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Notícias da Saúde em Portugal 725
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Cérebro passa por cinco fases na vida: saiba em qual está
Jornal de Notícias
O cérebro humano passa por cinco grandes fases ao longo da vida, com alterações nas ligações neuronais, ocorrendo as transições aos 9, 32, 66 e 83 anos, indica um estudo publicado, ontem, na revista científica "Nature Communications".
Liderada por neurocientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a investigação baseia-se em dados de ressonância magnética de 3802 pessoas entre os 0 e os 90 anos, cujas ligações neuronais foram mapeadas através do rastreio do modo como as moléculas de água se movem através do tecido cerebral.
"Sabemos que a estrutura do cérebro é crucial para o nosso desenvolvimento, mas ainda não temos uma visão completa de como se modifica ao longo da vida e porquê", afirmou Alexa Mousley, da Universidade de Cambridge, que liderou a investigação, citada num texto de divulgação do estudo.
A cientista assinalou que o estudo "é o primeiro a identificar as principais fases da formação das conexões cerebrais ao longo da vida humana".
"Estas fases fornecem um contexto importante para compreendermos em que é que os nossos cérebros podem ser mais eficientes ou mais vulneráveis em diferentes fases da vida. Isto pode ajudar-nos a compreender porque é que alguns cérebros se desenvolvem de forma diferente em momentos-chave da vida, seja em relação a dificuldades de aprendizagem na infância ou demência na velhice", adiantou.
Segundo o estudo, na primeira fase, dos 0 aos nove anos, designada de infância, o volume de massa cinzenta (que contém neurónios) e de massa branca (que permite as ligações) aumenta significativamente.
Assiste-se a uma "consolidação da rede", quando o grande número de sinapses (ligações entre os neurónios) que são produzidas em excesso no cérebro do bebé diminui, sobrevivendo apenas as mais ativas.
Em todo o cérebro, as ligações reorganizam-se no mesmo padrão desde o nascimento até aproximadamente aos nove anos quando ocorre o primeiro "ponto de viragem", o cérebro passa por "uma mudança radical na sua capacidade cognitiva, e surge o maior risco de perturbações de saúde mental", alertam os investigadores, citados pela agência noticiosa espanhola EFE.
Na fase da "Adolescência Cerebral", até aos 32 anos, a substância branca continua a aumentar de volume, pelo que a organização das redes de comunicação do cérebro se torna cada vez mais refinada.

O período é caracterizado tanto pela eficiência das ligações dentro de regiões específicas como pela comunicação rápida em todo o cérebro, o que está ligado a um melhor desempenho cognitivo. Esta é a "única fase" em que aumenta a "eficiência neural", segundo Mousley, indicando os investigadores que "o pico do desempenho cognitivo" é observado no início dos 30 anos.
Dos 32 aos 66 anos, o cérebro entra na sua fase mais longa, a idade adulta. Em comparação com as fases anteriores, a estrutura cerebral estabiliza e as regiões cerebrais começam a compartimentar-se lentamente. A passagem para a fase do "envelhecimento cerebral precoce" é muito mais suave, não se registam grandes mudanças estruturais, embora os investigadores tenham encontrado alterações significativas no padrão das redes cerebrais, em média, por volta dos 66 anos.
Por volta dos 83 anos o cérebro entra na sua fase final de desenvolvimento, a do "envelhecimento cerebral tardio". Os dados sobre esta etapa são limitados, mas o que a caracteriza é "uma transição do global para o local", ou seja, diminui ainda mais a conectividade de todo o cérebro e aumenta a dependência de regiões específicas.
Duncan Astle, professor de Neuroinformática em Cambridge e outro dos autores, referiu que a forma como o cérebro estabelece conexões está ligada a muitas condições de neurodesenvolvimento, de saúde mental e do sistema nervoso, acrescentando que "as diferenças na conectividade cerebral predizem dificuldades relacionadas com a atenção, a linguagem, a memória e uma série de comportamentos diferentes".
"Compreender que a jornada estrutural do cérebro não é uma questão de progressão constante, mas sim de alguns pontos de viragem importantes, ajudar-nos-á a identificar quando e como a sua conectividade é vulnerável a perturbações", disse ainda, citado no comunicado da universidade.
Menina de 6 anos morre após tratamento dentário em Alzira e outra de 4 anos continua internada
Euronews
Uma menina de 6 anos morreu e outra de 4 permanece internada depois de se submeterem a um tratamento na mesma clínica dentária em Alzira, um município da Espanha na província de Valência.
A Saúde Pública abriu uma investigação e ordenou a suspensão cautelar da atividade da clínica dentária.
Na localidade valenciana de Alzira, uma menina de 6 anos faleceu na quinta-feira após receber cuidados numa clínica dentária privada, enquanto outra menor, de 4 anos, foi internada em estado grave depois de ter recorrido ao mesmo estabelecimento.

Segundo informaram fontes da Conselleria da Saúde da Comunidade Valenciana aos meios locais, às 16:52 desse dia, a menina de 6 anos deu entrada no Hospital de La Ribera em paragem cardiorrespiratória, depois de ter sido tratada naquela manhã na clínica dentária. As tentativas de reanimação não tiveram sucesso.
Por sua vez, a outra menina tinha chegado ao mesmo hospital às 15:11 com sintomas de febre alta, vómitos e sonolência. Foi estabilizada e posteriormente transferida numa ambulância do SAMU para a unidade de cuidados intensivos pediátricos do Hospital Clínico Universitário de Valência, onde permanece internada.
Perante estes factos, a Conselleria abriu um processo informativo para esclarecer as circunstâncias do sucedido e ordenou a suspensão cautelar da atividade da clínica dentária, embora até agora não tenham sido divulgados publicamente detalhes sobre a sua identidade.
Estudo liga impulsividade a genes partilhados por dezenas de doenças
Euronews
O impulso por uma recompensa imediata está profundamente enraizado no nosso ADN e pode influenciar uma ampla gama de riscos para a saúde ao longo da vida, sugere um amplo estudo genético.
Há muito que os cientistas sabem que traços ligados à impulsividade podem ser transmitidos de pais para filhos e que estão associados à saúde mental e física. Mas as novas conclusões lançam luz sobre as vias biológicas que estão na base desta ligação.
"Tomar decisões impulsivas é algo que todos experimentamos, mas as suas raízes biológicas têm sido surpreendentemente difíceis de identificar", disse Sandra Sanchez-Roige, uma das autoras do estudo e professora associada de psiquiatria na Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos.
A equipa analisou dados de todo o genoma de quase 135 mil pessoas que utilizaram o 23andMe, o serviço de testes de ADN em casa.
Os investigadores identificaram 73 traços psiquiátricos, cognitivos e de saúde física que parecem estar ligados a um mecanismo-chave da tomada de decisões impulsivas: o desconto temporal, a tendência para privilegiar recompensas menores e de curto prazo em detrimento de ganhos maiores no futuro.
Esses 73 traços incluem os associados ao consumo de substâncias, depressão, função executiva, dor crónica, saúde cardiovascular, obesidade, problemas do sistema imunitário e insónia, segundo o estudo, publicado na revista Molecular Psychiatry.
Para perceber as consequências reais na saúde, os investigadores criaram pontuações de risco genético para o desconto temporal e analisaram os desfechos de saúde de mais de 66 mil pessoas. Segundo o estudo, essas pontuações associaram-se a 212 problemas médicos, incluindo diabetes tipo 2, dor crónica e doença cardíaca.

As conclusões indicam que "o desconto temporal é passível de medição, tem uma forte componente hereditária e é relevante para muitos aspetos da saúde", incluindo o desenvolvimento cerebral, a cognição e o bem-estar físico, disse Sanchez-Roige em comunicado.
Os investigadores defendem que estudos futuros devem procurar perceber se os genes associados ao desconto temporal causam efetivamente outros problemas de saúde e testar se intervir em fatores ambientais ligados à impulsividade, como o nível de escolaridade, poderá melhorar a saúde das pessoas.
"Ao continuarmos a investigar este processo fundamental de tomada de decisão, poderemos descobrir novas formas de prevenir ou tratar uma vasta gama de problemas de saúde", afirmou Sanchez-Roige.
"Estou a ser vítima de violência?" Ordem dos Psicólogos cria checklist para ajudar vítimas
CNN
A Ordem dos Psicólogos lançou ontem dois documentos que esclarecem o que é a violência psicológica, como identificá-la, quais os sinais de alerta, quem pode ser vítima ou agressor e como procurar ajuda.
No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, a Ordem dos Psicólogos refere que a violência psicológica é mais frequente do que a violência física e sublinha: “não é uma forma menor ou mais leve de violência”.
Esta entidade explica que a violência psicológica corresponde a um conjunto de atos verbais ou não verbais, isolados ou repetidos, utilizados de forma intencional para causar dano e sofrimento emocional, e lembra que “não é necessário que a violência física esteja presente” para uma relação ser violenta ou abusiva.

Um dos documentos lançados é uma ‘checklist’ de sinais que mostram se a pessoa está a ser vítima de violência e o outro um conjunto de perguntas e respostas sobre violência emocional e psicológica.
Reconhece que pode ser difícil detetar e reconhecer os sinais de violência psicológica, que muitas vezes acontece apenas quando o agressor e a vítima se encontram a sós e aconselha: “É importante não cair na armadilha de pensar ‘não é assim tão mau’ e minimizar o comportamento do agressor”.
Acrescenta que as vítimas de violência psicológica “podem não ter uma única nódoa negra”, pois “as suas ‘feridas’ são invisíveis e igualmente dolorosas”, afetando negativamente o bem-estar e a saúde psicológica, e alerta que as vítimas podem desenvolver, a médio e longo prazo, perturbações da ansiedade, depressão, perturbações alimentares, comportamentos auto lesivos ou tentar o suicídio.

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