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Notícias da Saúde em Portugal 740
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Ordem dos Médicos apela ao Parlamento que reconheça profissão como de risco e de desgaste rápido
SIC Notícias
A Ordem dos Médicos (OM) considerou ontem fundamental que o Parlamento aprove hoje o reconhecimento da profissão como atividade de risco e de desgaste rápido, na sequência de iniciativas legislativas apresentadas por vários partidos.
"O debate parlamentar agendado para amanhã [sexta-feira], na Assembleia da República, reveste-se da maior importância e a aprovação das iniciativas legislativas que apontam no sentido proposto pela OM é fundamental", salientou a ordem em comunicado.
Esta posição da OM foi manifestada na véspera de os deputados debaterem e votaram projetos de lei de vários partidos, na sequência de uma petição que reivindica a qualificação da profissão médica como de alto risco e de desgaste rápido.
"Ser médico é estar todos os dias exposto a situações de enorme responsabilidade, em que cada decisão pode ter impacto direto na vida de um ser humano", alegou o bastonário Carlos Cortes, citado no comunicado.
A OM realçou que o exercício da medicina implica, pelo enquadramento legal próprio da sua carreira, uma dedicação permanente, em contextos que são, em muitos momentos, de "elevada pressão emocional e desgaste físico" que pode afetar nocivamente a saúde e o bem-estar dos profissionais.

"Os horários de trabalho prolongados, as exigências burocráticas e a falta de recursos, tornam a profissão uma das mais desgastantes e de maior risco", alertou ainda o bastonário, para quem é "urgente que o Estado reconheça esse estatuto e adote medidas concretas de proteção e valorização" da atividade médica.
A ordem recordou que em outubro apresentou aos partidos com assento na Assembleia da República e ao Ministério da Saúde um pacote integrado de 25 medidas para aumentar a atratividade do SNS para os médicos, entre as quais consta o reconhecimento da profissão como de risco e desgaste rápido com estatuto legal próprio para todos os médicos.
Esse reconhecimento deve traduzir-se em "benefícios adequados em termos de proteção social, saúde ocupacional diferenciada e regimes de aposentação ajustados à realidade da prática médica", defendeu.
Influenciadores vendem receitas milagrosas que custam milhares aos portugueses e põem saúde em risco
SIC Notícias
Há milhares de influenciadores, nas redes sociais, que prometem receitas milagrosas. Passam dietas, planos de exercício físico e rotinas de cuidados de pele, mas nem todos os que falam sobre saúde têm formação para o fazer.
Durante anos, Pedro Leonardo foi um dos que seguiu os conselhos dos influenciadores, testando dezenas de dietas da moda, desde só comer carne, só comer carboidratos, beber demasiada água ou água com limão.
"Entrarmos no mundo da internet para ir procurar conselhos grátis. Estão ali ao lado, são rápidos, o feed, quanto mais clicas, mais te vai mostrando e acabas por cair em algumas ratoeiras", contou à SIC.
Cresce de dia para dia o número de influenciadores que partilham fórmulas mágicas, rotinas perfeitas, mudanças em pouco tempo no Instagram, TikTok e Facebook. A nutricionista Conceição Calhau diz que há contradições entre perfis, com uns a defenderem que as calorias importam, enquanto outros o negam.
Também a médica Margarida Santos defende que as transformações milagrosas são muito mais partilhados nas redes sociais, do que as fórmulas tradicionais, como o fazer exercício devagar, sem pressa, e perder peso com calma e de forma sustentável.

"Dizer: tome este comprimido e vive para sempre, e perde 10 quilos em duas semanas. As pessoas querem coisas assim e essas notícias são partilhadas muito mais facilmente, têm muito mais cliques. Temos de tentar combater isso e tornar a saúde mais aliciante", acrescentou.
Inês Vale conta que, se fizesse as contas ao dinheiro que gastou graças aos influencers, talvez conseguisse dar entrada numa casa. Queria emagrecer e tentava de tudo, desde chás e planos alimentares a coaches motivacionais.
"Na altura em que eu só queria emagrecer eu tentava tudo. Eu via um influencer que tinha um chá, via aquele suplemento que fazia com que não retenhas açúcar no sangue. Eu tentava tudo. Planos alimentares estranhos, coaches motivacionais que não substituem terapia de maneira nenhuma.", revela.
Os profissionais de saúde pedem mais regulação.
À SIC, a Entidade Reguladora da Saúde confirmou que instaurou 739 processos, entre 2021 e 2024.
A Ordem dos Nutricionistas lembra que a prescrição de planos de alimentação é um ato exclusivo de profissionais credenciados e que, fazê-lo sem qualificação, é ilegal. Diz que só este ano recebeu 70 denúncias.
MedSUPPORT | Testemunho da semana
"Estamos sempre tranquilos com tudo, sempre em cima do acontecimento."
Brasil eliminou a transmissão do VIH de mãe para filho
Jornal de Notícias
O Brasil eliminou a transmissão vertical (de mãe para filho) do VIH, um feito validado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que ontem divulgou este marco histórico.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que "eliminar a transmissão vertical do VIH é um grande feito em saúde pública para qualquer país, especialmente para um país tão grande e complexo como o Brasil".
O Brasil tornou-se assim o país mais populoso das Américas a atingir este marco histórico.
De acordo com o comunicado da OMS, esta conquista reflete o compromisso de longa data do Brasil com o acesso universal e gratuito aos serviços de saúde através do Sistema Único de Saúde (SUS), ancorado num sistema robusto de cuidados de saúde primários e no respeito pelos direitos humanos.
O marco foi celebrado durante uma cerimónia em Brasília, com a presença do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, e representantes do ONUSIDA.
"Estou muito feliz por o Brasil ter acabado de ser certificado pela OMS/OPAS por eliminar a transmissão vertical - o primeiro país com mais de 100 milhões de habitantes a alcançar este feito", afirmou Winnie Byanyima, diretora executiva da ONUSIDA.

E prosseguiu: "Conseguiram isso fazendo o que sabemos que funciona, dando prioridade aos cuidados de saúde universais, combatendo os determinantes sociais que impulsionam a epidemia, protegendo os direitos humanos e até - quando necessário -, quebrando monopólios para garantir o acesso aos medicamentos".
Segundo a OMS, o Brasil cumpriu todos os critérios para a validação da EMTCT (Prevenção da Transmissão Vertical do VIH), incluindo a redução da transmissão vertical do VIH para menos de 2% e a obtenção de uma cobertura superior a 95% para cuidados pré-natais, testes de rotina para o VIH e tratamento atempado para grávidas que vivem com VIH.
Além de atingir as metas da validação, o Brasil demonstrou a prestação de serviços de qualidade às mães e aos seus bebés, sistemas de dados e laboratórios robustos e um forte compromisso com os direitos humanos, a igualdade de género e o envolvimento comunitário, indica-se no comunicado.
Universidade de Coimbra desenvolve nova terapia para cancro da mama agressivo
Notícias Saúde
Desenvolver uma nova estratégia terapêutica para o tratamento do cancro da mama triplo negativo, uma forma agressiva de cancro, é o objetivo central do projeto de investigação liderado pela Universidade de Coimbra (UC).
O cancro da mama triplo negativo é um subtipo agressivo de cancro, muito diverso, sendo mais comum em mulheres jovens.
Atualmente, há várias abordagens terapêuticas, mas o projeto ANTICELLURONIC – Direcionando antígenos intracelulares de cancro da mama triplo negativo (TNBC) ‘não tratáveis’ com conjugados de anticorpo-ácido hialurónico autoimolantes pretende criar uma nova abordagem para “atacar” de forma mais rápida as células tumorais.
Para atingir este objetivo, a equipa “vai criar conjugados inovadores de ácido hialurónico com ligantes autoimolativos ligados a anticorpos ou outros agentes terapêuticos, capazes de reconhecer e entrar seletivamente nas células tumorais, libertando o fármaco no interior celular e permitindo atingir antigénios intracelulares até agora inacessíveis”, avança a docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, Ana Rita Ramalho Figueiras.

A coordenadora do projeto explica que “esta abordagem procura ultrapassar as limitações das terapias atuais, permitindo maior especificidade tumoral, redução de toxicidade sistémica e ampliação do leque de alvos terapêuticos relevantes no carcinoma da mama triplo negativo”.
O projeto liderado por Ana Rita Ramalho Figueiras envolve uma equipa multidisciplinar da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, incluindo especialistas em tecnologia farmacêutica e química farmacêutica, nomeadamente Francisco Veiga, Ivana Jarak, Isabel Rita Barbosa e Cátia Domingues.

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