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Níveis de sangue abaixo do habitual reforçam necessidade de doações

SIC Notícias

A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) insistiu no apelo à população para a doação de sangue para fazer face à diminuição das reservas abaixo do normal nos hospitais, nomeadamente de O+.

Alberto Mota, presidente da FEPODABES, lembra que a necessidade de sangue é uma constante nos hospitais, já que os doentes oncológicos, os que são submetidos às mais diversas cirurgias ou aqueles que são vítimas de acidentes recorrem muitas vezes à transfusão sanguínea.

"As pessoas, infelizmente, cada vez doam menos e os dadores regulares, são gerações que estão a envelhecer, que já não podem dar sangue a partir dos 65 anos e, portanto, isto é uma luta diária para que os mais jovens venham a doar sangue", refere.

Na nota, a Federação recorda que o processo de recolha de sangue é um procedimento rápido (cerca de 30 minutos), e pode ajudar a salvar várias pessoas, já que uma única unidade de sangue pode servir para ajudar até três pessoas.

"Todos os cidadãos com mais de 18 anos, que tenham mais de 50kg e que sejam saudáveis podem dar sangue. Esse gesto simples contribui para salvar muitas vidas", apela Alberto Mota.

Segundo um relatório do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST, I.P), de novembro, Portugal registou em 2024 uma nova redução de dadores de sangue, totalizando quase menos 10 mil em relação a 2017, e voltando a níveis próximos do período pré-pandemia.

Estudo indica que falar várias línguas pode abrandar envelhecimento

Euronews

Falar várias línguas sempre foi social e culturalmente enriquecedor, mas um novo estudo revelou outro benefício inesperado: pode ajudar-nos a viver mais tempo.

Ao analisar dados de inquéritos de mais de 80 mil pessoas entre os 51 e os 90 anos, em 27 países europeus, os investigadores avaliaram se o ritmo a que envelheciam era mais rápido ou mais lento do que o esperado, com base em fatores de saúde e estilo de vida.

As conclusões, publicadas na revista Nature, indicam que quem só fala uma língua tem maior probabilidade de apresentar envelhecimento acelerado, isto é, uma idade biológica superior à idade cronológica, o que aumenta o risco de doenças associadas à idade.

Já os europeus multilingues tinham, em média, metade da probabilidade de sofrer envelhecimento acelerado.

Os resultados também foram cumulativos, ou seja, por cada língua adicional, o envelhecimento ficava mais atrasado ao longo do tempo, apesar de quaisquer diferenças sociais, ambientais ou políticas entre os participantes.

“É um sinal forte de que a atividade mental do dia a dia, como usar várias línguas, pode influenciar o ritmo biológico do envelhecimento. Falar várias línguas exercita continuamente múltiplos sistemas. Obriga a gerir a atenção, a inibir interferências e a alternar entre regras linguísticas, o que fortalece as redes que tendem a enfraquecer com a idade”

Agustin Ibanez, coautor do estudo e neurocientista no Trinity College Dublin

Embora estudos anteriores tenham associado o bilinguismo a um envelhecimento mais lento, recorreram a amostras mais pequenas e centraram-se no declínio cognitivo. Ao usar dados extensos a nível populacional, o novo estudo oferece uma visão muito mais ampla de como o multilinguismo pode beneficiar a saúde geral e o envelhecimento, assinalou Ibanez.

“O multilinguismo também reforça a ligação social, o sentimento de pertença cultural e, talvez, a regulação emocional. Estas vivências reduzem o stress e sustentam a saúde cardiovascular, metabólica e imunitária. O mecanismo é, por isso, provavelmente multicamadas, envolvendo fatores biológicos, neurais, cognitivos e sociais que, em conjunto, constroem resiliência”.

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  • Onde é a Europa mais multilingue?

Cientista portuguesa recebe bolsa de 10 milhões de euros para desvendar os segredos do envelhecimento

SIC Notícias

Uma cientista portuguesa ganhou uma bolsa de 10 milhões de euros para estudar o envelhecimento. A investigadora da Universidade do Porto vai desenvolver novas terapias para travar o desgaste das células provocado pela idade.

Pode ser a peça do puzzle que faltava. No estudo do genoma, já sequenciado, o foco desta investigadora está agora numa região específica do DNA muito repetitiva, os chamados centrómeros, que podem ser um elo crucial no processo de envelhecimento.

Elsa Logarinho, investigadora do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, conquistou uma das maiores bolsas europeias para estudar, com duas equipas francesas, o envelhecimento em ratinhos e em material genético humano.

O projeto recebeu uma bolsa de 10 milhões de euros atribuída pelo Conselho Europeu de Investigação. Das 712 candidaturas recebidas, o Conselho Europeu de Investigação atribuiu 66 bolsas, num valor total de 684 milhões de euros.

Portugal recebeu duas, uma delas para o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, que vai estudar a relação entre a instabilidade dos centrómeros nas células do sistema imunitário e o processo de envelhecimento.

Coimbra recebe cimeira sobre evolução das terapias avançadas baseadas em genes, tecidos ou células

Notícias Saúde

É já no próximo dia 17 de novembro que Coimbra vai acolher a ATMP Summit, cimeira organizada pela Infraestrutura Europeia de Investigação Médica Translacional Avançada (EATRIS, na sigla em inglês), com coorganização da Universidade de Coimbra (UC).

O encontro vai decorrer no Instituto Pedro Nunes (IPN) e tem como foco o desenvolvimento e impacto das terapias avançadas baseadas em genes, tecidos ou células.

Sob o tema “A importância de terapias avançadas no contexto atual”, o encontro vai receber 16 oradores nacionais e internacionais do meio académico e regulamentar das áreas da saúde e indústria, como o vice-presidente do INFARMED, I.P, Carlos Lima Alves, ou os investigadores Sheila Mikhail e Jude Samulski, ligados à terapia génica.

A ATMP Summit vai reunir investigadores, empresas de biotecnologia, reguladores, médicos, representantes de pacientes e público. O evento pretende promover a troca de conhecimentos, a colaboração e o impacto no mundo real, reforçando o papel de Portugal no ecossistema europeu das terapias inovadoras.

Reino Unido e EUA: cirurgiões realizam primeira cirurgia remota transatlântica em doente com AVC

Euronews

Cirurgiões no Reino Unido e nos Estados Unidos realizaram o que se acredita serem as primeiras cirurgias de AVC por controlo remoto no mundo.

A partir de Dundee, na Escócia, a médica Iris Grunwald realizou a trombectomia remota (remoção de coágulos no cérebro para restabelecer o fluxo sanguíneo) num cadáver humano do outro lado da cidade.

Entretanto, na Flórida, Ricardo Hanel usou o dispositivo robótico para operar no mesmo corpo a partir do outro lado do Atlântico, a cerca de 6 500 quilómetros de Dundee.

“O que mais me surpreendeu foi a sensação tátil”, disse Grunwald num comunicado. “As minhas mãos sentiram exatamente o mesmo que sentem numa trombectomia convencional”.

As demonstrações foram feitas com um sistema robótico da Sentante, uma empresa lituana. Segundo a empresa, o sucesso indica que a ferramenta pode ajudar a melhorar os resultados em doentes com AVC, tornando as trombectomias mais acessíveis em zonas remotas onde faltam especialistas.

Os AVC isquémicos são emergências médicas. No mundo, matam cerca de 3,3 milhões de pessoas por ano, segundo a Organização Mundial do AVC.

“No caso de um AVC isquémico, a diferença entre sair do hospital a andar e uma vida de incapacidade pode ser de apenas duas a três horas. Hoje, os doentes são muitas vezes transportados por longas distâncias para chegar a um dos poucos centros de trombectomia”

Edvardas Satkauskas, diretor executivo da empresa Sentante

O sistema da Sentante liga o equipamento padrão de laboratório a um dispositivo que capta os movimentos das mãos de cirurgiões à distância, que “operam” com o auxílio de imagens de raios X em ecrãs de alta definição. Os movimentos são replicados em tempo real por um robô à cabeceira do doente, acrescentou a empresa.

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