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Notícias da Saúde em Portugal 726
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Quer dormir melhor? Tai chi é tão eficaz como psicoterapia, diz estudo
Euronews
O tai chi, o exercício mente-corpo de origem chinesa, mostrou ser tão eficaz como a psicoterapia na insónia crónica, conclui um novo estudo.
O estudo, publicado no British Medical Journal, distribuiu aleatoriamente 200 adultos chineses com mais de 50 anos por sessões de tai chi ou de terapia cognitivo-comportamental (TCC), uma psicoterapia orientada para objetivos que ajuda a gerir a depressão e a ansiedade, para tratar a insónia crónica.
Insónia crónica é uma das perturbações do sono mais comuns em adultos de meia-idade e idosos e pode conduzir a doenças cardiovasculares, perturbações mentais e défice cognitivo, assinala o estudo.

Ambos os grupos realizaram 24 sessões ao longo de três meses.
Os investigadores avaliaram depois as alterações na gravidade da insónia aos três meses e um ano após o estudo.
A terapia foi considerada superior aos três meses, mas, ao fim de um ano, quem praticou tai chi apresentou resultados semelhantes aos que fizeram terapia.
O tai chi e a TCC também apresentaram "benefícios comparáveis nos parâmetros subjetivos do sono, qualidade de vida, saúde mental e nível de atividade física", conclui o estudo.
"O nosso estudo sustenta o tai chi como abordagem terapêutica alternativa para a gestão de longo prazo da insónia crónica em adultos de meia-idade e idosos", refere a equipa de investigação em comunicado.
Os autores referem que os participantes do estudo podem ter continuado a praticar tai chi após o período de observação, o que pode ter produzido efeitos mais positivos do que se tivessem interrompido após o estudo.
Acrescentam ser necessários mais estudos para perceber se o tai chi pode ser benéfico para pessoas noutros países, regiões ou outros grupos demográficos.
SINAS+ e o novo ciclo de classificação dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde
Jornal Dentistry
Na passada sexta-feira, 31 de outubro, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) lançou uma nova página informativa dedicada ao Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS+), onde apresenta o enquadramento, os objetivos e o cronograma de implementação deste novo programa.
O SINAS+ representa a evolução do modelo de avaliação da qualidade em saúde e traduz uma mudança profunda na abordagem da supervisão, que passa a ser preventiva, baseada na análise de risco e sustentada em informação sistematizada.
O novo modelo baseia-se na recolha sistemática de informação, diretamente junto das unidades de saúde, em formatos normalizados e comparáveis, que permitam à ERS cruzar dados provenientes de diferentes fontes — como processos de licenciamento, reclamações, inspeções ou indicadores clínicos — para gerar perfis de risco dinâmicos e atualizados. A partir desta análise, a intervenção regulatória poderá ser planeada de forma mais eficiente e proporcional, concentrando recursos onde a probabilidade de ocorrência de falhas, ou de impacto sobre os utentes, é maior. Este novo modelo de recolha e análise de informação é o ponto de partida para uma etapa mais ambiciosa da atuação da ERS: a supervisão preditiva.

Supervisão preditiva: da conformidade à antecipação
O objetivo é detetar padrões de comportamento e antecipar riscos que possam afetar a qualidade e a segurança dos cuidados.
Na prática, estes modelos de inteligência artificial vão permitir analisar e cruzar grandes volumes de informação — desde reclamações e dados de licenciamento até relatórios de fiscalização e indicadores clínicos — para identificar tendências e anomalias que exijam acompanhamento mais próximo.
Com esta abordagem, a ERS poderá reconhecer situações recorrentes ou áreas de vulnerabilidade, como concentrações anormais de queixas ou discrepâncias regionais, e atuar de forma mais rápida, dirigida e preventiva.
A Entidade Reguladora da Saúde deixa de olhar para as reclamações como foco isolado e passa a adotar uma visão mais integrativa da situação do prestador. Assim, a capacidade do prestador de dispor de informação atualizada sobre a sua clínica, e de a sistematizar, será cada vez mais importante.
O impacto para as clínicas dentárias
Quando a ERS fala em “comparação estruturada entre prestadores, como instrumento de melhoria contínua”, está, na prática, a descrever um processo de benchmarking, mesmo que o termo não surja de forma explícita nos seus documentos.
O conceito de benchmarking — introduzido na gestão moderna nos anos 1980 e amplamente aplicado em setores regulados, como a energia, os transportes ou a saúde — designa o processo sistemático de recolher, comparar e analisar indicadores de desempenho entre organizações semelhantes, com o propósito de identificar boas práticas e oportunidades de melhoria.
No contexto da saúde, o benchmarking permite medir a qualidade de forma objetiva, substituindo impressões subjetivas por dados concretos.
Contudo, esta nova abordagem não substitui as responsabilidades legais e técnicas já existentes — acrescenta-lhes uma camada de exigência e transparência.
Para as clínicas dentárias, isto significa que a conformidade passa a ser apenas o ponto de partida. O verdadeiro desafio será demonstrar qualidade mensurável, evidenciar boas práticas e posicionar-se entre os prestadores que lideram pelo exemplo.
Mais do que um exercício de supervisão, o benchmarking torna-se um instrumento de evolução e reconhecimento, capaz de distinguir as clínicas que não só cumprem as normas, mas também contribuem ativamente para elevar o padrão do setor.
Do ponto de vista da gestão, este novo contexto traz também vantagens estratégicas. As clínicas que trabalham com estrutura e rastreabilidade passam a ter maior previsibilidade regulatória, reduzem o risco de não conformidades inesperadas e reforçam a reputação junto dos utentes e dos parceiros institucionais. Além disso, a transparência promovida pelo SINAS+ favorecerá quem aposta numa cultura de qualidade documentada e sistematizada — critérios que serão, cada vez mais, fatores de diferenciação.
Já em 2023, a MedSUPPORT antecipou esta discussão ao promover o workshop “Ideias e Estratégias para Superar Desafios da Gestão e Regulação em Saúde”, onde reuniu os seus clientes para debater as tendências emergentes na regulação, as boas práticas de gestão e o impacto crescente da tecnologia nos processos de conformidade em saúde.
Neste novo contexto regulatório, a diferença não estará entre quem cumpre e quem não cumpre, mas entre quem se antecipa e quem é apanhado de surpresa. Nesse caminho, contar com quem já domina o território da conformidade e da qualidade em saúde fará a diferença entre reagir às mudanças ou antecipá-las com segurança.
Portugal registou menos casos de VIH em 2024, mas maioria dos diagnósticos foi tardia
SIC Notícias
Portugal registou menos casos de infeção por VIH em 2024, totalizando 997, mas mais de metade dos diagnósticos ocorreram tardiamente, sobretudo em pessoas com 50 ou mais anos, revela um relatório divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
"Em 2024, verificamos uma redução dos casos notificados, comparativamente ao total de 2023, mantendo-se globalmente a tendência decrescente nos últimos anos relativamente aos novos diagnósticos", disse à agência Lusa a nova diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana/Sida.
Bárbara Flor de Lima alertou, contudo, para o facto de cerca de 54% dos novos diagnósticos ainda serem tardios.
"Na primeira avaliação clínica predominaram os casos assintomáticos (58,5%), mas a apresentação aos cuidados de saúde foi tardia em 53,9% dos casos, particularmente nas pessoas com 50 ou mais anos (65,4%) e nos homens com transmissão heterossexual (67,6%)", salienta o relatório "Infeção por VIH em Portugal 2025".
"Temos alguma preocupação nesta população, que implica termos algumas medidas específicas no sentido de oportunidades de diagnósticos que têm sido perdidas e aumentar a testagem e rastreio nesta população específica", defendeu a infeciologista.

A maioria dos diagnósticos ocorreu em homens, numa proporção de 2,7 casos por cada caso em mulheres. Foram notificados cinco casos em menores de 15 anos, três deles com transmissão mãe-filho e diagnosticados em Portugal.
Nos restantes casos a mediana das idades foi de 37 anos e 27,6% tinham menos de 30 anos. Entre estes, 68,7% eram homens que têm sexo com homens (HSH), com idade mediana mais baixa (31 anos).
Em 2024, foram diagnosticados 194 novos casos de sida (1,8 casos por 100.000 habitantes), valor superior ao dos dois anos anteriores (3,4), sendo que apenas 77 (39,7%) diziam respeito a pessoas nascidas em Portugal.
Apesar da tendência sustentada de descida, o relatório alerta que Portugal continua entre os países da União Europeia com taxas anuais mais elevadas de diagnóstico de sida, aproximadamente o triplo da média europeia.
A propósito do Dia Mundial da Luta contra a Sida (01 de dezembro), Bárbara Flor de Lima relembrou "a importância do diagnóstico, do rastreio precoce" e de "relações sexuais seguras" para "garantir a saúde sexual e evitar infeções sexualmente transmissíveis, incluindo o VIH".
Estudo liga químicos comuns a danos na saúde intestinal; eis os principais responsáveis
Euronews
Em testes de laboratório, investigadores no Reino Unido identificaram 168 substâncias químicas que impedem o crescimento de bactérias intestinais saudáveis, potencialmente desequilibrando o microbioma intestinal.
O microbioma intestinal é composto por milhares de tipos de bactérias e outros microrganismos que vivem no nosso aparelho digestivo, e tem sido associado a uma ampla variedade de problemas de saúde, como cancro, insónia, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e parto prematuro.
Os cientistas identificaram as 168 substâncias tóxicas após testarem 1.076 contaminantes químicos, incluindo vários dos chamados “químicos eternos” ou substâncias per- e polifluoroalquil (PFAS), que não se degradam naturalmente no ambiente, em 22 espécies de bactérias intestinais em laboratório.
Entre as substâncias tóxicas para as bactérias intestinais contavam-se pesticidas, como herbicidas e inseticidas usados na agricultura, e substâncias químicas industriais usadas em plásticos e retardadores de chama.
Estas substâncias entram normalmente no organismo através dos alimentos, da água e de outras exposições ambientais, e muitas não se julgava afetarem as bactérias intestinais, segundo o estudo publicado na revista Nature Microbiology ontem.
“Ficámos surpreendidos com a intensidade dos efeitos de algumas destas substâncias. Por exemplo, muitos químicos industriais, como retardadores de chama e plastificantes, com que estamos regularmente em contacto, não se pensava que afetassem organismos vivos, mas afetam”

Nos testes de laboratório, as bactérias alteraram funções para tentar contornar certos poluentes químicos, levando algumas a tornarem-se resistentes a antibióticos. Se isso se verificar no intestino humano, pode dificultar o tratamento de infeções e contribuir para a crescente ameaça de saúde pública da resistência aos antimicrobianos (RAM), alertaram os investigadores.
Importa notar que os testes de segurança a substâncias químicas costumam centrar-se nos seus alvos específicos, por exemplo, na eficácia dos fungicidas a eliminar esporos parasitas, e não no seu potencial impacto no intestino humano, algo que, segundo os investigadores, deve mudar.
Os investigadores pediram mais dados do mundo real sobre exposição a substâncias químicas para determinar se os efeitos tóxicos observados em laboratório se traduzem em pior saúde intestinal nas pessoas.
Entretanto, aconselharam a adoção de medidas para evitar a exposição, por exemplo, evitar pesticidas em casa e lavar fruta e legumes antes de os consumir.

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