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Notícias da Saúde em Portugal 743
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Cuide dos dentes para proteger o coração: infeções na boca aumentam o risco de enfarte
CNN
As infeções nos dentes e nas gengivas representam um risco acrescido de enfarte do miocárdio e de outras doenças cardiovasculares. Essa foi uma das grandes conclusões do 7º Congresso Internacional de Medicina Integrativa, que reuniu no Porto 1.500 médicos e terapeutas, de 32 países. Entre eles, 200 médicos dentistas.
“O congresso lançou um apelo para a tomada de consciência da sociedade em relação ao impacto das infeções da cavidade bucal na saúde sistémica, podendo até espoletar doenças cardiovasculares, como enfartes e acidentes vasculares cerebrais”, declara a médica Ana Moreira, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Integrativa, entidade organizadora.
A relação é sustentada por evidência científica e passa, sobretudo, por mecanismos inflamatórios e pela disseminação de bactérias da cavidade oral para a corrente sanguínea. “As infeções da cavidade bocal aumentam o risco de enfarte do miocárdio. Os problemas cardiovasculares estão muito associados às bactérias que existem na boca”, afirma José Figueiredo, médico dentista.

A ligação é reconhecida também pela medicina convencional.
“A boca não está isolada do corpo. Quando existe uma infeção dentária, as bactérias podem entrar no sistema sanguíneo e chegar ao coração”, explica Ana Mexia, médica dentista.
A especialista faz uma distinção essencial: “Não se pode afirmar que uma pessoa com periodontite vai ter um enfarte, mas está demonstrada uma maior prevalência de doenças cardiovasculares em doentes com patologia gengival.”
A evidência é corroborada por estudos internacionais. Uma declaração científica da American Heart Association identifica a doença periodontal como um factor associado ao aumento do risco cardiovascular. Uma meta-análise publicada no Journal of Clinical Periodontology conclui que a periodontite está ligada a uma maior incidência de eventos cardíacos
Comissão Europeia propõe novas medidas para reforçar inovação e competitividade no setor da saúde
INFARMED, I.P.
A Comissão Europeia apresentou um novo pacote de medidas destinado a reforçar a inovação, a competitividade e a resiliência do setor da saúde na União Europeia, com impacto direto na regulação do medicamento, dos dispositivos médicos e na resposta a grandes desafios de saúde pública. A iniciativa pretende melhorar a saúde dos cidadãos europeus e consolidar um ecossistema de saúde mais moderno, eficiente e preparado para o futuro.
Um dos eixos centrais do pacote é o Biotech Act, que visa potenciar o desenvolvimento do setor da biotecnologia em saúde, promovendo a passagem mais rápida de ideias inovadoras do laboratório para o mercado.
A proposta inclui medidas para facilitar o financiamento, reduzir entraves regulamentares, acelerar autorizações de ensaios clínicos e criar percursos regulatórios mais simples para produtos inovadores, reforçando a capacidade europeia de desenvolver novos medicamentos, terapias avançadas e soluções de medicina personalizada.

No domínio dos dispositivos médicos, as propostas visam simplificar as regras europeias nomeadamente no que toca aos regulamentos dos dispositivos médicos e de diagnóstico in vitro, reforçar a digitalização dos procedimentos e assegurar um quadro regulatório mais coerente e previsível, mantendo elevados níveis de segurança e proteção dos doentes.
Está igualmente previsto um reforço do papel da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que passará a assegurar uma maior coordenação a nível europeu, prestando maior apoio técnico-científico, incluindo a monitorização de ruturas no fornecimento de dispositivos médicos e a definição de uma lista de dispositivos críticos.
O pacote integra ainda o plano europeu Safe Hearts, a primeira abordagem abrangente da União Europeia às doenças cardiovasculares, principal causa de morte prematura na Europa. A iniciativa aposta na prevenção, deteção precoce e tratamento atempado, recorrendo a dados, soluções digitais e inteligência artificial, e promovendo a redução das desigualdades no acesso aos cuidados de saúde.
O "brain rot" já não é só um problema dos mais novos: "Nós passamos esse ruído digital para o nosso cérebro"
CNN
Pega no seu telemóvel e, assim que faz scroll nas redes sociais, vê alguém a viajar pelo mundo. Porque é que você não está de férias? Desliza novamente e vê alguém a viver uma aventura. Uau, não devia livrar-se do seu portátil? Desliza mais uma vez e um CEO de tecnologia está a dizer-lhe como a IA vai otimizar o seu trabalho.
Sente que o seu cérebro está a apodrecer (brain rot)?
Se parece que as redes sociais e o conteúdo online estão a desgastá-lo em vez de estarem a enriquecer o seu quotidiano, é provável que se identifique com Tiziana Bucec, uma criadora de conteúdo de Berlim, cujas publicações nas redes sociais combatem uma gíria amplamente utilizada online - o brain rot (apodrecimento cerebral, em tradução livre).
“Estou a fazer esta série porque estou cansada de sentir que as redes sociais nos tornam mais burros, mais ansiosos e menos conscientes”, explica Tiziana, no seu primeiro vídeo anti-brain rot, que logo evoluiu para uma série sobre como o uso das redes sociais afeta o cérebro e como moderar o uso.
Embora não exista muita investigação científica sobre o brain rot e os seus eventuais efeitos, podemos recorrer ao conhecimento sobre o cérebro e o vício para inferir algumas possibilidades, sugere Costantino Iadecola, professor de Neurologia na Weill Cornell Medicine e diretor e presidente do Feil Family Brain and Mind Research Institute.
O principal culpado pelo brain rot é o conteúdo de baixa qualidade, que geralmente se refere a vídeos curtos, como aquelas compilações engraçadas de gatos ou aquele adolescente a fazer uma dança viral, explica Nidhi Gupta, endocrinologista pediátrica em Franklin, Tennessee, e autora de “Calm the Noise: Why Adults Must Escape Digital Addiction to Save the Next Generation”.
“A nossa capacidade de atenção é finita e, quando temos tanto conteúdo a competir pela nossa atenção, algo essencial vai ficar por fazer, seja a saúde, o trabalho, os relacionamentos ou o sono”, observa Nidhi Gupta. “Nós passamos esse conteúdo digital de baixa qualidade, esse ruído digital, para o nosso espaço cerebral.”
Conteúdos curtos, seja um vídeo de alguém a experimentar roupas ou a fazer uma partida ao companheiro, são concebidos para provocar uma grande descarga de dopamina, o neurotransmissor responsável pela recompensa e motivação, e fazer com que volte sempre, explica Constantino Iadecola.

Assistir a uma grande quantidade deste tipo de conteúdo é o mesmo que dizer ao cérebro para esperar explosões frequentes e intensas de excitação, o que pode fazer com que conteúdos de media mais longos e envolventes pareçam enfadonhos e inadequados, explica Nidhi Gupta.
Tal como acontece com outros vícios, diz, existem maneiras de lidar com o uso excessivo das redes sociais e mudar um mau hábito ao longo da vida. Mas as crianças pequenas que ficam agarradas a um dispositivo, seja um telemóvel ou tablet, em vez de correrem num parque infantil a aprender a interagir com outras pessoas, podem estar a perder marcos importantes.
Mas ajudar as crianças a terem uma relação saudável com as redes sociais também implica uma análise do comportamento dos adultos.
“O vício em ecrãs já não é um problema infantil. É um problema humano”, assume Nidhi Gupta. “Nós, como seres humanos, somos modelos para as crianças. Quando pegamos no telemóvel enquanto conduzimos estamos silenciosamente a enviar uma mensagem às crianças no banco de trás de que isso é aceitável. Assim, quando elas se sentarem ao volante, provavelmente vão seguir o nosso exemplo.”
Na perspetiva de Nidhi Gupta, dar o exemplo às crianças costuma ser mais eficaz do que dar-lhes sermões sobre o que devem ou não fazer.
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Identificado potencial novo antibiótico à base do metal irídio
SIC Notícias
Cientistas da Universidade de York, no Reino Unido, identificaram um composto à base do metal irídio, que consideraram um "promissor candidato a antibiótico", indica um estudo divulgado no dia 23 de Dezembro na revista Nature Communications.
Segundo a equipa liderada por Angelo Frei, do Departamento de Química da Universidade de York, o composto demonstrou uma elevada eficácia contra bactérias, incluindo estirpes semelhantes à mortal MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina), e uma baixa toxicidade para as células humanas.
Isto sugere que tem um elevado "índice terapêutico" e é um forte candidato ao desenvolvimento de novos medicamentos, "oferecendo uma nova esperança na luta global contra as infeções resistentes aos medicamentos", refere um comunicado da universidade citada pela agência noticiosa espanhola EFE.
Mais de um milhão de pessoas morrem anualmente devido a infeções resistentes aos medicamentos e, se não forem descobertos novos antibióticos, procedimentos de rotina como a quimioterapia e os transplantes tornar-se-ão potencialmente perigosos.
Os investigadores optaram por procurar novos medicamentos nos compostos químicos à base de metais, tendo utilizado um sistema robótico de ponta que apenas numa semana foi capaz de sintetizar mais de 700 compostos metálicos complexos.
Posteriormente, a equipa analisou-os quanto à atividade antibacteriana e toxicidade em relação a células humanas saudáveis, identificando seis compostos com potencial, entre os quais se destacou o já referido.

Os autores do estudo explicam que, enquanto a maioria dos antibióticos modernos são moléculas "planas" à base de carbono, os complexos metálicos são tridimensionais, uma geometria que lhes permite interagir com as bactérias de formas completamente diferentes, ultrapassando potencialmente os mecanismos de resistência que derrotam os medicamentos atuais.
"A procura de novos antibióticos está estagnada há décadas. Os métodos de rastreio tradicionais são lentos e a indústria farmacêutica praticamente abandonou esta área devido ao baixo retorno do investimento. Precisamos de pensar de forma diferente", destaca o autor principal do estudo, Angelo Frei, citado pela EFE.
Para o químico, o composto de irídio descoberto "é entusiasmante", mas a velocidade com que foi encontrado representa um "verdadeiro avanço".
A equipa trabalha agora na compreensão de como o novo composto de irídio ataca as bactérias e na expansão da sua plataforma robótica para testar outros metais.

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