de forma autónoma pela ERS, por terem tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) específicos.
Do total de pessoas que estavam a aguardar por uma consulta de especialidade num hospital do SNS no final do primeiro semestre, 56,6% já tinha uma espera superior ao TMRG, apontou a ERS.

Do total de utentes atendidos em primeira consulta de especialidade nos hospitais públicos, 51,6% foram sujeitos a tempos de espera superiores ao limite estabelecido para a sua prioridade, percentagem de incumprimento que se manteve inalterada face ao primeiro semestre de 2024, avançou a monitorização.
Já em relação à oncologia, os dados da ERS indicam que, entre janeiro e junho de 2025, foram realizadas 19.014 primeiras consultas com suspeita ou confirmação de doença oncológica nos hospitais públicos, um aumento de atividade de 6,9% face ao mesmo período de 2024.
No final do semestre havia 4.944 utentes a aguardar primeira consulta oncológica - 4.933 em hospitais públicos e 11 em hospitais protocolados -, o que corresponde a uma diminuição de 30,8% no número de utentes na lista de espera face ao primeiro semestre de 2024.
Quanto à cardiologia, no primeiro semestre de 2025, foram realizadas 23.618 primeiras consultas, quase todas no SNS, e que representaram aumento de 75,8%.
No entanto, do total de doentes atendidos, 87,4% foram sujeitos a tempos de espera superiores ao limite legalmente estabelecido para o seu nível de prioridade, um aumento de 1,9 pontos percentuais face ao incumprimento registado no primeiro semestre de 2024.

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