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Notícias da Saúde em Portugal 720
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Aumento do consumo de alimentos ultraprocessados coloca em risco saúde pública, alertam investigadores
SIC Notícias
O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados (AUPs) em todo o mundo representa um desafio urgente para a saúde, que exige políticas coordenadas e ações de sensibilização, indicam três artigos publicados ontem na revista The Lancet.
A nova série da revista científica sobre Alimentos Ultraprocessados e Saúde Humana, da autoria de 43 especialistas globais, revê as provas de que aqueles alimentos, associados a um risco aumentado de múltiplas doenças crónicas, estão a substituir os frescos e minimamente processados.
"O crescente consumo de alimentos ultraprocessados está a mudar as dietas em todo o mundo, substituindo alimentos e refeições frescas e minimamente processadas. Esta mudança nos hábitos alimentares é impulsionada por poderosas corporações globais que geram lucros enormes ao priorizar produtos ultraprocessados, apoiadas por um extenso 'marketing' e 'lobby' político para impedir políticas de saúde pública eficazes que promovam uma alimentação saudável"
As dietas com grande quantidade de AUPs estão associadas a uma alimentação excessiva, a uma baixa qualidade nutricional (excesso de açúcar e gorduras pouco saudáveis, e pouca fibra e proteína) e a uma maior exposição a substâncias químicas e aditivos nocivos, mostram as provas analisadas.
Os investigadores realizaram uma revisão sistemática de 104 estudos de longa duração, constatando que "92 deles referiram maiores riscos associados a uma ou mais doenças crónicas, tendo as meta-análises revelado associações significativas em relação a 12 problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, depressão e morte prematura por todas as causas".
De acordo com a classificação Nova, que divide os alimentos em quatro grupos segundo o seu nível de processamento industrial, os AUPs são produtos feitos com ingredientes industriais baratos, como óleos hidrogenados, isolados de proteína ou xarope de glicose/frutose, e aditivos alimentares, como corantes, adoçantes artificiais e emulsionantes.
Além da redução de custos, as empresas de alimentos ultraprocessados recorrem a um 'marketing' agressivo e a 'designs' atrativos para aumentar o consumo, tendo conseguido que este se tornasse "o setor alimentar mais rentável".

Os lucros "alimentam o crescente poder corporativo nos sistemas alimentares", assinalam os especialistas, revelando que para os proteger "as empresas de AUPs empregam táticas políticas sofisticadas (...) bloqueando regulamentos, moldando debates científicos e influenciando a opinião pública".
"Tal como confrontámos a indústria do tabaco há décadas, precisamos agora de uma resposta global ousada e coordenada para conter o poder desproporcional das corporações dos alimentos ultraprocessados e construir sistemas alimentares que priorizem a saúde e o bem-estar das pessoas", salienta citada no comunicado Karen Hoffman, da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul.
Para melhorar as dietas em todo o mundo são necessárias políticas específicas para os AUPs que complementem a legislação existente para reduzir o teor elevado de gordura, açúcar e sal nos alimentos.
Os autores também propõem restrições de 'marketing' mais rigorosas, especialmente para anúncios dirigidos a crianças, nos meios digitais, e ao nível da marca, bem como a proibição destes alimentos em instituições públicas, como escolas e hospitais, e a limitação da venda e do espaço que ocupam nos supermercados.
A especialista em saúde pública Camila Corvalan, da Universidade do Chile, sugere a "aplicação de impostos sobre estes produtos para financiar um maior acesso a alimentos nutritivos e acessíveis".
Os sistemas alimentares deviam apoiar produtores locais de alimentos, preservar as tradições alimentares culturais e garantir que os benefícios económicos da produção de alimentos regressam às comunidades, segundo o comunicado.
Ouvir música quase todos os dias pode reduzir o risco de demência em idosos, sugere estudo
Euronews
Ouvir música com regularidade na idade avançada poderá reduzir significativamente o risco de demência, sugere nova investigação.
A equipa de investigação australiana analisou dados de mais de 10.800 adultos com 70 anos ou mais e constatou que quem ouvia música regularmente tinha uma probabilidade 39% menor de desenvolver demência face a quem nunca ou só ocasionalmente ouvia música.
Quem ouvia sempre música apresentou não só menor incidência de demência como também uma redução de 17% no défice cognitivo, pontuações cognitivas globais mais elevadas e melhor memória episódica, usada ao recordar acontecimentos do quotidiano.
Quem ouvia e tocava música apresentou uma redução de 33% no risco de demência e de 22% no risco de défice cognitivo.

Os resultados sugerem que “as atividades musicais podem ser uma estratégia acessível para manter a saúde cognitiva em adultos mais velhos”, disse Emma Jaffa, uma das autoras do estudo, da Universidade Monash.
Ainda assim, os autores alertaram que os resultados são observacionais e não podem provar que ouvir música reduza de facto o risco de demência ou melhore o bem-estar cognitivo.
O estudo tem limitações, nomeadamente o potencial de enviesamento de seleção, a dependência de hábitos musicais autorreferidos e a possibilidade de causalidade inversa, o que, disseram, “sublinha a necessidade de uma interpretação cautelosa”.
Disseram que futuras investigações poderão avaliar se determinados géneros musicais estão mais associados a um menor risco de demência.
O estudo surge numa altura em que o impacto da demência continua a crescer em todo o mundo. Mais de 57 milhões de pessoas vivem com a doença a nível mundial, incluindo cerca de 9,8 milhões na Europa. Este número deverá aumentar nas próximas décadas.
Segundo a Alzheimer’s Disease International, há mais de 10 milhões de novos casos de demência por ano, o que equivale a um novo caso a cada 3,2 segundos.
OMS apela para regulação de produtos com nicotina dirigidos aos jovens
Saúde Online
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou para a regulação dos novos produtos à base de nicotina, alertando para o perigo que representam para os jovens cigarros eletrónicos e saquetas com sabores doces.
Alertando os países para a necessidade de regularem estes produtos, a OMS defendeu que constituem um perigo na luta contra o tabagismo.
“As escolas são a nova frente da guerra contra o tabaco e a nicotina, onde as empresas recrutam ativamente uma geração de viciados”

Nos últimos 20 anos, o consumo de tabaco entre os jovens diminui um terço, à escala mundial, “incitando os fabricantes de tabaco a desenvolverem novos produtos para atraírem novos clientes”, disse Tedros.
Segundo a OMS, os industriais apresentam os cigarros eletrónicos como menos nocivos do que os tradicionais, mas na realidade visam agressivamente os jovens e viciam-nos. Pelo menos 15 milhões de adolescentes entre os 13 e os 15 anos, no mundo, já os utilizam, observou a OMS.
Tedros sublinhou que não há provas dos benefícios desses produtos para a saúde pública. Pelo contrário, as provas da nocividade “acumulam-se”.
“Nos 63 países com dados disponíveis, a prevalência do uso de cigarros eletrónicos entre os jovens é, em média, nove vezes superior à dos adultos”, alertou Tedros.
Associação Portuguesa do Cancro no Cérebro lança estudo “Viver com Glioma 2025”
Notícias Saúde
A Associação Portuguesa do Cancro no Cérebro (APCCEREBRO), em parceria com a farmacêutica Servier, acaba de lançar o estudo “Viver com Glioma 2025”, um projeto pioneiro em Portugal que visa aprofundar o conhecimento científico sobre a realidade daspessoas diagnosticadas com glioma, um dos tumores cerebrais mais complexos e desafiantes.
O estudo tem como objetivo caracterizar a experiência de vida, o impacto clínico, social e emocional da doença, bem como identificar as principais barreiras e necessidades não satisfeitas ao longo de todo o percurso assistencial.
Para tal, está a ser conduzido um inquérito nacional dirigido a doentes, familiares e cuidadores, combinando análise quantitativa e qualitativa dos dados recolhidos.
Esta iniciativa reforça o compromisso da APCCEREBRO com a produção de evidência científica que apoie a formulação de políticas públicas mais eficazes e a melhoria contínua dos cuidados de saúde dirigidos às pessoas com tumores cerebrais.

“É fundamental recolher dados concretos sobre a experiência das pessoas que vivem com glioma. Só conhecendo a sua realidade poderemos construir respostas informadas, humanas e sustentáveis, em estreita coordenação com os profissionais e entidades de saúde, para melhorar a qualidade de vida destes doentes e das suas famílias”
O inquérito do estudo “Viver com Glioma 2025” está disponível para preenchimento nas redes sociais e canais digitais da APCCEREBRO até ao final de novembro.
A Associação apela à participação de todos os doentes, familiares e cuidadores, de forma a garantir uma amostra representativa e cientificamente robusta que permita compreender, com profundidade, a realidade de quem vive com esta doença em Portugal.

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