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Notícias da Saúde em Portugal 716
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"Crise climática é uma crise sanitária", diz Organização Mundial da Saúde
Jornal de Notícias
"A crise climática é uma crise sanitária", declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.
"É mais do que tempo de a saúde se tornar um tema de negociações formais, e esperamos que isso aconteça na COP31 no próximo ano", acrescentou o responsável pelo ambiente e alterações climáticas da instituição da ONU, Rudiger Krech.
"A saúde é a área mais convincente em matéria de ação climática, mas há muito tempo que é apenas uma nota de rodapé nas negociações sobre o clima. É muito mais fácil convencer as pessoas da urgência de proteger a sua própria saúde ou a dos seus filhos do que proteger os glaciares ou os ecossistemas. Ambos são importantes, mas um está muito mais próximo".

O Brasil anunciará hoje um plano de adaptação às alterações climáticas centrado na saúde, que será o dia dedicado à saúde na COP30, indicou o diretor-geral da OMS.
Este plano inclui medidas destinadas a ajudar os países a preparar os seus sistemas de saúde e a responder aos impactos sanitários, precisou.
Startup portuguesa Lampsy Health cria candeeiro capaz de detetar crises epiléticas
Euronews
A criação de Vicente Garão, Leonor Pereira e Joana Pinto está integrada num candeeiro que utiliza inteligência artificial para identificar crises epiléticas. O dispositivo comunica diretamente com as autoridades de saúde.
A epilepsia é uma doença neurológica que afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste sentido, a startup portuguesa Lampsy Health, que esteve presente na Web Summit 2025, criou um candeeiro inteligente capaz de detetar ataques epiléticos.
O candeeiro “Lampsy”, como é designado, é capaz de detetar crises epiléticas com mais de 99% de precisão e 18 vezes menos falsos alarmes do que outras alternativas. Isto contribuiu para uma melhor qualidade de vida dos doentes e dos seus cuidadores, especialmente durante o período da noite.
De acordo com Vicente Garão, cofundador e CEO da Lampsy Health, este dispositivo pode mesmo aliviar "o peso emocional na vida dos pais" [dos doentes] porque possibilita o envio de alertas em tempo real, informando sobre momentos de crise.
"Dessa forma, é possível acudir as pessoas e, eventualmente, salvar vidas (...). O que é um facto é que muitas crianças com epilepsia dormem com os pais até à idade adulta. Isso prejudica bastante a qualidade de vida da família", acrescenta Vicente Garão.

Estudos indicam que cerca de 86% das crises epiléticas noturnas passam despercebidas, podendo ter consequências graves, incluindo SUDEP (morte súbita inesperada na epilepsia).
O dispositivo Lampsy foi concebido para responder a este problema através de uma abordagem não intrusiva e centrada na privacidade: apesar do candeeiro ter sido desenvolvido para captar imagens, é possível desligar esta opção. Assim, nenhum dado do vídeo é armazenado ou partilhado externamente.
A Lampsy Health tem parcerias com hospitais públicos portugueses da região de Lisboa que monitorizam epilepsia, no entanto, o dispositivo ainda não pode ser adquirido pelo comprador final. A startup indica que o “Lampsy” deverá ser comercializado em abril de 2026, na Europa.
Mais de 5.000 famílias estão inscritas na lista de espera para obterem o candeeiro inteligente da Lampsy Health, o que evidencia a crescente procura por soluções que melhorem a segurança e a qualidade de vida das pessoas com epilepsia.
Estudo revela que hipertensão em crianças e adolescentes quase duplicou entre 2000 e 2020
SIC Notícias
A taxa de hipertensão arterial em crianças e adolescentes com menos de 19 anos quase duplicou entre 2000 e 2020, passando de cerca de 3% para mais de 6%, indica um estudo publicado ontem.
A meta-análise, divulgada na revista The Lancet Child & Adolescent Health, precisa que em 2020 a doença afetava 114 milhões de jovens em todo o mundo e indica que a obesidade contribui significativamente para o aumento da hipertensão infantil.
"O aumento quase duas vezes da hipertensão arterial infantil ao longo de 20 anos deve constituir um alerta para os profissionais de saúde e cuidadores", afirma o coautor do estudo Igor Rudan, citado num comunicado sobre do estudo.
Os investigadores, que analisaram dados de 96 estudos envolvendo mais de 443.000 crianças em 21 países, verificaram que quase 19% das crianças e adolescentes obesos eram afetados pela doença, em comparação com menos de 3% dos considerados como tendo um peso saudável.
"A obesidade pode causar outros problemas de saúde, como a resistência à insulina e alterações nos vasos sanguíneos, o que dificulta a manutenção da pressão arterial em níveis saudáveis", explicam.

Destacada é ainda a "hipertensão mascarada" (não é detetada durante exames de rotina), que afeta "quase 9,2% das crianças e adolescentes em todo o mundo, indicando um potencial subdiagnóstico", bem como a da "bata branca" (pressão arterial elevada apenas num ambiente médico), estimada em 5,2%, "o que sugere que uma proporção considerável de crianças pode estar a ser classificada incorretamente".
Peige Song, coautora do estudo, da Faculdade de Medicina da Universidade de Zhejiang, na China, afirma que "a hipertensão na infância é mais comum do que se pensava anteriormente", sublinhando que "a deteção precoce e o acesso facilitado a opções de prevenção e tratamento são mais importantes do que nunca para identificar crianças com hipertensão ou em risco de a desenvolver".
"Tratar a hipertensão na infância é vital para prevenir futuras complicações de saúde", acrescenta, citada no comunicado.
A análise indica igualmente que, além dos referidos, 8,2% das crianças e adolescentes apresentam pré-hipertensão (níveis de pressão arterial superiores ao normal, mas ainda não classificados como hipertensão), tendo maior probabilidade de desenvolver a doença.
"A pré-hipertensão é especialmente prevalente durante a adolescência, com taxas de cerca de 11,8% entre os adolescentes, em comparação com cerca de 7% nas crianças mais novas".
Novo tratamento da malária pode travar resistência crescente aos fármacos
Euronews
Um medicamento experimental mostrou eficácia contra a malária num novo estudo, podendo proporcionar uma proteção adicional face à crescente ameaça da resistência aos medicamentos.
O fármaco, conhecido como GanLum, é desenvolvido pela gigante farmacêutica suíça Novartis. Num ensaio clínico numa fase avançada, teve eficácia semelhante à dos tratamentos existentes contra a malária, mas foi também altamente eficaz contra estirpes mutantes que mostram sinais de resistência aos medicamentos atuais.
Em 2023, estimaram-se 263 milhões de casos de malária e 597 000 mortes por malária a nível mundial. A grande maioria ocorreu em África, onde as crianças com menos de cinco anos representam cerca de três em cada quatro mortes por malária, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Atualmente, a maioria dos doentes com malária em África é tratada com terapias combinadas baseadas na artemisinina (ACT), introduzidas no início dos anos 2000. Mas, nos últimos anos, a OMS afirma terem surgido sinais “preocupantes” de resistência parcial em países como o Ruanda, o Uganda e a Eritreia.

O estudo incluiu quase 1 700 pessoas em 12 países africanos. Metade foi randomizada para receber o GanLum, enquanto a outra metade recebeu o tratamento padrão.
Quatro semanas depois, 85,3% dos doentes no grupo do GanLum não apresentavam sintomas nem parasitas detetados, face a 82,1% no grupo do tratamento padrão.
Os resultados, ainda não publicados numa revista científica com revisão por pares, foram apresentados esta semana numa reunião científica. O ensaio foi financiado em parte pela União Europeia, Alemanha e Reino Unido.
A Novartis disse que avançará rapidamente para solicitar às autoridades reguladoras a aprovação do GanLum.
O medicamento “tem potencial para tratar a doença e bloquear a transmissão”, disse Shreeram Aradhye, presidente de desenvolvimento e diretor clínico da farmacêutica.
Importa notar que os participantes no ensaio tinham malária aguda, não complicada, associada ao Plasmodium falciparum, o parasita da malária mais comum e mais mortal em África.

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