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Mais de 2.000 pessoas recorreram à nova linha de prevenção do suicídio no primeiro mês de funcionamento

Saúde Online

Mais de 2.000 pessoas contactaram a nova linha telefónica de prevenção do suicídio (1411) no primeiro mês de funcionamento, anunciou esta segunda-feira o secretário de Estado da Gestão da Saúde, Francisco Rocha Gonçalves. “Tem pouco mais de um mês de funcionamento e foram atendidas mais de 2.000 chamadas com psicólogos clínicos e enfermeiros formados em saúde mental”, afirmou o governante, que acompanhou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, durante a audição no Parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

A linha 1411 entrou em funcionamento a 10 de setembro, Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, e está integrada no SNS 24, em articulação com o serviço de aconselhamento psicológico. No entanto, funciona de forma autónoma, com identidade e número próprios, sob coordenação dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

O serviço é assegurado por profissionais especializados em saúde mental, nomeadamente psicólogos clínicos e enfermeiros, que prestam apoio imediato a pessoas em crise emocional ou com ideação suicida, bem como a familiares e amigos que procurem orientação.

De acordo com a regulamentação, toda a informação pessoal e clínica fornecida pelos utentes é tratada com total confidencialidade, em conformidade com a legislação de proteção de dados pessoais.

A criação da linha 1411 insere-se na Estratégia Nacional de Saúde Mental, que prevê o reforço dos mecanismos de prevenção e resposta a situações de crise psicológica, num contexto em que Portugal regista uma das mais elevadas taxas de suicídio da Europa Ocidental.

Mais de metade dos portugueses tem falta de dentes e apenas 6% recorrem ao SNS para cuidados orais

OMD

Embora 64,6% dos portugueses consultem um médico dentista pelo menos uma vez por ano, o Barómetro da Saúde Oral 2025, promovido pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), mostra que persistem desigualdades significativas no acesso aos cuidados de saúde oral.

Segundo o estudo, 26% dos inquiridos recorrem apenas a consultas de urgência e 2,5% nunca consultaram um médico dentista, o que demonstra que, apesar dos progressos alcançados, a prevenção continua a não ser uma prática generalizada.

Os dados revelam também que a perceção de necessidade continua a ser o principal motivo que leva muitos portugueses a adiarem a ida ao médico dentista: 53,8% justificam a ausência de consultas regulares por não sentirem necessidade, enquanto 22,2% apontam razões económicas.

Além disso, o estudo mostra que 64,6% dos inquiridos não têm dentição completa, embora este indicador tenha melhorado ligeiramente em relação a 2024.

Apenas 6% dos inquiridos realizaram a sua última consulta no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e 70,3% afirmam não saber que este disponibiliza consultas de medicina dentária. Quando questionados sobre futuras intervenções, apenas 1,8% afirmam pretender realizá-las no setor público, o que evidencia a fraca penetração do sistema e a necessidade de reforçar a comunicação e a literacia sobre os serviços disponíveis.

Para o bastonário da OMD, Miguel Pavão, estes dados “mostram que a saúde oral ainda é percecionada como um bem opcional e não como parte integrante da saúde geral. Portugal tem evoluído, mas continua a haver uma fronteira invisível entre quem pode e quem não pode cuidar da sua saúde oral.”

“O Cheque-Dentista é uma das políticas públicas de saúde oral mais relevantes das últimas décadas. Agora, é tempo de o modernizar para que chegue a quem mais precisa, com simplicidade, justiça e eficácia”

Miguel Pavão, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas

Em setembro de 2025, o número de médicos dentistas aderentes ao programa ascendia a 5 845, concentrando-se sobretudo nos distritos do Porto, Braga e Aveiro, que representam 48,9% do total. A utilização declarada é mais baixa nas Regiões Autónomas: 4,0% na Madeira e 2,7% nos Açores, refletindo assimetrias territoriais e de acesso.

A OMD sublinha ainda a importância de reforçar a articulação entre o SNS, as autarquias e as escolas, por meio de campanhas de literacia em saúde oral que promovam comportamentos preventivos e incentivem a utilização do sistema público.

Cientistas desenvolvem novo laser que pode significar o fim da necessidade de óculos

Notícias Saúde

Os óculos pressionam, escorregam, escondem a parte mais importante do rosto, perdem-se sempre e estão constantemente sujos: são tão comuns como impopulares.

O tratamento a laser para problemas de visão já existe há muito tempo, mas os métodos não são adequados para todos os olhos e estes procedimentos danificam o tecido, o que afasta muitos potenciais candidatos.

Stephanie Joachim, líder do Instituto de Investigação Experimental dos Olhos da Clínica Oftalmológica Universitária Knappschaft Kliniken, do Hospital Universitário de Bochum, na Alemanha, está a desenvolver um novo método não invasivo.

A maioria dos pacientes que optam pelo tratamento a laser hoje em dia não tem mais de 30 ou 40 anos e é muito provável que ainda venham a precisar de óculos no futuro, uma vez que os olhos estão em constante mudança.

A equipa de Joachim está a trabalhar com a empresa SCHWIND eye-tech-solutions no projeto HARMONY, financiado pelo Ministério Federal da Investigação, Tecnologia e Espaço, para desenvolver um novo método de tratamento laser não invasivo, revela em comunicado o RubinRuhr-Universität Bochum.

“Queremos alterar o índice de refração da córnea sem incisões”, explica Joachim ao discutir o objetivo do método LIRIC (alteração do índice de refração induzida por laser).

O laser utilizado para tal tem parâmetros diferentes dos de outros procedimentos, uma vez que os impulsos estão muito abaixo do limiar de dano, o que significa que não há incisões ou outros danos nos tecidos, embora ainda ocorram alterações.

“Programamos o dispositivo para realizar a irradiação laser de forma independente”, explica Joachim. “Isto resulta numa mudança com uma transição fluida para o tecido não tratado, que não pode ser vista a olho nu, ao contrário dos métodos laser anteriores, em que as incisões são claramente visíveis, pelo menos no início.”

Criados nanomotores que usam glicose para administrar medicamentos diretamente em tumores

Canal S+

Um equipa de cientistas liderou o desenvolvimento de nanopartículas capazes de autopropulsão (nanomotores) que utilizam a glicose presente no ambiente tumoral como combustível, permitindo assim a administração de fármacos no interior dos tumores de forma muito mais eficaz.

O estudo, que foi desenvolvido por uma equipa da Universidade Politécnica de Valência (UPV), pertencente ao Instituto Interuniversitário de Reconhecimento Molecular e Desenvolvimento Tecnológico (IDM), foi testado em modelos animais e amostras de doentes, e publicado na revista 'ACS Nano', noticiou na segunda-feira a agência Europa Press.

Segundo Ramón Martínez Máñez, diretor do Instituto IDM da Universidade Politécnica de Valência e investigador principal do CIBER-BBN, nos tumores sólidos, os fármacos quimioterápicos penetram pouco nas camadas internas, reduzindo a sua eficácia e permitindo que algumas células cancerígenas sobrevivam.

Os nanomotores desenvolvidos pela equipa de investigação ajudam a ultrapassar este obstáculo.

"Os resultados obtidos em organoides de cancro da mama derivados de doentes demonstram que esta tecnologia tem um enorme potencial para aplicação em terapias personalizadas", sublinharam Iris Garrido e Juan Miguel Cejalvo, do Instituto de Investigação em Saúde INCLIVA.

"Os nanomotores não só utilizam a glicose para aumentar o movimento, como, ao consumi-la, privam as células tumorais de energia. Além disso, os nanomotores concebidos geram oxigénio, o que ajuda a reduzir a hipoxia, um problema comum que limita a eficácia de muitos tratamentos. Os nanomotores produzem também espécies reativas de oxigénio, que reforçam os danos nas células malignas"

Paula Díez, Instituto de Investigação em Saúde La Fe (IIS La Fe)

Para Alba García-Fernández, do centro de investigação CIBER-BBN, o aspeto mais inovador é "o design do nanomotor, que emprega uma nanopartícula com duas faces (sílica e platina) e utiliza a própria glicose do tumor como combustível para ativar o movimento".

"Não só conseguimos uma penetração muito mais profunda dos nanomotores dentro do tumor, como também garantimos que estes libertam o fármaco no momento e local exatos", vincou ainda.

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