Notícias da Saúde em Portugal 731

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Vacinas da gripe esgotadas para pessoas fora dos grupos de risco

SIC Notícias

Já não há vacinas da gripe para as pessoas fora dos grupos de risco, segundo a Renascença. As farmácias alertam para a falta de reposição e para um aumento da procura por parte de particulares e empresas.

Mesmo com receita médica, quem não pertence aos grupos prioritários terá dificuldades em encontrar doses, uma vez que os distribuidores já não têm vacinas e a indústria farmacêutica não vai disponibilizar mais unidades, confirmou Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), à Renascença.

No entanto, as vacinas continuam a ser disponibilizadas gratuitamente para os grupos elegíveis pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A escassez deve-se a uma procura superior à oferta desde ano.

Verificou-se uma maior procura, não só de pessoas particulares, mas também de empresas que fizeram questão de oferecer vacinas aos seus colaboradores numa perspetiva de reduzir o absentismo laboral”, esclareceu Ema Paulino.

Cereais de pequeno-almoço têm altos níveis de "químicos eternos"

SIC Notícias

Um estudo da Rede Europeia de Ação contra os Pesticidas (PAN Europe), divulgado ontem, encontrou níveis elevados do tóxico ácido trifluoroacético (TFA), um dos designados "químicos eternos", em cereais de pequeno-almoço consumidos na Europa.

Foram analisados 65 produtos de cereais adquiridos em 16 países europeus, incluindo cereais de pequeno-almoço, doces populares, massas, 'croissants', pão integral e refinado e farinha.

De acordo com o estudo, o alimento mais contaminado eram os cereais de pequeno-almoço, com concentrações médias do TFA 100 vezes superiores às da água da torneira.

"Todos estão expostos ao TFA por diversas vias, incluindo alimentos e água potável. Os nossos resultados sublinham a necessidade urgente de proibir imediatamente os pesticidas PFAS para impedir a contaminação da cadeia alimentar", afirmou Salomé Roynel, responsável da PAN Europe, em comunicado, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.

O TFA foi detetado em 81,5% das amostras (53 das 65), sendo que os produtos à base de trigo apresentavam níveis mais elevados de contaminação do que os de outros cereais.

Segundo a EFE, os níveis mais elevados foram encontrados nuns cereais de pequeno-almoço irlandeses, seguidos de um pão integral belga, um pão integral alemão e uma baguete francesa, mas a substância foi descoberta numa grande variedade de produtos, desde esparguete a 'scones' de queijo e pão de gengibre.

"Todas as amostras ultrapassaram o limite máximo de resíduos predeterminado. Não podemos expor as crianças a substâncias químicas tóxicas para a reprodução. Isto exige uma ação imediata", sublinhou a organização ambientalista, que apela à Comissão Europeia e aos Estados-Membros para proibirem os pesticidas PFAS e monitorizarem o teor de TFA nos alimentos.

MedSUPPORT | Testemunho da semana

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Sr. David Santos - Centro Clínico Reguengos, Lda. - Reguengos de Monsaraz

Investir na saúde mental e na carteira: dupla abordagem supera intervenções isoladas

Notícias Saúde

Apoiar simultaneamente pessoas com apoio financeiro e de saúde mental funciona melhor do que abordar cada um isoladamente, mostra uma nova investigação liderada pela London School of Economics and Political Science (LSE).

Os investigadores observaram que a pobreza e os problemas de saúde mental andam frequentemente de mãos dadas, criando um ciclo difícil de quebrar. O stress financeiro pode levar à depressão ou ansiedade, e uma saúde mental deficiente pode dificultar a procura de emprego ou a gestão do dinheiro. Quebrar este ciclo é essencial para melhorar vidas e reduzir a desigualdade.

A equipa analisou 17 programas que combinavam componentes psicológicas e de redução da pobreza e descobriu que eram mais eficazes na melhoria dos sintomas de saúde mental, do bem-estar psicológico e, em alguns casos, dos resultados socioeconómicos, do que aqueles que abordavam apenas um deles.

A revisão, publicada na Nature Scientific Reports, analisou programas combinados em países com rendimentos mais altos e mais baixos, incluindo os EUA, Reino Unido, Índia e Uganda.

Os exemplos incluem transferências de dinheiro ou ajuda com habitação, juntamente com aconselhamento ou terapia de grupo e treino de competências e mentoria combinados com apoio psicológico.

As pessoas nestes programas combinados apresentavam frequentemente menos sintomas de depressão e ansiedade e sentiam-se mais positivas em relação às suas vidas; as famílias tinham maior probabilidade de apresentar melhor segurança alimentar e rendimentos mais elevados, sobretudo quando os programas duravam mais tempo.

Os ganhos em saúde mental e bem-estar foram mais comuns no seguimento a curto prazo, com alguns a persistirem a médio e longo prazo. As melhorias socioeconómicas foram mais evidentes no seguimento a longo prazo, sugerindo que as melhorias podem demorar mais tempo a materializar-se do que as mudanças na saúde mental, mas podem ser sustentadas uma vez alcançadas.

O relatório apela aos governos, instituições de solidariedade e organizações de saúde para que trabalhem em conjunto para desenvolver programas que combinem o apoio financeiro e em saúde mental, se concentrem nos jovens e nas famílias, que são os mais vulneráveis e invistam na investigação para compreender o que funciona melhor nas diferentes comunidades.

Dois terços das mulheres ganham peso gestacional em excesso ou abaixo do recomendado na gravidez

Notícias Saúde

Em cerca de dois terços das gravidezes, as mulheres apresentam peso gestacional em excesso ou abaixo do recomendado, o que está associado a complicações como o parto prematuro, bebés com peso elevado à nascença e internamento em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) neonatais.

As conclusões fazem parte de uma revisão sistemática de dados de 1,6 milhões de mulheres, liderada pela Universidade de Monash, na Austrália, e publicada no The BMJ.

A primeira autora deste estudo, Rebecca Goldstein, do Centro de Investigação e Implementação em Saúde da Universidade Monash, considera que os resultados do estudo reforçam a necessidade de uma ação internacional.

Estas descobertas reforçam a necessidade de normas de referência internacionais para o aumento de peso gestacional saudável, juntamente com o apoio ao estilo de vida e medidas de saúde pública para melhorar os resultados para as mães e os bebés em todo o mundo”, afirma.

Em resposta, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou uma iniciativa para desenvolver padrões globais de aumento de peso gestacional saudável, visando definir o que são as recomendações ideais em diversos contextos.

Para apoiar esta iniciativa, investigadores da Universidade Monash e colaboradores da OMS analisaram dados de 40 estudos observacionais envolvendo 1,6 milhões de mulheres com 18 ou mais anos, de cinco das seis regiões do mundo definidas pela OMS, que reportaram resultados de gravidez de acordo com o IMC e o aumento de peso gestacional, entre 2009 e 2024. Destes 40 estudos, 36 foram considerados de elevada qualidade.

Aproximadamente metade (53%) das participantes do estudo apresentava um IMC pré-gestacional saudável, enquanto as restantes foram classificadas como abaixo (6%), acima (19%) ou muito acima do peso saudável (obesas) (22%).

Apenas um terço (32%) apresentou um aumento de peso gestacional dentro dos intervalos recomendados, com 23% a ganharem peso abaixo e 45% a ganharem peso acima do recomendado.

Com base nos critérios de IMC da OMS, o estudo constatou que o aumento de peso gestacional abaixo do intervalo recomendado estava associado a menor risco de parto por cesariana, recém-nascido grande para a idade gestacional, e elevado peso à nascença (macrossomia), mas também maior risco de parto prematuro, recém-nascido pequeno para a idade gestacional, baixo peso ao nascer, e desconforto respiratório.

Por outro lado, o ganho de peso gestacional acima do intervalo recomendado estava associado a maior peso à nascença e maior risco de parto por cesariana, perturbações hipertensivas da gravidez, recém-nascido grande para a idade gestacional (macrossomia) e internamento em unidade de cuidados intensivos neonatais; e menor risco de parto pré-termo e recém-nascido pequeno para a idade gestacional.

Os investigadores apontam algumas limitações, como as variações nas classificações do IMC e o ganho de peso gestacional, e observam que poucos estudos de países de baixo rendimento cumpriram os seus critérios de inclusão, limitando a diversidade.

No entanto, a autora sénior, Helena Teede, Diretora do Centro de Investigação e Implementação em Saúde da Monash e Endocrinologista da Monash Health, afirma que o estudo reforça a necessidade de uma abordagem global.

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