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Notícias da Saúde em Portugal 708
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34º Congresso da OMD arranca na próxima semana
OMD
O 34º Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) abre portas já na próxima quarta-feira, dia 5 de novembro, com o curso pré-congresso, lecionado pelo professor Nestor Cohenca.
O evento arranca oficialmente a 6 de novembro. O programa para os três dias é composto por quase uma centena de conferencistas, responsáveis pelas sessões científicas, cursos hands-on (cursos OMD e cursos patrocinados), Fórum Indústria e curso para assistente dentário.
Na Exponor (Matosinhos), os congressistas vão encontrar três auditórios e seis salas, com conferências e cursos a decorrerem em simultâneo, sobre as mais diversas áreas científicas.

Como é habitual, a OMD aproveita o encontro anual da medicina dentária para auscultá-la e refletir sobre os assuntos transversais à profissão, que têm impacto no dia a dia e reflexo no presente e futuro da classe e da saúde oral em Portugal.
Destaque para a sessão do Conselho Deontológico e de Disciplina, a reflexão sobre a saúde oral ao nível local, o painel sobre literacia e proteção social, o debate promovido pelo Conselho de Jovens Médicos Dentistas ou o Fórum Ibérico.
Em simultâneo com o congresso decorre a Expodentária, a maior feira de equipamentos e materiais de medicina dentária do país. A classe encontrará dois pavilhões da Exponor com mais de 120 empresas e expositores, que aproveitam o evento para apresentarem as mais recentes inovações e campanhas.
Os profissionais que ainda não se inscreveram no congresso podem fazê-lo no local, nos dias do evento.
ERS apresenta página dedicada ao SINAS+ e divulga cronograma de implementação
ERS
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) lançou uma nova página informativa dedicada ao Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS+), onde apresenta o enquadramento, os objetivos e o cronograma das ações em curso.
De acordo com a ERS, é atribuição estatutária da entidade promover um sistema nacional de classificação dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde quanto à sua qualidade global, com base em critérios objetivos e verificáveis, incluindo os índices de satisfação dos utentes.

O SINAS+ representa a evolução do sistema de avaliação da ERS, com foco num modelo de supervisão preventiva baseado na análise de risco. O novo enquadramento visa detetar antecipadamente áreas do setor que requeiram maior atenção, prevenindo incidentes e protegendo os direitos dos utentes.
A ERS indica que as novas regras de classificação dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde serão atempadamente comunicadas, apresentando já o cronograma das ações desenvolvidas e das próximas etapas do SINAS+.
Espera-se, para breve, o início da recolha de dados junto dos prestadores.
Sensibilidade ao glúten não tem, na verdade, a ver com o glúten, mostra estudo
Notícias Saúde
Um estudo pioneiro, realizado por especialistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, revela que a sensibilidade ao glúten, que afeta aproximadamente 10% da população mundial, não está relacionada com o glúten, mas sim com a interação entre o intestino e o cérebro.
Espera-se que as descobertas estabeleçam um novo padrão para a definição, diagnóstico e tratamento da sensibilidade ao glúten.
Publicada na revista The Lancet, esta investigação examinou as evidências publicadas sobre a sensibilidade ao glúten não celíaca para melhor compreender esta condição altamente prevalente.
As pessoas com sensibilidade ao glúten apresentam sintomas após consumir glúten – inchaço, dor intestinal e fadiga -, mas não têm doença celíaca, uma doença autoimune desencadeada pelo glúten.

A investigadora principal, Jessica Biesiekierski, professora da Universidade de Melbourne, considera que as descobertas deitam por terra antigas suposições sobre a sensibilidade ao glúten. “Ao contrário da crença popular, a maioria das pessoas com este problema não reage ao glúten”, afirma.
“As nossas descobertas mostram que os sintomas são mais frequentemente desencadeados por hidratos de carbono fermentáveis, por outros componentes do trigo ou pelas expectativas e experiências anteriores das pessoas com os alimentos. Em estudos recentes, as pessoas com síndrome do intestino irritável que acreditam ser sensíveis ao glúten reagem de forma semelhante ao glúten, ao trigo e ao placebo. Isto sugere que a forma como as pessoas antecipam e interpretam as sensações intestinais pode influenciar fortemente os seus sintomas. Em conjunto, isto redefine a sensibilidade ao glúten como parte do espectro de interação intestino-cérebro, mais próxima de condições como a síndrome do intestino irritável, em vez de uma perturbação distinta do glúten.”
A equipa de investigação afirma que as conclusões têm implicações importantes para as pessoas que autogerem os sintomas intestinais, para os médicos que prescrevem dietas restritivas e para os decisores políticos que moldam as mensagens de saúde pública.
“Milhões de pessoas em todo o mundo evitam o glúten acreditando que este prejudica o intestino, muitas vezes após apresentarem sintomas reais que vão desde um ligeiro desconforto a um sofrimento intenso. Melhorar a nossa compreensão científica e clínica de uma condição que afeta até 15% da população global é extremamente importante”, afirma Biesiekierski.
Investigadores da FMUP querem prevenir e reverter efeitos do stress crónico
SIC Notícias
Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) estão a estudar o que acontece no cérebro e em órgãos periféricos devido ao stress crónico, uma investigação com o objetivo de reverter os efeitos, descreveu hoje a coordenadora.
Nas vésperas do Dia da Consciencialização do Stress, que se assinala quarta-feira, Patrícia Monteiro explicou à Lusa que a equipa está a estudar várias estratégias, tanto farmacológicas como genéticas, para reverter as alterações no cérebro relacionadas com o stress crónico e com sintomas cognitivos e motores associados.
"O objetivo é prevenir e tratar o stress", resumiu a coordenadora de uma investigação que decorre desde 2016 e que tem já três estudos publicados em 2022, 2023 e 2024. Segundo a neurocientista, "o stress agudo é um mecanismo de defesa essencial à sobrevivência, uma espécie de alarme de incêndio que nos protege".
"Nós pensamos no stress como uma resposta cerebral, mas, na verdade, é uma resposta fisiológica que envolve o corpo todo"
Mas o stress crónico é como "um alarme invisível que nunca se desliga e que não está só na cabeça". Mais impulsividade, decisões pouco racionais, problemas de memória, depressão são algumas das queixas.
"Nós pensamos no stress como uma resposta cerebral, mas, na verdade, é uma resposta fisiológica que envolve o corpo todo. Há zonas do cérebro que ficam alteradas, mas nós só nos apercebemos quando essas 'pegadas' se tornam evidentes a nível comportamental, através, por exemplo, de estados de ansiedade, alterações da memória ou perturbações do sono".

Recorrendo à eletrofisiologia e à proteómica, técnicas que registam a atividade cerebral e que avaliam as proteínas do tecido neuronal, respetivamente, a equipa da FMUP tem-se dedicado a examinar as marcas físicas deixadas pelo stress crónico a nível cerebral e sistémico e os estudos desenvolvidos, em modelo animal, mostraram uma desregulação das proteínas e uma diminuição da função do córtex pré-frontal, mecanismo biológico que explica o stress prolongado.
O grupo descobriu que a produção de uma proteína chamada lipocalina 2 estará aumentada, no fígado, em situações de neuroinflamação associadas a um stress contínuo. "Falamos em pessoas com maus fígados e em inimigos figadais e, na verdade, não é descabido ligarmos as emoções a uma reação visceral", afirma a investigadora.
"O objetivo é encontrarmos um alvo terapêutico que nos ajude a transpor estes resultados"
"Cuidar de um familiar doente durante anos a fio, com um grau de exigência emocional e de desgaste acentuado, passar por um período de desemprego prolongado, viver numa zona ativa de conflito de guerra", exemplificou.
Face a todos os estudos e à evidência acumulada, Patrícia Monteiro é direta: "A ciência mostra-nos que o stress deixa uma marca física. Ela pode ser reversível, mas exige cuidados e hábitos saudáveis. Se aparecerem problemas de saúde mental, é preciso tirar tempo para os tratar e recuperar para não agravar a lesão existente. A saúde mental constrói-se todos os dias".

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