Notícias da Saúde em Portugal 653

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Nove estratégias para comer bem e gastar menos

DGS

O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde sugere 9 estratégias práticas que visam apoiar a adoção de uma alimentação saudável, simultaneamente promovendo uma gestão mais eficiente dos custos com a alimentação.

Saber planear e comprar bem, escolhendo as opções mais económicas sem perder a qualidade nutricional das nossas escolhas alimentares, é importante. Comparar preços, escolher os alimentos da época e aproveitar promoções de forma consciente são passos que podem ajudar a controlar os gastos.

Na confeção, os “pratos de panela” destacam-se como os métodos de confeção ideais para ter uma refeição saudável, saborosa e com muita cor e aroma, tendo ainda a vantagem de serem uma opção economicamente vantajosa.

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Saber como reutilizar adequadamente os alimentos ou as sobras de refeições de modo a evitar o desperdício alimentar, é outra recomendação para poupar na carteira. Aumentar as refeições semanais com ovos e leguminosas como fonte de proteína é também uma boa estratégia, pois são alternativas mais económicas à carne e ao peixe, mantendo a qualidade nutricional.

Para a fruta e hortícolas são identificadas algumas opções mais acessíveis, especificamente para esta época do ano, para que estes alimentos continuem a fazer parte do seu dia-a-dia. E não se esqueça: beba água em vez de bebidas açucaradas ou alcoólicas.

Esta vacina utiliza fio dental em vez de agulhas

O Jornal Dentistry

Cientistas descobriram que usar fio dental entre os dentes pode, um dia, ajudar na vacinação. Ao atingir um tecido gengival excecionalmente permeável chamado epitélio juncional, este novo método estimula a imunidade exatamente onde entram muitas infeções: a boca, o nariz e os pulmões.

A utilização de fio dental em ratinhos para aplicar uma vacina contra a gripe desencadeou uma resposta imunitária robusta — melhor do que as abordagens orais existentes e comparável às vacinas nasais, mas sem os riscos. Funcionou até com vacinas de mRNA e à base de proteínas.

Investigadores demonstraram um novo método de administração de vacina num modelo animal, utilizando fio dental para introduzir a vacina através do tecido entre os dentes e as gengivas. Os testes constataram que a nova técnica estimula a produção de anticorpos nas superfícies mucosas, como o revestimento do nariz e dos pulmões.

Estamos otimistas em relação a este trabalho e — dependendo das nossas conclusões — podemos então avançar para ensaios clínicos

Harvinder Singh Gill

O artigo, "Vacinação com fio dentário tem como alvo o sulco gengival para imunização da mucosa e sistémica", foi publicado na revista Nature Biomedical Engineering. Os coautores do artigo incluem Akhilesh Kumar Shakya, Chang Hyun Lee e Lazar Nesovic, da Texas Tech; Gaurav Joshi, da Texas Tech e da NC State; e Richard Compans, da Universidade de Emory. O estudo foi parcialmente financiado pelos National Institutes of Health (NIH), através das bolsas R01AI137846 e R01DE033759, e por fundos da Whitacre Chair in Science and Engineering da Texas Tech University. Gill, Ingrole e Shakya são coinventores de uma patente relacionada com o direcionamento do epitélio juncional para a vacinação.

Tipo comum de HPV pode ser mais perigoso do que se pensava

SIC Notícias

Um tipo comum de papilomavírus humano (HPV) pode ser mais perigoso do que pensávamos. O beta-HPV, até agora considerado apenas um fator indireto para o cancro de pele, em alguns casos raros pode desencadear diretamente o crescimento tumoral, revela um novo estudo.

Uma equipa de investigadores nos EUA documentou pela primeira vez que o beta-HPV se pode integrar no ADN do tumor, onde produz proteínas virais que mantêm o cancro ativo e impulsiona o seu crescimento. Até agora era associado ao cancro de pele, mas apenas como um fator que agravava os danos provocados pela radiação ultravioleta (UV).

A investigação, publicada no New England Journal of Medicine, partiu de um caso de uma mulher com um distúrbio imunológico hereditário que impedia as suas células T de atacar o HPV. O tratamento com transplante de células estaminais de medula óssea eliminou completamente a doença, ao substituir as células T disfuncionais.

Vacinas e tratamentos contra cancros

Os investigadores sublinham que a radiação UV continua a ser a principal causa do cancro de pele, mas este caso mostra que outros fatores podem estar em jogo. Vírus habitualmente benignos, como o beta-HPV, podem ter efeitos devastadores em pessoas com o sistema imunitário comprometido.

O HPV alfa, responsável por muitos casos de cancro do colo do útero e da garganta, mostrou como a prevenção pode ter impacto: a vacinação generalizada levou a uma queda acentuada das mortes associadas a esses tumores.

Embora uma cura universal para o cancro ainda seja incerta, têm-se registado melhorias consistentes nas taxas de sobrevivência de vários tipos de tumor, incluindo o carcinoma espinocelular. Esta nova investigação pode contribuir para avanços significativos no tratamento de casos associados a imunodeficiência.

A razão pela qual temos menos fome no verão

Euronews

Já alguma vez se perguntou porque é que tem menos apetite no verão e, em vez disso, o seu corpo pede mais bebidas ou refeições mais frescas? A razão é uma regulação hormonal do corpo que dá prioridade à hidratação.

Com a chegada dos meses de verão, os nossos hábitos alimentares alteram-se consideravelmente. As refeições pesadas e os guisados quentes do inverno dão lugar a cremes leves e saladas refrescantes.

Este fenómeno não é casual: o organismo adapta as suas necessidades nutricionais e metabólicas às condições ambientais, privilegiando a frescura e a hidratação em detrimento de uma ingestão calórica abundante.

Durante o verão, o nosso organismo sofre uma série de adaptações metabólicas que explicam a redução natural do apetite. O hipotálamo funciona como um termóstato e mantém o equilíbrio entre a produção e a perda de calor, ajustando as necessidades energéticas em função da temperatura ambiente.

Em condições de calor, o corpo necessita de muito menos energia para manter uma temperatura corporal ótima. Enquanto no inverno o corpo aumenta o gasto de energia para gerar calor interno e manter a temperatura, no verão este processo é invertido. A termogénese diminui naturalmente, reduzindo assim as necessidades calóricas e, consequentemente, a sensação de fome.

As temperaturas elevadas provocam também uma vasodilatação, que pode levar a uma sensação de cansaço ou de peso. O calor, a falta de descanso devido a temperaturas elevadas e as mudanças de rotina aumentam o cortisol - a hormona do stress - que altera os padrões de fome e faz com que o corpo dê prioridade à hidratação em detrimento da digestão.

Esta resposta fisiológica explica o facto de as refeições pesadas, ricas em gordura e proteínas serem menos saborosas durante os meses quentes, uma vez que exigem um maior esforço digestivo e aumentam a sensação térmica do corpo.

O papel da luz solar na regulação do apetite

O aumento das horas de luz solar durante o verão desencadeia alterações hormonais significativas que influenciam diretamente o nosso apetite. A luz solar tem um impacto direto no peso corporal ao afetar o metabolismo e a queima de calorias, principalmente através da regulação de neurotransmissores como a serotonina e a melatonina.

A luz solar afeta a serotonina e o humor, e não é por acaso que a serotonina é uma das chamadas moléculas da felicidade. Durante o verão, a maior exposição solar aumenta naturalmente os níveis de serotonina, um neurotransmissor que não só melhora o humor, como também atua como um supressor natural do apetite. Este aumento da serotonina faz-nos sentir mais satisfeitos e reduz a necessidade de comer em excesso, o que explica o facto de preferirmos alimentos leves e frescos durante esta época do ano.

Além disso, o facto de haver mais luz do dia no verão afecta a produção de melatonina, uma hormona cujas funções incluem a regulação dos ritmos circadianos do corpo. Esta alteração dos ritmos biológicos contribui também para a alteração dos padrões alimentares habituais.

Complicações comuns na gravidez podem ser um sinal de risco futuro de AVC

noticiassaude.pt

As mulheres que apresentam complicações durante a gravidez correm maior risco de acidente vascular cerebral (AVC) nas décadas seguintes, revela uma investigação publicada no European Heart Journal.

O estudo, que incluiu dados de mais de dois milhões de mulheres ao longo de mais de 40 anos, constatou um risco acrescido para aquelas que tiveram diabetes ou hipertensão arterial durante a gravidez, parto prematuro ou bebé com baixo peso à nascença.

Os investigadores afirmam que estas complicações comuns na gravidez podem atuar como um sinal precoce de problemas cardiovasculares no futuro, o que significa que este conhecimento permite que as mulheres recebam ajuda precoce para reduzir o risco de AVC, que ocorre quando o fornecimento de sangue a uma parte do cérebro é interrompido, privando as células cerebrais de oxigénio e levando a possíveis deficiências cognitivas e físicas.

Sabemos que a gravidez é um ‘teste de esforço natural’ que pode revelar maiores riscos de doenças cardiovasculares muito antes de estas se desenvolverem realmente

Casey Crump, professor da UTHealth Houston

“Até um terço de todas as gravidezes são afetadas por uma destas complicações. No entanto, os riscos cardiovasculares a longo prazo para estas mulheres permanecem mal compreendidos e, por isso, não são frequentemente considerados nos seus cuidados clínicos de rotina.”

Reconhecer as complicações para agir

Os investigadores utilizaram dados de todas as 2.201.393 gravidezes únicas na Suécia, entre 1973 e 2015. Cerca de 30% das mulheres (667.774) apresentaram pelo menos uma das seguintes complicações: parto prematuro (menos de 37 semanas), bebé nascido pequeno para a idade gestacional (entre os 10 mais pequenos), hipertensão arterial durante a gravidez, incluindo pré-eclâmpsia (tensão arterial perigosa) e diabetes gestacional (nível elevado de açúcar no sangue).

Os investigadores também recolheram dados sobre quais as mulheres que sofreram um AVC nos anos seguintes, até 2018, e compararam as taxas de AVC entre as mulheres que tiveram complicações na gravidez e as mulheres que não tiveram.

O risco de AVC quase duplicou para as mulheres que tiveram hipertensão arterial (não pré-eclâmpsia) ou um nível elevado de açúcar no sangue durante a gravidez. Para as mulheres que tiveram um parto prematuro, o risco de AVC foi aproximadamente 40% superior; para as mulheres com pré-eclâmpsia, o risco foi cerca de 36% maior; e para as mulheres cujos bebés nasceram pequenos para a idade gestacional, o risco foi de cerca de 26%.

Riscos que foram ainda maiores nas mulheres que apresentaram duas ou mais destas complicações.

O aumento do risco foi geralmente maior nos primeiros 10 anos após o parto, mas continuou ao longo da vida das mulheres, mesmo 30 a 46 anos após a gravidez. No entanto, para as mulheres com diabetes gestacional, o aumento do risco tornou-se ainda maior ao longo do tempo.

Num editorial que acompanha o estudo, Abbi Lane, da Universidade de Michigan, EUA, confirma que “compreender os fatores de risco de AVC específicos para cada sexo, em fases iniciais da vida, pode ajudar a identificar indivíduos de alto risco que podem ser alvo de intervenção preventiva. O estudo apresentado nesta edição do European Heart Journal por Crump e colaboradores abordou essa necessidade essencial, definindo rigorosamente as associações entre desfechos adversos da gravidez e que não eram raros; 30% das mulheres tinham apresentado pelo menos um destes”.

“Talvez se deva prestar mais atenção ao impacto psicológico e emocional associado aos desfechos adversos da gravidez. […] Não só a gravidez/parto complicado em si causa stress, como as sequelas psicológicas e/ou médicas dos desfechos podem durar meses ou anos. […] Lidar com perturbações médicas e do neurodesenvolvimento pode levar a meses ou anos de stress emocional, logístico e financeiro para os pais”, lê-se no documento.

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