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Ondas de calor associadas ao aumento de casos de apneia obstrutiva do sono na Europa

Notícias Saúde

Durante as ondas de calor, há um aumento do número de pessoas que sofrem de apneia obstrutiva do sono, revela um importante estudo publicado no European Respiratory Journal.

As pessoas com apneia obstrutiva do sono ressonam frequentemente, a sua respiração oscila durante a noite e podem acordar várias vezes. Isto não só causa sonolência excessiva, como também pode aumentar o risco de hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, doenças cardíacas e diabetes tipo 2.

Os investigadores afirmam que as suas descobertas são particularmente importantes, dado que as ondas de calor estão a tornar-se mais frequentes e intensas devido às alterações climáticas.

A investigação foi realizada por uma equipa do Adelaide Institute for Sleep Health e do FHMRI Sleep Health da Flinders University, na Austrália, liderada por Lucía Pinilla.

Os investigadores analisaram dados de 67.558 pessoas em 17 países europeus, que utilizavam regularmente sensores de sono debaixo do colchão, que monitorizam os padrões de sono, ressonar, eventos de apneia (pausas na respiração) e ritmo cardíaco, e concordaram em partilhar os seus dados de forma anónima. A maioria dos participantes era do sexo masculino (79%), com uma média de idades de 52 anos.

Quando os investigadores analisaram os dados, descobriram que o risco de as pessoas sofrerem de apneia obstrutiva do sono moderada a grave aumentou 13% no pico de uma onda de calor. Descobriram também que, por cada aumento de 1°C na temperatura noturna durante uma onda de calor, a prevalência de apneia obstrutiva do sono moderada a grave aumenta 1,1%. O risco foi ainda maior quando a humidade também era elevada.

“Os nossos resultados mostram que, durante as ondas de calor do verão, a apneia obstrutiva do sono tornou-se mais comum e grave. A apneia obstrutiva do sono deve agora ser considerada em conjunto com outras doenças crónicas que são agravadas pelas alterações climáticas. As ondas de calor não são apenas desconfortáveis, mas também podem afetar diretamente a forma como respiramos e dormimos”, refere Pinilla.

A equipa planeia agora investigar como as noites quentes afetam a respiração durante o sono, porque é que a apneia obstrutiva do sono piora e se as estratégias de arrefecimento ou as alterações comportamentais podem ajudar a reduzir o impacto.

“Esta investigação mostra como as ondas de calor, em que a temperatura se mantém elevada durante a noite, aumentam o risco de apneia do sono. Esta descoberta realça a importância de se preparar para as noites quentes, por exemplo, utilizando um ventilador e bebendo muita água, sobretudo as pessoas com distúrbios do sono. Sugere também que a apneia obstrutiva do sono provavelmente se vai tornar mais comum e mais grave devido ao aquecimento global.”

Dança alivia sintomas da depressão e ajuda a compreender as suas causas profundas

Notícias Saúde

Um estudo recente da Universidade da Finlândia Oriental descobriu que a dança alivia os sintomas percebidos da depressão, ajuda a compreender as suas causas profundas e promove a autorrealização.

A investigação multidisciplinar reuniu perspetivas da psicologia e da psicologia social, bem como da dança como forma de arte performativa, raramente incluída em intervenções relacionadas com a depressão.

Atualmente, a dança é considerada um método de reabilitação promissor que complementa o tratamento médico em diversas condições, incluindo a depressão. A dança-terapia, em particular, tem demonstrado ser um tratamento complementar adequado tanto para a depressão como para a ansiedade.

O estudo piloto envolveu sete adolescentes diagnosticados com depressão ligeira a moderada, que criaram uma peça de dança digital sobre o futuro desejado, utilizando improvisação e um método de captura de movimento 3D baseado numa câmara.

Os resultados realçaram, em particular, os benefícios psicossociais da dança na redução dos sintomas de depressão, incluindo uma maior autoestima e autoconhecimento, uma melhor capacidade de processar as emoções corporais, um sentimento de aceitação e a importância do apoio dos pares.

As experiências dos participantes num ambiente acolhedor e de confiança, bem como o sentimento de pertença e de comunidade, foram especialmente propícias para os ajudar a desenvolver uma relação com o seu próprio corpo através de uma maior consciência corporal.

Para os participantes, um aspeto fundamental do processo de investigação foi tornar visível a sua experiência com a depressão e o seu futuro desejado através da dança, utilizando a captura de movimento 3D.

Isto proporcionou aos participantes não só uma forma concreta de apresentar a dança de forma anónima a um público mais vasto, mas também a oportunidade de observar os seus próprios movimentos a partir de uma perspetiva externa. Isto possibilitou a reflexão sobre os valores e atitudes pessoais e, consequentemente, facilitou o enfrentamento das causas profundas da depressão.

“Para os participantes, isto abriu um caminho para a autorrealização, ou seja, o envolvimento em atividades significativas que trazem alegria e satisfação, e a experiência de um sentido de propósito”

Hanna Pohjola, investigadora sénior e docente em Investigação Multidisciplinar em Saúde e Bem-Estar

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Acumulação de impactos na cabeça no futebol pode levar à demência

CNN

A acumulação de impactos na cabeça no futebol profissional pode levar, a médio ou a longo prazo, à degeneração cognitiva ou à demência, segundo um estudo espanhol noticiado pela Europa Press, ontem.

A acumulação de impactos na cabeça no futebol profissional, gera potenciais concussões (dano nas funções cerebrais após um traumatismo craniano) que "raramente são detetadas ou tratadas adequadamente", segundo o estudo liderado pelo Instituto de Reabilitação Neurológica Vithas Irenea, em colaboração com a Universidade Politécnica de Valência (UPV).

Os investigadores analisaram 38 jogos durante a temporada 2019-2020 e registaram 61 possíveis concussões.

A pesquisa alertou que os jogadores podem sofrer concussões sem perceber, ou seja, não sentem desorientação ou desequilíbrio.

A maioria dos incidentes ocorreu durante jogadas aéreas, com uma elevada percentagem de impactos diretos de contacto cotovelo-cabeça, afetando principalmente os lobos parietal e frontal do crânio, segundo o estudo publicado na revista científica Sports Medicine - Open.

O estudo mostrou que mais de metade dos jogadores afetados sofreram duas ou mais concussões na mesma época, sendo que a maioria não recebeu acompanhamento clínico adequado ou protocolos de proteção cerebral eficazes.

"Cada pancada não tratada é uma oportunidade perdida para proteger o cérebro"

Enrique Noé, principal autor do estudo

Os investigadores destacaram a necessidade de reforçar os protocolos atuais através de um sistema de monitorização médica durante as partidas.

Os autores do estudo recomendam ainda o uso de tecnologia para detetar impactos potencialmente perigosos em tempo real e a aplicação rigorosa das recomendações internacionais, que destacam a importância de proteger a saúde cerebral dos atletas.

Declaração conjunta de 28 instituições reforça importância da cooperação científica global

Notícias Saúde

Foi publicada na revista Nature Medicine a declaração Academic freedom and meaningful international cooperation are needed to safeguard good health and well-being globally (A liberdade académica e a cooperação internacional são necessárias para salvaguardar a saúde e o bem-estar a nível global, em português) subscrita pelas 28 instituições científicas que integram a World Health Summit Academic Alliance (WHS Academic Alliance), entre as quais a Universidade de Coimbra (UC).

“Sem liberdade académica e uma cooperação internacional não podemos superar os desafios globais de saúde” é o mote central desta publicação.

Definir, respeitar e salvaguardar a liberdade académica, reforçar a colaboração internacional, combater a desinformação e reconstruir a confiança na ciência são os princípios norteadores desta declaração, publicada no âmbito da Cimeira Mundial de Saúde, que decorreu entre 12 e 14 de outubro de 2025.

A UC esteve envolvida no comité de redação desta declaração desde o primeiro momento, através da participação e contributos do Embaixador Luís de Almeida Sampaio, na qualidade de membro do Comité Executivo da WHS Academic Alliance, que a Universidade de Coimbra e a Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS de Coimbra) integram por meio do consórcio Coimbra Health.

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